Ferimentos aconteceram durante sessão feita no sábado (2), em unidade localizada no Campinas Shopping. Boletim de ocorrência de lesão corporal foi registrado no 2º Distrito Policial. Instrutora de pilates sofreu queimaduras no rosto após sessão de depilação a laser
Janini Leite Diniz/Arquivo pessoal
Uma instrutora de pilates de 31 anos denunciou que sofreu queimaduras no rosto durante um procedimento em uma clínica de depilação a laser no Campinas Shopping, no Jardim do Lago, em Campinas (SP). Um boletim de ocorrência de lesão corporal foi registrado no 2º Distrito Policial da metrópole.
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Segundo Janini Leite Diniz, os ferimentos aconteceram no sábado (2), na última sessão de um pacote de 10, após a cliente informar à clínica que não estava satisfeita com o resultado do procedimento no rosto. Com isso, a responsável pela aplicação do laser teria aumentado a potência do equipamento.
“Na hora eu senti um desconforto, só que na clínica não tinha espelho. Eu saí e meu esposo, que estava me acompanhando no shopping, falou: ‘Acabaram com seu rosto’. Nisso eu já não estava mais aguentando de dor, não aguentei, tive que colocar gelo para fazer analgesia”, conta a instrutora de pilates.
Na clínica, Diniz foi orientada a utilizar uma pomada, mas precisou recorrer ao pronto-socorro após não ver melhora na pele. No hospital, recebeu o diagnóstico de queimadura, tomou uma injeção e recebeu a receita de um antibiótico. No domingo (3), a instrutora passou com uma médica dermatologista on-line que reforçou o diagnóstico.
“A resposta dela [médica] foi bem negativa no sentido de falar que eu tinha que ir atrás de quem causou os problemas, porque possivelmente eu teria que fazer alguns procedimentos estéticos, e a pessoa teria que se responsabilizar”, relata.
Mas, de acordo com a cliente, a clínica se recusa a assumir responsabilidade pelos ferimentos e se propôs a arcar com R$ 300 em medicamentos – o gasto de Janini, porém, já ultrapassou a quantia. Diante disso, a instrutora de pilates pediu auxílio a uma advogada e vai recorrer à Justiça.
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Danos estéticos
Ao g1, o presidente da Comissão de Direito do Consumidor da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Campinas, Ricardo Chiminazzo, destacou que casos como o de Janini podem levar a ações por danos morais e até estéticos.
“O objetivo final é que ela seja restabelecida a como ela estava antes das queimaduras, ela ser ressarcida do que gastou no tratamento disso e, eventualmente, tem alguns entendimentos que ela tem direito a danos estéticos e morais. […] No fundo, a base da reclamação é a mesma, que são duas, na verdade: o desassossego que é o dano moral, o incômodo, a preocupação, essa angústia que a pessoa fica por conta da lesão e, também, o dano estético”, detalha.
Chiminazzo frisou a importância de documentar todos os problemas causados por meio de fotos, laudos e comprovantes, além de procurar órgãos como o Procon e, em casos nos quais seja necessário, a Polícia Civil.
“A pessoa tem esses direitos e a busca deles é através disso, registro fotográfico, laudo do hospital, se a pessoa precisou se dirigir ao hospital e, em casos mais extremos, até o boletim de ocorrência contra a empresa, para demonstrar que houve uma lesão corporal”, explica o advogado.
O que diz a clínica?
Em nota, a Vialaser destacou que é considerada “a melhor rede de depilação a laser no Brasil” e utiliza equipamentos de “altíssima tecnologia” para realização de procedimentos há mais de 12 anos.
“Lastimamos o ocorrido, e informamos que nos vemos impossibilitados de proceder com a sua exposição, pois se trata de dados e informações sensíveis e sigilosas, as quais deverão ser tratadas tão somente junto da cliente e/ou órgãos/autoridade competente, em momento oportuno”, diz o texto.
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