15 de março de 2025

Inflação argentina fica em 2,4% em fevereiro e cai para 66,9% em 12 meses


Resultado veio em linha com estimativas de analistas. País passa por um grande ajuste econômico sob o comando do presidente ultraliberal Javier Milei. O presidente da Argentina, Javier Milei, vem ao Brasil participar de evento conservador
Natacha Pisarenko/AP
A inflação da Argentina ficou em 2,4% em fevereiro, apontou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos do país (Indec).
O resultado, que veio linha com estimativas de analistas, representa uma aceleração em relação aos 2,2% registrados em janeiro.
Enquanto isso, a inflação acumulada em 12 meses até fevereiro atingiu 66,9%, abaixo da taxa de 84,5% registrada no mês anterior.

O índice oficial de preços do país apresentou progresso ao longo do primeiro ano de gestão do presidente ultraliberal Javier Milei. Nos últimos meses, no entanto, a taxa mensal estagnou, ficando entre 2% e 3%.
A Argentina, que já vinha enfrentando uma forte recessão, passa por um grande ajuste econômico. Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados.
Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais. Com isso, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor — cenário que tem despertado protestos pelo país.
Por outro lado, o presidente conseguiu uma sequência de superávits (arrecadação maior do que gastos) e retomada da confiança dos investidores.
Milei busca manter o ímpeto positivo na economia em meio a negociações sobre um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem a Argentina deve mais de US$ 44 bilhões.
Nesse cenário, reduzir a inflação é fundamental para o governo do líder argentino, que deseja eliminar os controles de capitais que prejudicam os negócios e os investimentos. Para isso, Milei quer que a inflação permaneça abaixo de 2% ao mês.
No início do ano passado, a inflação em 12 meses na segunda maior economia da América do Sul chegou a perto de 300%. Mas, desde então, caiu para dois dígitos, e analistas consultados pelo banco central preveem que a inflação no final de 2025 cairá para 23,3%.
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