Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Datena (PSDB) passaram por mudanças para encarar a campanha eleitoral que termina no domingo (6). As transformações no visual dos candidatos ao longo dos anos e também da campanha eleitoral de 2024.
Montagem/g1/Acervo Pessoal/Divulgação
Neste domingo (6), os paulistanos vão às urnas decidir quem vai comandar a cidade de São Paulo pelos próximos quatro anos. De acordo com as pesquisas de intenção de voto, um segundo turno deve ocorrer, já que a disputa na ponta está acirrada, apontando um empate técnico triplo.
Nos últimos 45 dias de campanha oficial, os principais candidatos exibiram plena forma física e disposição em entrevistas, debates e propagandas eleitorais, mas, para chegar até este momento decisivo, fizeram várias mudanças de hábitos e físicas, na tentativa de entregar a melhor versão de si para os eleitores.
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Entre as transformações, os candidatos se submeteram a implante capilar, dieta com especialistas, harmonização facial, branqueamento dos dentes e até um banho de loja para renovar o guarda-roupa e o estilo de apresentação na campanha.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB), por exemplo, está sempre com o cabelo pintado. Quem acompanhou os últimos três anos dele como prefeito percebeu que, desde o início deste ano, a barriga desapareceu, os dentes ficaram mais brancos, e o penteado está impecável.
As mudanças de visual do candidato Ricardo Nunes da juventude, passando pela campanha de 2020 e, agora, na campanha de 2024.
Reprodução/Rede Sociais
Em conversa com o g1, ele contou que emagreceu 6 kg na rotina de agendas e articulações políticas.
“Emagreci 6 kg e não foi proposital. Foi [um período] corrido. O resto, a Regina [esposa] é quem cuida de mim. Ela que determina como é que eu penteio o cabelo, como vou cortar”, relatou o prefeito.
“Teve um dia que eu cheguei em casa meia-noite, e ela disse: ‘Com esse cabelo não dá! Vou chamar o Marcelo aqui [cabeleireiro], e ele vai dar um jeito’. Eu disse: ‘Regina, é meia-noite já’, mas ela não quis saber: ‘Não importa, esse cabelo está parecendo um capacete’”, lembrou o prefeito, gargalhando.
Dieta de Boulos
Deputado federal eleito em 2022, Guilherme Boulos (PSOL) engatou nos últimos dois anos uma rotina de viagens e eventos ao redor do país que, segundo os mais próximos, impediram o candidato de cuidar com mais rigor da saúde.
Ao g1, ele contou, no entanto, que desde o ano passado se consulta com uma nutricionista que o ajudou a emagrecer entre 10 kg e 12 kg.
“Fiz uma dieta boa, diminuí carboidrato, estou comendo mais proteínas e não janto em casa, mesmo depois da campanha. Antes eu gostava de chegar em casa, comer um pratão de arroz com feijão, carne. E a nutricionista disse que a pior coisa que eu devia fazer era jantar um prato pesado. Então, reforço mais o almoço e, à noite, chego em casa e como uma coisa bem leve.”
Guilherme Boulos (PSOL) através do tempo: adolescência e campanhas de 2020, 2022 e 2024
Montagem/g1/Divulgação
“Na campanha passada [em 2022], eu passava num posto aqui, comia uma coxinha. Agora ando até com barrinha de cereal no carro. Fui balanceando a alimentação”, revelou.
Boulos concorre pela segunda vez à Prefeitura de SP. Em 2020, foi ao segundo turno e disputou a cadeira de prefeito com Bruno Covas (PSDB), que morreu poucos meses depois da posse e deixou no lugar o vice, Nunes.
Além de mais magro da última campanha para esta, o candidato do PSOL passou a vestir roupas mais claras, substituindo as camisetas de movimentos sociais por camisas de botão. Gravatas, somente em eventos formais e em sessões da Câmara dos Deputados.
Quem cuida do novo visual, segundo o próprio candidato, são a esposa e as duas filhas adolescentes.
“Quem me ajuda a me vestir é a Natalia, minha esposa, e as minhas duas filhas. Elas são as especialistas de moda da família. Eu fui para um debate nesta campanha, e a minha camisa estava meio para baixo. Quando eu saí do encontro, o meu zap da família tava bombando. A minha filha estava brava. Elas é que estão dando a ordem”, disse Boulos.
‘Kit estético do milhão’
O candidato Pablo Marçal (PRTB) contou ao g1 que no último ano fez dois implantes capilares, além de perder 8 kg depois que aceitou – em abril – um desafio de mudança de shape do fisiculturista Renato Cariani.
Na conversa que teve com o g1, Marçal disse que as mudanças promovidas no corpo fazem parte do projeto iniciado por ele desde que se tornou adepto do triatlo.
“Antes da pré-campanha eu já estava magro. O que eu fiz [com o Cariani] foi um desafio de ficar forte, trincado. Eu fiz essas provas e virei triatleta e, no total, já perdi 25 kg. Desde abril, eu perdi mais 8 kg. Acredito muito em tomar água, dormir e comer certo. Faz mais de ano que tenho me dedicado mais a cuidar da saúde”, disse.
As mudanças de visual de Pablo Marçal (PRTB) ao longo dos anos até chegar na atual campanha eleitoral de 2024.
Reprodução/Redes Sociais
Sobre os dois transplantes capilares, ele negou que tenha feito os procedimentos visando apenas à eleição.
“Fiz dois implantes: um em 2020 e o outro ano passado, em julho. Porque o cabelo continua caindo. O implante que fiz primeiro não caiu, mas continuei perdendo cabelo [em outras partes da cabeça]. Meu pai é carecaço. Cabeça lisinha. Acredito muito que baixa testosterona, estresse, fazem o cabelo cair. Depois que virei atleta, parou.”
