Institutos ligados à Vale fazem a diferença na região ao incentivar a bioeconomia, a ciência e a cultura Katia Fagundes, artesã criadora da marca Da Tribu, acelerada pela AMAZ, com apoio do Fundo Vale
Fernando Sette
Os desafios da região amazônica são complexos e exigem soluções multidisciplinares para serem superados. É preciso dar atenção à questão ambiental e ir além, com iniciativas que impulsionem também a economia, a ciência e a cultura – valorizando as riquezas, saberes e talentos da região.
A Vale, por meio de diversas iniciativas, ajuda a promover o desenvolvimento social e econômico com sustentabilidade na Amazônia. São ações como o Fundo Vale, que incentiva o empreendedorismo aliado à conservação da floresta, o Instituto Cultural Vale, que valoriza a cultura amazônica e brasileira, e o Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV DS), que investe em formação de cientistas e em geração de conhecimento para melhorar a vida das pessoas em sintonia com o meio ambiente. Com anos de trabalho, as três iniciativas já apresentam resultados perceptíveis.
Empreendedorismo sustentável
Há 15 anos, o Fundo Vale apoia iniciativas de bioeconomia na Amazônia, com o objetivo de fortalecer cadeias produtivas sustentáveis, promover a conservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico das comunidades locais. Projetos que geram uma economia mais sustentável, justa e inclusiva são apoiados, contribuindo diretamente para a conservação dos ecossistemas e a recuperação de áreas.
A abordagem do Fundo envolve parcerias com organizações da sociedade civil, governos, empresas e empreendedores, no apoio a iniciativas que valorizam os saberes tradicionais e a inovação. As iniciativas incluem a recuperação de áreas por meio de Sistemas Agroflorestais, manejo sustentável de cadeias produtivas extrativistas, fortalecimento de negócios de impacto socioambiental, mecanismos financeiros mais adequados à realidade da região, além de agendas estruturantes para a Amazônia como conectividade, monitoramento do desmatamento e regularização fundiária.
Por meio da parceria com a AMAZ, maior aceleradora de negócios de impacto da Região Norte, o Fundo Vale já apoiou a aceleração de 33 negócios e investimentos em 18 empreendimentos. Um deles é a Da Tribu, iniciativa de moda sustentável liderada pelas empreendedoras sociais Kátia e Tainah Fagundes, mãe e filha, em Belém, capital do Pará. O negócio produz joias e biomateriais como fios e tecidos a partir da borracha amazônica, valorizando os saberes tradicionais dos povos da floresta e colaborando diretamente com comunidades ribeirinhas.
“A gente vem caminhando nessa trajetória com a borracha amazônica e a moda sustentável, olhando para essa preservação, onde a gente entende que trazer as pessoas que vivem na floresta, na sua atuação, naquilo que eles melhor fazem, que é cuidar da floresta, para dentro do processo, é essencial. Os conhecimentos ancestrais, os saberes dos povos, estão nessas técnicas”, explica Tainah Fagundes.
DESTAQUE
• 41 mil pessoas foram impactadas, direta ou indiretamente, pelos negócios e iniciativas apoiadas pelo Fundo Vale em 2023.
• Em 15 anos de trabalho, o Fundo Vale aportou quase R$ 400 milhões, em 143 iniciativas, por meio de 89 parceiros.
• Mais de 340 empreendimentos de impacto foram apoiados, incluindo negócios, cooperativas e associações.
Incentivo à cultura e arte
Apostando na cultura como instrumento de transformação social, desde 2020 o Instituto Cultural Vale trabalha para democratizar o acesso à arte e ao conhecimento, incentivando as múltiplas manifestações culturais.
A instituição fomenta a economia criativa amazônica e brasileira, por meio da realização, articulação e patrocínios de iniciativas culturais, produção de exposições e outras programações culturais nas áreas de música, dança, festividades, patrimônio, oferta de formações para todos os públicos e desenvolvimento de novos agentes culturais. Desde 2020, são mais de 800 projetos patrocinados e investimentos que somam R$1,1 bilhão, via Lei Federal de Incentivo à Cultura e próprios.
