Justiça recebeu denúncia do Ministério Público, que acusou Lokinho e Stanlley Gabryell por duplo homicídio e lesão corporal grave com dolo eventual. Além das duas mulheres mortas, outras duas crianças ficaram feridas após serem atropeladas na rodovia. Influenciador e namorado viram réus por acidente que matou duas mulheres em Teresina
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A Justiça do Piauí tornou réus o influenciador Pedro Lopes Lima Neto, conhecido como Lokinho, e seu namorado Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa pelo atropelamento que matou duas mulheres e feriu duas crianças na noite de 7 de outubro deste ano, na BR-316, Zona Sul de Teresina.
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Eles respondem pelos crimes de duplo homicídio e lesão corporal grave com dolo eventual – quando se assume o risco do ato cometido e suas prováveis consequências. Procurada pelo g1, a defesa dos réus informou que irá se manifestar apenas no decorrer do processo.
Na decisão, assinada na quinta-feira (7) pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, a magistrada recebeu a denúncia do Ministério Público do Piauí (MPPI), que acusou tanto Stanlley quanto Lokinho pelos mesmos crimes. Anteriormente, a Polícia Civil do Piauí (PCPI) tinha indiciado o influenciador somente por entregar a condução do veículo a pessoa não habilitada.
“A denúncia se encontra instruída com laudos de exames periciais, vídeos que revelam o momento dos fatos constantes nos autos e os depoimentos colhidos pela autoridade policial […] Os acusados estão suficientemente identificados e a classificação dos fatos se encontra em consonância com a descrição da denúncia”, escreveu a juíza.
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Conforme a decisão, Lokinho e Stanlley devem responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. Eles também não podem mudar de endereço ou sair temporariamente sem avisar à Justiça onde podem ser encontrados. O namorado do influenciador está preso desde o dia do atropelamento, na Cadeia Pública de Altos.
Agora, os réus serão julgados por duplo homicídio e lesão corporal grave. A Justiça ainda vai definir se eles serão levados a júri popular.
Laudo indicou mudança de faixa
PRF conclui laudo pericial sobre acidente com influencer em que duas mulheres morreram
O laudo pericial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre o acidente concluiu que Stanlley Gabryell, que dirigia o carro do namorado Lokinho, mudou de faixa e atropelou as pedestres. Segundo a polícia, a atitude comprova o dolo eventual e negligência na direção.
De acordo com o inspetor Isaías Segundo, da PRF, a perícia fez uma análise no local do acidente e nos vídeos coletados para determinar a dinâmica do atropelamento. Na mudança de faixa, o carro passou da esquerda para a direita sem nenhum elemento à frente que forçasse a manobra.
“Os pedestres estavam no bordo da pista, fazendo o trajeto na contramão do fluxo, de forma correta, preconizada pela legislação de trânsito, quando foram atropelados”, afirmou o inspetor.
O delegado Carlos César, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Trânsito (DRCT), observou que a mudança de faixa sem necessidade demonstra uma “direção sem objetividade e com negligência”. Ele relembrou que Stanlley não tinha habilitação para dirigir, assim como Lokinho, e assumiu o risco de causar o acidente.
Inconsistências em depoimento
Delegado ouve envolvidos em acidente que vitimou duas mulheres na BR-343
Os réus foram ouvidos em 15 de outubro pelo delegado Carlos César, que indiciou Stanlley por homicídio doloso e lesão corporal dolosa e Lokinho por entregar a condução do veículo a pessoa não habilitada.
Conforme o delegado, Stanlley dirigiu o carro mesmo sem habilitação, mas um dos vídeos obtidos pela polícia mostra tanto ele como Lokinho saindo pela porta do motorista após o acidente. O namorado de Lokinho sai primeiro e, minutos depois, é a vez do influenciador.
Questionados sobre isso, os réus disseram que o influenciador estava no banco do carona, mas, depois do atropelamento, passou para o banco do motorista para manobrar o carro para fora da rodovia, já que estava no meio da pista.
Ainda segundo o delegado, outros vídeos que capturaram que o carro trafegava de forma estranha pela pista, antes do atropelamento. Sobre isso, os dois não conseguiram explicar o que houve.
“Outro vídeo mostra, a cerca de 50 metros antes do local do atropelamento, o veículo freando e mudando de faixa bruscamente, minutos antes do acidente. Queríamos saber se houve algum acontecimento dentro do carro que tivesse propiciado o crime. Nesse momento, os interrogados, disseram que não sabiam explicar, deram respostas meio vagas”, afirmou o delegado Carlos.
Vídeo do acidente
Momento do acidente que deixou duas mulheres mortas e outras pessoas feridas na BR-316
Imagens de câmera de segurança registraram o momento em que duas mulheres morreram e duas crianças ficaram feridas vítimas de um atropelamento na BR-316, no bairro Santo Antônio, Zona Sul de Teresina.
No vídeo, é possível ver cinco pessoas, uma delas levando um bebê de colo, caminhando na beira da via. Em determinado momento, duas delas se afastam no grupo, e no instante seguinte, a caminhonete atropela as demais: duas mulheres, uma menina de 11 anos e a bebê de dois anos.
As vítimas do acidente foram Marly Ribeiro da Silva, de 40 anos, que morreu em uma ambulância a caminho do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e Kassandra de Sousa Oliveira, que faleceu no local do acidente.
A filha de Kassandra, Maria Suely Oliveira Rocha, de 11 anos, está em coma e respirando por aparelhos, enquanto a irmã da garota, Maria Alice de Sousa Oliveira, de dois anos, teve ferimentos leves e foi liberada do hospital.
Vídeo mostra atropelamento que matou duas mulheres e feriu crianças na BR-316
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Morto baleado
Após o atropelamento, houve um tumulto no local do acidente e o mecânico Tiago Henrique do Nascimento, de 38 anos, que havia descido de seu veículo para tentar ajudar as vítimas, foi baleado e morto.
Em um vídeo, Tiago aparece em luta corporal contra dois homens, e um deles dispara um tiro na direção dele. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ainda outra situação no local, onde uma mulher foi atingida por outro tiro.
No domingo, um revólver calibre 32 foi apreendido próximo ao local, após ter sido arremessado sobre peças de sucata que ficam às margens da rodovia. Já na segunda-feira (7), um policial militar se apresentou ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e entregou outra arma. Ele é suspeito de balear e matar Tiago Henrique.
Agora, as duas armas (a encontrada no local e a entregue pelo PM) serão periciadas pela Polícia Civil, que investiga o caso.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ainda outra situação em qu uma mulher foi atingida por outro tiro
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