Ação deve ser concentrada na região de Ribeirão Preto (SP), que enfrenta o quadro mais grave, segundo Tarcísio de Freitas, em visita a Sertãozinho (SP). Governador também disse estudar linha de crédito a juro zero para auxiliar produtores rurais que tiveram prejuízos. Governador de SP sobrevoa áreas afetadas no estado pelos incêndios
Divulgação/Governo de SP
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou neste sábado (24) uma força-tarefa que vai contar com aeronaves das Forças Armadas para o combate aos incêndios que, desde quinta-feira (22), têm assolado áreas de vegetação e canaviais do interior de São Paulo.
Os trabalhos, segundo ele, se concentrarão em Ribeirão Preto (SP), região mais afetada pela baixa umidade do ar e pelas queimadas, que deixam quase 40 cidades paulistas em alerta máximo, segundo a última atualização do Executivo.
Além de um avião KC-390 da Força Aérea Brasileira (FAB), com grande capacidade de transporte de água, ele confirmou a utilização de helicópteros do Exército e da Marinha para incorporar a operação.
“Essa situação é agravada pela condição meteorológica, a previsão que nós temos é de contínua queda da umidade relativa do ar, aumento de temperatura, a gente tem ventos fortes que devem se intensificar, ou seja, todo o cenário para ter o espalhamento de incêndios. Agora, por outro lado, montamos uma grande força-tarefa em cooperação com o governo federal, que nos enviou o apoio imprescindível das Forças Armadas”, disse o governador em visita a Sertãozinho (SP).
Fogo na região de Pitangueiras, SP, atinge grandes proporções
Reprodução/EPTV
De acordo com Tarcísio, que sobrevoou áreas atingidas durante a manhã após criar um gabinete de crise, a força-tarefa também terá helicópteros da Polícia Militar e aviões de pulverização contratados pelo governo paulista.
Além disso, haverá carros-pipa e brigadistas fornecidos com apoio da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e o suporte de empresas com contratos com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para a realização de aceiros, ou seja, faixas de terra, sem vegetação, que separam plantações de áreas de mata, impedindo que as chamas se propaguem.
Incêndios em SP
Em meio a uma estiagem prolongada e calor acima da média, o estado de São Paulo registrou, entre quinta-feira (22) e sexta-feira (23), 2,3 mil focos de incêndio, número sete vezes maior do que o registrado em todo o mês de agosto de 2023.
Os registros, segundo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), colocam São Paulo no topo da lista de incêndios do país no fim desta semana, muito acima do registrado, por exemplo, por estados da Amazônia Legal.
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Os números são do Programa BDQueimadas, mantido pelo Inpe, com base em satélites de referência, ou seja, utilizados para a obtenção dos dados que compõem a série histórica e permitem o comparativo entre diferentes períodos.
Os incêndios se concentram principalmente em municípios da região de Ribeirão Preto (SP), de São José do Rio Preto (SP), de Presidente Prudente (SP), São Carlos (SP) e Bauru (SP).
No topo da lista do Inpe aparecem as cidades de Pitangueiras (SP), Altinópolis (SP) e Sertãozinho (SP), que juntas somam 203 focos. Pontes Geral (SP), Urupês (SP), Salmourão (SP) e Pontal (SP) aparecem na sequência com mais 165 casos. Ribeirão Preto (SP) consta entre as 20 cidades com mais ocorrências do estado, com 32.
Uma série de ocorrências, sobretudo envolvendo canaviais em chamas e a morte de dois trabalhadores que tentavam combater o fogo nesta sexta em Urupês, levaram o Governo do Estado a criar um gabinete de crise para discutir soluções ao problema.
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