27 de setembro de 2024

Homem morto na frente da filha e da esposa em Ribeirão Preto, SP, pode ter sido alvo da própria quadrilha, aponta investigação

Tiago Pereira Fernandes morreu baleado na porta de um hotel em marco de 2022. Nesta quinta-feira (26), tribunal do júri absolveu acusado de ajudar na fuga do atirador. Empresário morto era suspeito de usar portos para mandar drogas para fora do país
Morto a tiros na frente da filha de 9 anos e da mulher na porta de um hotel na zona Leste de Ribeirão Preto (SP) em março de 2022, Tiago Pereira Fernandes pode ter sido vítima da própria quadrilha porque queria deixar o crime. As informações são da Polícia Civil e do Ministério Público e foram levantadas durante a investigação.
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Nesta quinta-feira (26), o tribunal do júri absolveu Elson Aparecido Batista das acusações de ter ajudado o atirador de Tiago. Batista estava preso desde o crime após ser flagrado dirigindo um carro usado na fuga.
Segundo a promotoria, duas pistolas foram encontradas no veículo de Batista, sendo que uma delas tinha o mesmo calibre da munição usada contra Tiago. Uma camiseta semelhante à usada pelo atirador também estava no carro.
Batista sempre negou participação na morte e disse que apenas tinha sido contratado para trabalhar como motorista.
Tiago Pereira Fernandes foi morto a tiros na frente da filha e da mulher dentro de um centro comercial em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Envolvimento com tráfico de drogas
O Ministério Público aponta que Tiago pode ter sido morto a mando de Luis Henrique Cunha Carvalho, acusado de ser chefe de uma quadrilha com forte atuação no tráfico de drogas e no roubo de cargas no Nordeste do país.
Luis Henrique teria emprestado dinheiro para Tiago e ficado sem receber. Ainda segundo a apuração, Tiago seria membro da quadrilha, mas tinha intenção de deixar o crime.
Como Luis Henrique não aceitava a saída dele da organização, teria ordenado o assassinato para demonstrar força e poder.
Homem é morto a tiros em Ribeirão Preto, SP
Reprodução
O suposto mandante está preso, mas por outro crime. Luis Henrique já foi citado no processo sobre a morte de Tiago e aguarda definição sobre o julgamento. A defesa dele não foi encontrada nesta quinta-feira para comentar o assunto.
As informações sobre o passado de Tiago foram levantadas pela Polícia Civil por meio de uma operação da Polícia Federal contra o tráfico de drogas em 2021.
Na época, Tiago foi apontado como o líder de um esquema criminoso que envolvia o transporte de cocaína por estradas e até mesmo portos.
A polícia afirmou que Tiago tinha a função de negociar as cargas de drogas e definir os locais de entrega, sendo o responsável pelo custeio direto das despesas dos envolvidos e também o proprietário dos caminhões utilizados no transporte.
Autoridades apontam Tiago Perfeira Fernandes, que morreu em Ribeirão Preto, como líder de organização criminosa
Reprodução/EPTV
Ao longo da operação, Tiago foi monitorado e flagrado em diferentes circunstâncias. Em uma delas, ele apareceu em um posto de combustíveis e junto com homens apontados como integrantes da quadrilha.
As autoridades dizem que ao discutir com comparsas sobre a possibilidade de enviar drogas por portos, ele afirmou que conseguiria fazer isso a partir de qualquer porto do país.
Em uma conversa interceptada, Tiago afirmou “o porto é nosso, o porto do Nordeste todinho. Bota na sua cabeça, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, onde você quiser, o porto é tudo nosso”.
Durante a operação da PF, quase 600 quilos de cocaína, avaliados em R$ 16 milhões, foram apreendidos.
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