21 de outubro de 2024

Idosa é atacada por cachorro da raça pitbull e leva mais de 15 pontos: ‘Ficou grudado no meu braço’

Maria Aparecida de Moura contou que andava na rua em Cubatão (SP), quando foi surpreendida pelo animal. Idosa levou mais de 15 pontos após ser atacada por cachorro em Cubatão (SP)
Arquivo pessoal
Uma idosa, de 73 anos, foi atacada por um cachorro em Cubatão (SP). Ao g1, Maria Aparecida de Moura contou que estava andando na rua quando foi surpreendida pelo animal da raça pitbull. Segundo ela, o cachorro saiu de casa pela fresta do portão, deixado aberto pelo tutor, ainda não identificado. A vítima afirmou ter levado mais de 15 pontos no braço direito.
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Maria explicou que passa todos os dias pela Rua Sete de Setembro, no bairro Vila Nova, a caminho do trabalho. Desta vez, ela viu o tutor do pitbull deixando uma fresta aberta no portão após sair de casa com um outro cachorro no colo.
De acordo com a vítima, o pitbull aproveitou o espaço do portão e avançou na mulher, que passava em frente a residência, por volta das 8h de quinta-feira (17). “O cachorro ficou grudado no meu braço e não soltava. Eu gritava”, lembrou.
A idosa afirmou que o tutor também começou a gritar por socorro, mas não soltou o outro animal do colo para tirar o pitbull de cima dela. Depois de 10 segundos grudado no braço de Maria, segundo o boletim de ocorrência, o cachorro abriu a boca e a soltou.
“Na hora, foi um impacto porque eu não esperava que aquela fera vinha em cima de mim”, afirmou ela. “Eu só queria que aquele animal soltasse o meu braço porque foi muito feio”, disse a idosa.
Depois de sair do braço dela, ainda de acordo com boletim de ocorrência, o animal tentou atacar as pernas da mulher. O cachorro não conseguiu porque o tutor entrou na frente dele e o levou para dentro de casa.
Idosa foi levada ao hospital após ataque de cachorro em Cubatão (SP)
Arquivo pessoal
Socorro
A vítima disse que foi levada ao Pronto-Socorro Central de Cubatão por funcionários de uma empresa, localizada próxima ao local. Conforme relatado no registro policial, a mulher foi liberada da unidade de saúde após passar por um procedimento cirúrgico de plástica, tomar vacinas e medicamentos.
Maria explicou que a esposa do dono do animal chegou a procurá-la no pronto-socorro. “Ela veio com a história de que o cachorro passou pelas pernas do marido dela, mas não é real”, afirmou.
A idosa disse ter sido informada por vizinhos do tutor sobre outros ataques do pitbull, que já teria matado animais e machucado outras pessoas. Com o intuito de evitar que o caso se repita, ela foi até o 3º Distrito Policial (DP), onde o caso foi registrado como omissão de cautela na guarda de animais.
Maria afirmou estar traumatizada e, por este motivo, vai mudar o percurso até o trabalho. “Hoje, até o barulho de uma cadeira eu acho que é um cachorro”, destacou a idosa.
O g1 tentou contato com o tutor do animal, mas não o localizou até a última atualização desta reportagem.
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Pitbull
O médico veterinário e ex-criador de pitbull, Maurício Souza de Moura, explicou ao g1 que o pitbull é um cão médio e que foi desenvolvido nos Estados Unidos. De acordo com o especialista, todas as raças foram criadas para uma função e, com o passar do tempo, transformaram-se em animais de estimação.
“Ele [pitbull] foi criado originalmente para uma função de combate entre cães em uma época que era uma atividade permitida”, explicou ele.
Como foi criada para esse conflito, Maurício explicou que é uma raça agressiva com outros animais, mas não com humanos. “Um pitbull puro [sem cruzamento com outras raças], que tem uma característica de ser agressivo com pessoas, ele tem um desvio de comportamento. É uma coisa que não era da raça”, disse.
Pitbull (imagem ilustrativa)
Yohan Cho/Unsplash
Como se proteger?
Para se proteger de um ataque de cachorro, Maurício disse que a orientação é tentar trazer frieza para o momento, mesmo que seja difícil. A vítima deve ficar em pé, com uma postura reta e tentando afastar o animal.
“A pessoa que está em uma situação dessa tem diversas reações que são explicadas por um mecanismo de luta e fuga. É um mecanismo instintivo”, explicou Maurício. “Muitos ataques de cães poderiam ser evitados com uma postura corajosa do humano”, acrescentou.
Caso não seja possível evitar, o veterinário disse que o ideal é continuar em pé e fazer com que o cachorro morda partes mais fáceis de serem recuperadas e que não arrisquem a própria vida, como o braço.
O que fazer com o cachorro?
Se o ataque acontecer dentro de casa, Maurício afirmou que o tutor precisa entender qual foi o gatilho daquele comportamento com a ajuda de especialistas. Caso o adestramento e medicamentos não funcionem, é preciso levar o animal para um centro de reabilitação especializado. A eutanásia deve ser a última opção.
Caso tenha sido com uma pessoa na rua, o especialista disse que o tutor deve avaliar a falta de responsabilidade no cuidado com o animal. O cachorro tem que andar com guia curta, enforcador e focinheira. Mesmo que seja manso, Maurício afirmou que essas regras estão na legislação.
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