Segundo a prefeitura de Urupema, na Serra, cidade também registra em média cinco quedas de neve por ano. Município marcou -6,47ºC na terça-feira (13), conforme a Epagri/Ciram. Urupema (SC) é uma das cidades mais frias de SC
Elcio Branco Filho/ Arquivo pessoal
Fogão a lenha e horário para banho. Essas são algumas estratégias adotadas por moradores de Urupema, cidade na Serra de Santa Catarina que registra em média 50 geadas e cinco quedas de neve por ano, segundo a prefeitura, para fugir do frio congelante no inverno.
🥶 O município foi responsável pela menor temperatura do estado na última semana, com registro de -6,47ºC na terça-feira (13), segundo a Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições do tempo.
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Natural da cidade, Maria Lenir Machado da Silva, de 68 anos, diz que o banho precisa ser entre 12h e 15h, momentos mais quentes do dia, nesta época do ano.
“Nós que nascemos aqui somos acostumados. O corpo e a mente se acostumam. A gente fica bem consciente. Mas quem trabalha fora tem que levantar cedo, com frio, com calor, seja o que for. É bem doído”, afirma.
Dentro de casa, segundo ela, não há necessidade de usar muito agasalho. Mas ela conta com a ajuda de um fogão a lenha para se aquecer.
“Agora para sair para a rua tem que estar bem agasalhado, principalmente quando dá vento sul aqui. Não tem roupa que aguente o frio”, diz.
Lenir mora no Centro de Urupema e diz que na praça que fica ao lado de casa tem um termômetro, onde acompanha as temperaturas do dia. O menor valor que se recorda de ter visto foi há dois anos, quando marcou -7°C na região.
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Muita lenha
O dono de pousada Angelo Pedro Stupp, de 62 anos, diz que a chegada do inverno costuma ser positiva, pois aumenta a busca pelo turismo em Urupema.
“A gente enfrenta o dia a dia, sempre esperando que dê uma neve, pois a cidade está se preparando cada vez mais para o turismo e, com a chegada de turistas, todos faturam um dinheiro a mais”, afirma.
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Mas há 56 anos morando na cidade, uma das mais geladas do país, ele admite que ainda não é fácil tomar banho ou levantar cedo nos dias mais frios. “Tem dia que não dá coragem mesmo, daí a gente finge que esqueceu. É necessário colocar um aquecedor no banheiro, quando tem esse aparelho”.
Ele usa alguns outros artifícios próprios para se esquentar no dia a dia.
“A gente se prepara durante o verão com muita lenha, pois o frio é possível combater com roupas pesadas, cobertores, fogo na lareira e no fogão”.
Urupema, na Serra catarinense
Marlon Sá Molin/Divulgação
O empresário também não abre mão de tocas, luvas, blusas e jaquetas pesadas para se proteger. Nas noites, quando o frio fica mais intenso, o ar condicionado vira aquecedor.
“Mas não é fácil, me preocupo aqui na região com pessoas que não tem esses recursos. Não é brincadeira. No trabalho eu tenho uma sala com aquecedor”, avalia.
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