Grupo rebelde do Iêmen ainda disparou mísseis contra uma base militar e embarcações dos EUA e aliados no Mar Vermelho. Sirenes foram acionadas em diferentes cidades israelenses. Sirenes soam em Israel após novo ataque de mísseis dos Houthis
Os Houthis, grupo rebelde do Iêmen, anunciaram um ataque contra o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, nesta quinta-feira (27).
Segundo comunicado do porta-voz do grupo, enviado pelas redes sociais, dois mísseis balísticos foram lançados contra Israel e o segundo alvo foi uma base militar ao sul de Jaffa. Um porta-aviões dos Estados Unidos e outras “embarcações militares inimigas” no Mar Vermelho também teriam sido atingidas.
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“Como resultado das operações de defesa e confronto nos últimos dias, frustramos as tentativas do inimigo de avançar com suas embarcações em direção à área sul do Mar Vermelho e impedimos todas as suas tentativas de expandir sua agressão contra nosso país através de ataques aéreos e bombardeios marítimos”, afirmam os Houthis.
Porta-voz dos Houthis em pronunciamento
Telegram / Reprodução
Apesar dos rebeldes do Iêmen dizerem que a operação foi um “sucesso”, as Forças de Defesa de Israel negam. Afirmam que os dois mísseis lançados “foram interceptados antes de cruzarem para o território israelense”.
Por causa do ataque, sirenes em várias áreas de Israel foram soadas.
Rastros de interceptadores são vistos no céu sobre Jerusalém, em Israel
REUTERS/Ronen Zvulun
Ataque há uma semana
Há uma semana, um dia após Houthis dizerem que atacariam o país se os bombardeios em Gaza não cessassem, as Forças de Defesa de Israel (IDF) interceptaram um míssil lançado do Iêmen. O grupo rebelde Houthis assumiu a responsabilidade do ataque.
A declaração foi uma resposta do grupo, que é aliado do Hamas e faz parte do chamado Eixo da Resistência do Irã, ao fim do acordo de cessar-fogo depois que o governo israelense voltou a lançar uma ofensiva militar contra o território palestino.
“As Forças Armadas do Iêmen expandirão seus alvos durante as próximas horas e dias, a menos que a agressão contra Gaza pare, e continuarão a confrontar o inimigo criminoso americano e a impedir a navegação israelense até que a agressão pare, o bloqueio seja levantado e a ajuda seja permitida na Faixa de Gaza”, afirmou Yahya Saree na TV.
Quem são os Houthis, grupo rebelde alvo dos EUA
Os Houthis já haviam anunciado que voltariam a abrir fogo contra Israel na quarta-feira (12), depois que o país interrompeu a ajuda humanitária à Faixa de Gaza para pressionar pelas negociações do cessar-fogo.
Desde outubro de 2023, após o início da guerra no território israelense, os Houthis também fazem ataques a navios militares e comerciais de Israel e seus aliados em um dos corredores de navegação mais movimentados do mundo.
Guerra com os Estados Unidos
Diante de ataques e ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o grupo do Iêmen também afirma estar em guerra com os EUA.
Em comunicado na semana passada, os Houthis disseram ter lançado mísseis e drones que atingiram o grupo do porta-aviões norte-americano Harry S. Truman — de onde partiram caças que atacaram alvos houthis no fim de semana — e afirmou que o ataque foi o terceiro contra embarcações dos EUA em 24 horas.
A ofensiva foi uma resposta aos bombardeios de Washington no fim de semana contra redutos houthis no Iêmen — o grupo rebelde, que entrou em guerra contra o governo iemenita há mais de dez anos, controla atualmente várias regiões do país (leia mais abaixo).
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia dito na segunda-feira que o Irã será “considerado responsável” de qualquer ataque dos houthis.
“Cada disparo dos houthis será considerado, a partir de agora, um disparo lançado por armas iranianas e pelos dirigentes do Irã, e o Irã será considerado responsável e deverá assumir as consequências”, escreveu em sua rede Truth Social.
Durante a segunda-feira, milhares de manifestantes exibiram cartazes e armas, aos gritos de “morte aos Estados Unidos, morte a Israel”, em um protesto na capital, Sanaa, segundo imagens exibidas pelo canal Al Masirah.
Vídeos mostram ataque dos EUA contra Houthis