O candidato já deu indícios na internet de que também colocou porcelana nos dentes e fez harmonização facial, no que ele chama de “kit do milhão”.
“Você está feio, mas dá para melhorar. Se vocês prosperarem, podem anotar aí o kit do milhão: dente de porcelana, fazer a harmonizaçãozinha bonitinha. Para quem não sabe, quem é ‘despiorado’ vende mais”, disse ele num dos cursos que promoveu online. Durante a campanha, vários especialistas em harmonização facial usam a suposta intervenção estética de Marçal como exemplo bem-sucedido do procedimento.
Especialistas na internet debatem resultados da suposta harmonização facial de Pablo Marçal (PRTB)
Reprodução/TikTok
Marçal também passou no início da campanha por um processo de “visagismo capilar” com o barbeiro Juarez Leite, de Cuiabá. O barbeiro faz sucesso na internet justamente fazendo transformações no corte de artistas e celebridades, como cantores sertanejos e apresentadores de televisão.
Antes e depois do visagismo capilar feito por Pablo Marçal com o barbeiro Juarez Leite, de Cuiabá, e exibido na internet.
Reprodução/Redes Sociais
Sobre as roupas, o ex-coach diz que é ele mesmo quem define. “Eu mesmo que escolho as roupas que vou usar [nos debates, por exemplo]. E minha esposa sempre briga. Eu estou de calça jeans assim, como hoje, e ela fica maluca: ‘Você não usa calça jeans com blazer desse jeito’… hahaha! Mas eu acho mais confortável.”
Banho de loja para amadurecer
Prestes a completar 31 anos, a candidata Tabata Amaral (PSB) passou por uma mudança no jeito de se vestir desde que entrou na política e, especialmente agora, na campanha.
O visual de estudante deu lugar a roupas mais sérias na Câmara dos Deputados. E, para a campanha à Prefeitura de SP, a candidata passou por uma repaginação ainda maior, tanto de roupas quanto no cabelo.
O intuito, segundo fontes da campanha, era deixar Tabata com ar de mulher séria, executiva e comprometida com suas bandeiras de campanha.
Tabata Amaral (PSB): da adolescência à Camara dos Deputados, em Brasília, e na campanha para prefeito de SP, em 2024.
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Acostumada a responder sobre propostas, Tabata disse que foi pega de surpresa ao ser questionada pelo g1 sobre quem a ajuda a se vestir.
“Eu sou muito quadrada para essas coisas, mais do que as pessoas esperam”, disse. “Eu queria dizer que tem mais ciência do que realmente tem. Mas tem todo um time e a nossa preocupação [no visual] é sempre lembrar o que é essa eleição: mostrar força, dizer que, sim, temos uma mulher e uma pessoa jovem que pode ser prefeita de São Paulo. E tentar comunicar o que a gente é”, completou.
A candidata também disse ser ela quem escolhe as roupas, mas que conta com a ajuda diária dos assessores mais próximos para escolher os figurinos, especialmente em debates e entrevistas na TV.
Segundo a deputada, seu estilo de se vestir contrasta com o do namorado, João Campos (PSB), que é candidato à reeleição para a Prefeitura do Recife.
Enquanto Campos adota o visual mais descolado, com pintura de cabelo e “óculos da quebrada”, Tabata admite que é mais séria e centrada, mesmo tendo realmente vindo da “quebrada” da Vila Missionária, periferia da Zona Sul de São Paulo, diferentemente de João, que é de família tradicional de políticos pernambucanos.
“Eu sou uma pessoa mais séria. Trabalho muito e talvez o visual seja uma coisa com que não me preocupo muito. Eu estou sempre mandando no grupo [sugestões de peças de roupas], mas no final uso o que estou com vontade”, afirmou.
José Luiz Datena
As jaquetas usadas nos debates televisivos pelo candidato José Luiz Datena (PSDB).
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Datena não passou por grandes transformações para a campanha, mas chamou a atenção pela coleção de óculos de sol com que desfilou nas agendas de rua.
Ele também dispensou terno e gravata, que sempre usou para apresentar seus programas na TV, e preferiu jaquetas escuras nos debates televisivos de que participou ao longo do primeiro turno.
Ao g1, ele contou que escolhe o próprio figurino diariamente, mas não revelou quantos óculos tem em casa.
“Por incrível que pareça, cheguei a ser modelo… Para você ver o que a vida fez comigo. Eu desfilava em passarela e tal. Mas desde cedo eu já acordo com o figurino que vou usar. Nada muito diferente. Eu mesmo escolho as roupas”, afirmou.
A coleção de óculos de sol do candidato José Luiz Datena (PSDB) ao longo do 1° turno de campanha.
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“[Colecionar óculos] é um hobby, mas é porque o diabetes que eu tenho me deu um problema de visão, e a luminosidade em excesso me faz mal. Ele [o diabetes] me trouxe outros legados: não enxergo nem escuto muito bem. Então, a maioria desses óculos tem grau. Quando eu acordo enxergando melhor, uso os [óculos] sem grau. Mas você pode perceber que meu olho vem fechando. A minha pálpebra. Tudo sinal dos meus 67 anos”, disse.
Datena também revelou que tem uma mania: não usa meias. “Não gosto de usar meia. Quem não usava meia era o Amador Aguiar, que ganhava dinheiro pra caramba e fundou o Bradesco. Esta é a minha diferença com ele: eu sei perder dinheiro pra caramba”, brincou.
O candidato José Luiz Datena (PSDB) ao longo de 67 anos
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