Moradora de Juiz de Fora há quase 40 anos, Maria Margarete Fernanda Batista oferece itens para mamães. Segundo ela, gesto de carinho e delicadeza também é uma forma de ocupação do tempo e de agradecimento à recuperação de saúde. Aposentada de Juiz de Fora monta e oferece enxovais para bebês em vulnerabilidade
‘Ajudar é uma coisa que aprendi com a minha mãe, quem me ensinou foi ela, que era muito caridosa e não aceitava que alguém batesse na nossa porta e a gente deixasse sair com a mão abanando’.
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É inspirada na mãe, dona Socorro, que a aposentada Maria Margarete Fernanda Batista, de 62 anos, pratica seu gesto de solidariedade e amor ao próximo montando enxovais para recém-nascidos em situação de vulnerabilidade. As doações são direcionadas a mães de Juiz de Fora e outras cidades da região.
Somente no ano passado, foram montados 16 enxovais, com roupinhas para bebezinhos e até mesmo outros itens, como banheira e cadeirinha de descanso:
“Distribuo no boca a boca, quando alguém descobre que eu monto e vem me pedir. Vou comprando e deixando um ou outro já pronto para uma situação mais urgente. Comecei montando em Manhuaçu, para duas funcionárias da clínica do meu filho. Para o Rio já mandei três ou quatro. Já enviei para Belo Horizonte e também doei para a igreja que participo, no Cascatinha/Teixeiras, aqui em Juiz de Fora, onde moro”.
O apoio vem também do ambiente familiar: “Meu marido me ajuda muito. Vou em promoção em brechó, fico uma ou duas horas e ele me espera”, brinca. “Vou em BH e garimpo por lá também. Minhas irmãs que vão costureiras também me ajudam e montam as toalhas de banho. Minha cunhada me ajuda bastante e outras pessoas que vão auxiliando também”.
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Medo de autopromoção
Maria Margarete prepara enxovais para doar para recém-nascidos
Arquivo Pessoal
Até pouco tempo atrás, Margarete preferia manter discrição quanto ao gesto de carinho. Mas uma conversa com o padre na igreja que frequenta a deixou com o coração mais tranquilo a respeito da autopromoção:
“Ficava arredia como se eu tivesse propagando como autopromoção. Mas o padre me orientou a falar, pois isso é uma ajuda a alguém, é um bom exemplo”, disse Margarete, mãe de dois filhos e avó de três netos.
“Oitenta por cento dos kits são pagos do meu bolso, que sou aposentada com salário mínimo. Meu marido me cobrava por eu não ser dizimista na igreja. Mas o padre me tranquilizou e disse que isso [as doações] é o meu dízimo”.
Superação pessoal
Ainda de acordo com ela, o afeto com as grávidas e com os recém-nascidos também é motivado por um problema de saúde vivido:
“Faço também em agradecimento a Deus pela minha saúde. Fiquei em coma em um hospital por oito dias, após uma septicemia que tive depois de uma cirurgia que fiz no intestino. Em 2018 também tive uma pancreatite aguda grave, com septicemia também. Então é uma forma de agradecimento”.
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Embora não tenha contato com todas as mamães que ganham seus kits, Margarete diz receber ânimo com o feedback que recebe: “Ás vezes fico sabendo que as mães ficam emocionadas, embora não tenha contato direto com a maioria delas. Costumo ter notícias, receber fotos, mesmo sem contato próximo”, explicou.
“As doações me ocupam porque eu e meu esposo somos sozinhos em Juiz de Fora. Se Deus mandar saúde para mim e para os meus filhos já tá bom demais”, respondeu ela sobre retornos que gostaria de receber.
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