7 de novembro de 2024

Imigração, economia, aborto e política externa: as propostas de Trump agora — e o que ele fez no 1º mandato


Trump apresentou propostas conservadoras e protecionistas para temas como imigração, economia, aborto e política externa. Republicano promete retomar políticas do primeiro governo. O presidente dos EUA, Donald Trump, durante evento na Casa Branca, na sexta-feira (4)
Reuters/Yuri Gripas
Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, de acordo com projeção da Associated Press divulgada nesta quarta-feira (6). O republicano já governou o país entre 2017 e 2021 e, agora, se prepara para assumir seu segundo mandato.
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Durante a campanha, Trump apresentou propostas conservadoras e protecionistas para temas como imigração, economia, aborto e política externa. Veja algumas a seguir:
Imigração: ele promete retomar políticas migratórias da época em que era presidente. Afirma também que irá fazer a maior deportação em massa da história dos EUA.
Economia: Trump foca seu plano econômico no corte de impostos e aumento de tarifas para produtos importados. Trump também diz ser contrário a incentivos para transição energética.
Aborto: o republicano afirmou que vetaria uma proibição federal ao aborto. Em junho, ele também disse que não vai banir o acesso a medicamentos abortivos, caso seja eleito.
Conflitos internacionais: Trump pediu que Israel termine o conflito, sob o risco de encerrar o apoio militar ao país. Ele também pôs em xeque o apoio dos EUA à Ucrânia.
Basicamente, o presidente eleito prometeu retomar boa parte das políticas que adotou durante o seu primeiro mandato. Veja, a seguir, os detalhes das propostas do republicano neste ano e a comparação de como ele atuou enquanto esteve na Casa Branca.
1. Imigração
O presidente dos EUA, Donald Trump, se prepara para assinar placa em trecho de muro na fronteira com o México, em San Luis, Arizona, na terça-feira (23)
Reuters/Carlos Barria
▶️ Propostas para agora
Em fevereiro deste ano, o Congresso dos EUA chegou a discutir uma proposta bipartidária sobre a fronteira. O projeto, no entanto, não avançou. À época, Trump pediu para que os republicanos votassem contra o texto para evitar uma vitória política de Biden.
Na campanha, Trump promete retomar políticas migratórias da época em que era presidente, entre 2017 e 2021. Ele também afirma que irá fazer a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos.
Para Donald Trump, a entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos está resultando em uma onda de crimes. No entanto, não existem dados que comprovem isso. Em setembro deste ano, o FBI afirmou que os Estados Unidos vivem uma redução nos registros de crimes violentos.
No discurso da vitória, o presidente eleito disse que vai fechar as fronteiras e que apenas imigrantes legais poderão entrar nos Estados Unidos.
▶️ O que ele fez no primeiro mandato
Uma das principais bandeiras durante o primeiro mandato de Trump foi a construção de um muro entre os Estados Unidos e o México. À época, ele afirmou que faria o país vizinho pagar pela obra. O Congresso aprovou orçamento para a construção, mas pouco da estrutura foi feita.
Além disso, durante o governo, Trump endureceu as regras para que trabalhadores estrangeiros entrassem nos Estados Unidos. Isso resultou em um grande número de recusas para a emissão ou extensão de vistos.
Segundo a NBC News, as políticas de Trump fizeram com que muitas empresas e o setor rural perdessem a força de trabalho, que era estrangeira. De certa forma, especialistas dizem que as medidas também impactaram o crescimento do PIB dos Estados Unidos.
2. Economia
Donald Trump, presidente dos EUA, mostra máscara em discurso na Casa Branca nesta terça (21)
Evan Vucci/AP
▶️ Propostas para agora
O republicano foca seu plano econômico no corte de impostos e aumento de tarifas para produtos importados. Trump também diz ser contrário a incentivos para transição energética. Confira as propostas:
Imposto sobre importações: impor tarifas de 10% a 20% sobre todas as importações, além de tarifas de 60% ou mais sobre produtos vindos da China.
Imposto corporativo: reduzir a alíquota de 21% para 15%, para incentivar a produção nacional.
Corte de impostos: eliminar os impostos sobre horas extras e gorjetas dos trabalhadores, além de ampliar um corte de impostos para todas as classes, incluindo os mais ricos.
