25 de dezembro de 2024

Homem que teve mão decepada após violentar missionária tentou estuprar meninas a caminho da igreja

Eduardo Pereira Neves, de 48 anos, abordou duas meninas, de 9 e 11 anos, e ofereceu balas para elas. As menores foram levadas para a casa dele em Guarujá (SP). Suspeito foi preso por tentar estuprar as crianças e ainda esfaquear a mais velha no braço. Homem deu um soco no rosto das duas crianças ao tentar estuprá-las em Guarujá (SP)
Divulgação/Polícia Civil e Arquivo pessoal
Eduardo Pereira Neves, preso suspeito de tentar estuprar a neta da esposa dele, de nove anos, e a amiga dela, de 11, abordou as meninas oferecendo “balas” enquanto elas caminhavam na direção de uma igreja em Guarujá (SP). O homem já foi detido por aproximadamente 10 anos após estuprar uma missionária. Na ocasião, ele teve a mão esquerda decepada por fiéis revoltados com o crime.
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Conforme registrado em Boletim de Ocorrência (BO), Eduardo levou as meninas até um banheiro na casa dele e ordenou que a mais nova ficasse nua. Ambas tentaram fugir e, revoltado, ele esfaqueou o braço direito da mais velha, ainda segundo o BO. As meninas foram resgatadas e passam bem.
Ao g1, Francoazi Kepka, a mãe da menina esfaqueada, explicou que a filha e a amiga têm o costume de brincar e frequentar a igreja, que fica no final da rua onde moram, na Vila Zilda. Ela acrescentou que a esposa de Eduardo, inclusive, organiza atividades religiosas para as crianças da comunidade.
“Elas estavam em casa, saindo para ir para a igreja, como sempre fazem. Ele as chamou para ‘pegar bala’. Como ele é ‘avô de criação’ da amiguinha, frequenta a igreja que elas frequentam, não viram problema nenhum e foram até lá”, desabafou a mãe.
Francoazi confirmou que já sabia que Eduardo fora detido no passado, mas não havia sido informada sobre o motivo e também não tinha contato frequente com ele. Segundo ela, a filha frequentou a casa do homem poucas vezes e, em todas as ocasiões, a esposa dele estava no local.
“Tão pertinho de casa. O meu sentimento é de revolta. Só que, ao mesmo tempo, de gratidão por não ter acontecido uma coisa mais grave”, afirmou ela.
Como estão as meninas?
De acordo com Francoazi, a filha foi atingida com golpes de faca no braço direto e, assim como a amiga, levou um soco no rosto. Apesar do trauma e dos ferimentos, a mulher afirmou que as duas estão bem e terão acompanhamento psicológico.
A mãe acrescentou que a menina conta a história com orgulho de ter conseguido salvar a amiga.
“Ela falou que bateu nele e que elas gritaram […]. Uma salvou a outra porque, se não fosse a [mais nova] fugir, ou ela estar ali, a gente pensa o que poderia ter acontecido. Mas, uma encorajou a outra”, disse.
O caso
Homem é preso por esfaquear e tentar estuprar duas crianças em Guarujá (SP)
Os crimes aconteceram no bairro Vila Zilda. Em depoimento aos policiais, a criança de 11 anos afirmou que estava em casa com uma amiga, de nove, quando Eduardo apareceu e as chamou para “pegar bala” na residência dele.
Segundo o BO, as duas meninas foram até a casa de Eduardo, que deu balas para elas, mas em seguida as “puxou” para o banheiro. Conforme registrado no documento, o homem aplicou um golpe de estrangulamento nas duas ao mesmo tempo, uma em cada braço, e depois pegou uma faca.
Ainda de acordo com o BO, Eduardo ordenou para que a menina mais nova, neta da esposa dele, tirasse as roupas. A criança, porém, disse que não e começou a chorar. O suspeito tentou levantar a blusa dela e foi impedido pela menina de 11 anos.
Conforme relatado pelas vítimas às autoridades, Eduardo teria ainda tirado do bolso quatro frascos “com pó branco” que foram jogados na pia. Ele teria socado as vítimas na sequência, no momento em que a mais nova conseguiu sair correndo da casa e pedir socorro.
Segundo o relato da menina de 11 anos, o suspeito usou a faca para atacá-la. Neste momento, de acordo com ela, um vizinho que ouviu os gritos de socorro apareceu no local e encontrou a amiga, de nove anos, na rua.
O vizinho, de 37 anos, chegou a segurar Eduardo pela camisa, mas não conseguiu evitar que a menina, de 11, fosse esfaqueada no braço.
Nova prisão
Eduardo Pereira Neves, de 48 anos, foi preso após esfaquear criança em Guarujá (SP).
Reprodução/TV Tribuna e Divulgação/Polícia Civil
Segundo o BO, uma equipe da Polícia Miliar foi acionada para a ocorrência e encontrou moradores na frente da casa de Eduardo. O grupo xingava o suspeito, que estava no piso superior da residência. Desta forma, familiares de Eduardo deram a chave do imóvel aos agentes, que entraram no local.
Conforme registrado pela PM, os policiais encontraram “muito sangue e objetos destruídos” na residência. O fogão estava aceso e, segundo o BO, seria usado para bloquear o acesso à casa, enquanto Eduardo estava trancado em um quarto com uma faca na mão.
O suspeito largou o objeto e abriu a porta do cômodo após uma conversa com os policiais. Questionado, ele disse que foi linchado pela população, mas negou ter praticado o estupro, dizendo que era casado.
Eduardo foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para ser avaliado e, em seguida, conduzido ao Distrito Policial Sede de Guarujá, onde foi preso em flagrante.
De acordo com o BO, a vítima de 9 anos não compareceu na delegacia. A faca foi apreendida e o caso foi registrado como tentativa de estupro contra vulnerável e tentativa de homicídio.
Histórico
Delegado explica prisão de homem suspeito de tentar estuprar e esfaquear crianças
Em setembro de 2010, Eduardo invadiu uma igreja evangélica em Limeira (SP), estuprou uma missionária, de 48 anos, e a ameaçou de morte caso o denunciasse. Ele estava acompanhado de outro homem, que deu cobertura para o crime. A dupla fugiu com R$ 500, dois celulares e um relógio.
Dois dias após o crime, Eduardo voltou para se vingar da vítima, que havia registrado um BO. Ele entrou no templo com um facão, mas fugiu ao ser surpreendido por um vigia. No entanto, acabou sendo perseguido por fiéis e vizinhos da igreja, que tentaram linchá-lo. Durante a ação, ele teve a mão esquerda decepada. Ele foi detido em sequência.
“Ficou quase dez anos preso, de 2010 até 2020. Agora novamente cometeu esse delito”, afirmou o delegado de Guarujá, Wagner Camargo.
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