A Vale também apoia iniciativas que preservam memórias amazônicas e criam oportunidades para artistas e produtores de cultura. Uma das parcerias estratégicas é o apoio à Bienal das Amazônias. Idealizado e dirigido por Lívia Conduru, o evento artístico teve a Vale como primeira patrocinadora do projeto, por meio do Patrocínio Master do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Lívia Condurú, produtora cultural e diretora executiva da Bienal das Amazônias
Fernando Sette
Lívia Conduru, mestre em Artes pela Universidade Federal do Pará e atuante há quase duas décadas como produtora cultural na Amazônia, destaca o papel transformador da cultura na preservação do território. “Ao envolver artistas, ativistas e líderes locais, a Bienal das Amazônias fomenta a reflexão crítica sobre o território e as problemáticas ambientais e sociais, possibilitando que o próprio povo amazônico seja o agente de transformação. A arte, nesse contexto, se torna uma ferramenta poderosa para fortalecer a população, educar sobre a importância da preservação ambiental e promover a justiça social”, enfatiza Lívia.
DESTAQUE
• Nos últimos três anos, o ICV investiu mais de R$147 milhões na cultura do Pará.
• 833 projetos, em diferentes vertentes, foram patrocinados em todo o Brasil.
• Mais de 1.700 estudantes atendidos em formações na Casa da Cultura de Canaã dos Carajás e no Vale Música Belém em 2024.
Ciência para as pessoas e a floresta
O Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV DS) atua desde 2010 na promoção e no compartilhamento de conhecimentos sobre a biodiversidade da Amazônia. Em Belém, o Instituto desenvolve soluções tecnológicas que enfrentam os desafios e o papel das indústrias frente à conservação do meio ambiente.
Com mestrado profissional aberto à sociedade, novos cientistas são capacitados todos os anos para desenvolver soluções que respeitam o meio ambiente e valorizam a natureza para expandir o conhecimento e gerar inovação de forma sustentável. Para isso, o ITV DS conta com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e bolsistas, além de parcerias com instituições científicas no Brasil e no exterior.
A pesquisadora Sâmia Nunes, belenense e doutora em Ciências Ambientais pela Universidade de Lancaster, no Reino Unido, é uma das líderes no campo da restauração florestal e Sistemas Agroflorestais.
Professora do mestrado profissional do ITV, ela destaca a importância da ciência para enfrentar os desafios socioambientais da Amazônia, aliando conservação ambiental e desenvolvimento comunitário. “A ciência auxilia na busca de soluções para desafios socioambientais, como aliar o desenvolvimento das comunidades com a conservação da vegetação. Na Vale, trabalho com restauração de florestas, para promover o retorno da biodiversidade, conservação do meio ambiente e, ao mesmo tempo, geração de renda para as comunidades”, afirma Sâmia Nunes.
Dra. Sâmia Nunes, pesquisadora, professora do ITV e especialista em restauração florestal e sistemas agroflorestais
Fernando Sette
Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são uma técnica que combina plantios agrícolas com espécies florestais. Eles despontam como uma alternativa de produção sustentável, ao promover a recuperação da vegetação e do solo enquanto geram benefícios econômicos para os agricultores. “Os SAFs são um exemplo potencial de bioeconomia, que vem se consolidando como mola propulsora capaz de potencializar o desenvolvimento regional. A aplicação prática da ciência por meio do desenvolvimento tecnológico promove inovação de impacto, em colaboração com cientistas e não cientistas, contribuindo também com o potencial de geração de renda a partir da floresta viva e atuando como ponte para a bioeconomia na Amazônia”, reforça Sâmia Nunes.
DESTAQUE
• Mais de R$1 bilhão investidos em ações de proteção, pesquisa, desenvolvimento territorial e incentivo à cultura na Amazônia.
• Mais de R$ 600 milhões aplicados em pesquisa científica pelo ITV DS em 14 anos.
• 166 bolsas de pesquisa vigentes e 41 pesquisadores permanentes em 2024.