Indústria: apoiar a indústria de petróleo e gás para impulsionar a economia, além de acabar com o incentivo fiscal para a compra de veículos elétricos.
Analistas orçamentários dizem que os cortes de impostos prometidos por Trump podem gerar um déficit entre US$ 3,6 trilhões e US$ 6,6 trilhões ao longo de 10 anos.
▶️ O que ele fez no primeiro mandato
Trump reduziu de 35% para 21% a aliquota de impostos para corporações. O objetivo foi estimular o investimento e o consumo, para impulsionar o crescimento econômico dos Estados Unidos. Por outro lado, as medidas provocaram aumento do déficit fiscal.
O presidente também apostou na desregulamentação de alguns setores, como o de energia, em busca de um estímulo na atividade econômica.
Durante o primeiro governo Trump, os Estados Unidos tiveram crescimento no emprego e no PIB. No entanto, a economia do país foi fortemente afetada pela pandemia de Covid-19, resultando em inflação e fechamento de postos de trabalho.
Além disso, o republicano adotou uma postura protecionista em relação ao comércio internacional, impondo tarifas contra importações da China para tentar valorizar bens produzidos nos Estados Unidos.
3. Aborto
‘Presidente mais a favor da vida da história’, diz cartaz com a foto de Donald Trump durante Marcha Pela Vida, manifestação contra o aborto que ocorreu nesta sexta-feira (24)
Leah Millis/Reuters
▶️ Propostas para agora
Trump defende que o debate sobre o aborto continue no âmbito estadual. A campanha republicana argumenta que centros “pró-vida” precisam ser criados, com o objetivo de dar assistência a mulheres que querem ter filhos.
O presidente eleito também afirmou que vetaria uma proibição federal ao aborto. Em junho, ele disse que não vai banir o acesso a medicamentos abortivos em um provável segundo mandato.
▶️ O que ele fez no primeiro mandato
Donald Trump já demonstrou várias vezes ter orgulho de ter nomeado juízes conservadores para a Suprema Corte durante o primeiro mandato. Essas nomeações ajudaram a derrubar a lei “Roe contra Wade”, que garantia o direito ao aborto nos Estados Unidos desde os anos 1970.
No entanto, desde que a lei perdeu validade, o apoio ao aborto legal cresceu nos Estados Unidos. Além disso, a medida gerou legislações diferentes em cada um dos estados, que possuem autonomia para decidir sobre o tema.
Diante deste cenário, mulheres grávidas que vivem em estados onde o aborto é proibido têm viajado para outras regiões onde conseguem realizar o procedimento legalmente e em segurança.
4. Conflitos internacionais
Zelensky e Trump se reúnem na Trump Tower, em Nova York, em 27 de setembro de 2024
Shannon Stapleton/Reuters
▶️ Propostas para agora
Trump afirmou que vai encerrar as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, sem explicar como. Ele se reuniu com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante a campanha.
Sobre o Oriente Médio, republicanos têm posição semelhante aos de democratas, e concordam sobre o apoio a Israel no direito de se defender contra as ações do Hamas e de outros grupos extremistas.
Trump afirma que, se fosse presidente, essa guerra jamais teria se iniciado. Ele pediu para que Israel termine o conflito imediatamente, sob o risco de encerrar o apoio militar ao país.
O presidente eleito também já pôs em xeque o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia. Em abril, ele se recusou a apoiar a aprovação de um pacote de ajuda ao governo ucraniano no valor de US$ 95 bilhões. Parte dos republicanos já não vê o assunto como algo de interesse norte-americano.
▶️ O que ele fez no primeiro mandato
Entre 2017 e 2021, Trump retirou os EUA de uma série de tratados e acordos internacionais. Um deles foi o acordo nuclear histórico com o Irã, que foi costurado pelo ex-presidente Barack Obama.
Trump aplicou uma série de sanções contra o Irã, que retomou seu programa nuclear. Atualmente, o governo iraniano ameaça usá-lo para fins militares, em meio às tensões com Israel.
Ele também repetiu ameaças de que retiraria os EUA da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), alegando que outros países membros, principalmente os europeus, deveriam aumentar seus gastos militares para engordar o arsenal da aliança.
Atualmente, a Otan tem demonstrado papel importante no apoio à Ucrânia por meio do fornecimento de armas e treinamento de tropas.
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