25 de dezembro de 2024

Integral, desnatado, sem lactose: entenda diferenças entre tipos de leite e saiba qual mais indicado para você

A cidade de Castro (PR) é considerada a Capital Nacional do Leite e este mês recebe uma das principais feiras da América Latina do setor leitor. Tipos de leite consideram quantidade de gordura e tipo de tratamento do alimento
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A variedade de tipos de leite pode gerar dúvidas ao consumidor na hora da compra. Afinal, quais as diferenças do integral para o desnatado? Ou entre o “longa vida” e aqueles que devem obrigatoriamente ficar na geladeira?
Para ajudar nessa escolha, o g1 ouviu a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Renata Freitas de Macedo, que explica as diferenças entre os tipos de leite e para qual público cada um é indicado.
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Integral
Para ser considerado integral, o leite não passa pelo processo de redução de matéria gorda e contém pelo menos 3% de gordura.
É indicado para quem não tem restrição calórica nem problemas como colesterol alto, já que preserva as gorduras originais do leite. Justamente por isso, oferece mais saciedade e pode ser a opção ideal na cozinha, pois contribui para que as receitas fiquem mais cremosas e encorpadas.
Semidesnatado
Esse leite passa por um processo de redução parcial da gordura, contendo uma variação de 0,6% a 2,9% do nutriente. É o “meio termo” entre o integral e o desnatado, sendo indicado para quem precisa reduzir a ingestão de calorias, mas não quer abrir mão da consistência e do sabor do leite.
Desnatado
O leite desnatado tem uma redução quase total das gorduras, podendo ter no máximo 0,5% na composição. Esse processo, além de deixar o produto com uma consistência mais aguada, pode retirar vitaminas importantes, já que algumas dessas substâncias são lipossolúveis, sendo carregadas pela gordura.
É uma opção indicada para quem realmente precisa restringir a ingestão calórica ou diminuir a quantidade de gordura na alimentação.
Sem lactose
Durante a industrialização, o produto pode sofrer alterações a partir da quebra do açúcar do leite, a lactose, com a ajuda da enzima chamada lactase. Nesse processo, a lactose se divide em dois açúcares, a glicose e a galactose, tornando o produto mais doce.
Esse tipo é recomendado somente para quem tem intolerância à lactose, ou seja, para aqueles que não produzem ou produzem a lactase em pouca quantidade.
Quem tem deficiência em produzir a enzima pode sofrer com inchaço abdominal, gases e diarreia ao consumir o leite tradicional. Importante ressaltar que o leite sem lactose não é um leite light, não sendo indicado para quem tem diabetes, por exemplo.
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Pasteurizado
Leite passa por tratamento térmico para a destruição microbiana
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Outra característica que deve ser observada na hora da compra e consumo do leite é o tipo de tratamento térmico a que o alimento é submetido para a destruição microbiana.
O leite pasteurizado passa pelo processo chamado de HTST, na sigla em inglês, ou Alta Temperatura, Curto Tempo, em tradução livre. A técnica submete o líquido a temperaturas entre 72ºC e 75ºC por um período de 15 a 20 segundos.
Com isso, microrganismos capazes de fazer mal à saúde são destruídos. Porém, alguns microrganismos do próprio organismo da vaca podem sobreviver no alimento e deteriorar o produto. Por isso, todo leite pasteurizado deve ser armazenado sob refrigeração a no máximo 4ºC.
O pasteurizado possui características sensoriais mais próximas às do leite cru, porém, apresenta um prazo de validade menor, em torno de 15 dias.
Apesar de ser propagado que o leite pasteurizado é melhor para a flora intestinal, por conter os chamados probióticos, ou as bactérias benéficas ao intestino, isso nem sempre é verdade.
Para ter efeito probiótico, o leite tem que conter uma quantidade mínima de probióticos de 1 milhão de células por mililitro. No entanto, de 95% a 99% da microbiota são destruídos na pasteurização. Além disso, nem todas as bactérias que estão no leite cru possuem características probióticas.
Então, em resumo, a professora explica que o leite pasteurizado pode ser mais recomendado para quem aprecia um produto que preserve o sabor e a consistência do leite natural e não tenha problemas em consumi-lo mais rapidamente.
UHT
Os chamados leites longa vida passam por uma esterilização, também conhecida como UHT, ou Temperatura Ultra Alta, em tradução livre.
Esse é um tratamento térmico mais intenso, em que o leite é submetido a temperaturas entre 130ºC a 140ºC por no máximo 6 segundos. Na sequência, o líquido é imediatamente resfriado abaixo de 32°C e envasado em embalagens formadas por 6 camadas que impedem o contato do leite com luz, água e microrganismos.
Tanto pelo processamento térmico – capaz de destruir toda microbiota que possa estar presente no leite cru – quanto pela embalagem, o leite esterilizado tem um prazo de validade mais longo em relação ao pasteurizado, com uma vida útil entre 3 a 4 meses.
Assim como o pasteurizado, o leite UHT é voltado para qualquer público, com ou sem necessidades alimentares especiais. O que mais interfere aqui é o período de armazenamento, a melhor opção para famílias que costumam comprar o produto em quantidades maiores.
Leite A
Também dentro da geladeira do supermercado, ao lado de outros leites pasteurizados, o consumidor pode encontrar o chamado leite A, um produto tido como premium por contar com padrões mais rigorosos desde o rebanho até a produção, a qual deve ser feita dentro da propriedade, sem a necessidade de transportar o leite para uma unidade de processamento externa.
Outra classificação, essa um pouco mais recente, é a do leite A2, indicado para quem tem alergia à caseína, a principal proteína do leite. Ele é produzido por vacas com a genética A2A2 na produção de beta-caseína. Neste caso, o produto também é vendido em caixinhas.
Enquanto a primeira opção é recomendada para consumidores mais exigentes, a segunda é mais indicada para pessoas com restrições alimentares.
Paraná é destaque na produção de leite
24ª edição da Agroleite, em Castro, estima aumento de 20% no número de expositores
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O Paraná é o segundo maior produtor de leite do país, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Os dados mais recentes apontam que o estado produziu 4,5 bilhões de litros no ano passado.
O alimento é também um dos que mais gera valor no campo, ocupando o 4º lugar em Valor Bruto da Produção no Paraná, com R$ 11,4 bilhões, o que representa 6% do valor total.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de Minas Gerais liderar o ranking nacional, é na cidade de Castro, nos Campos Gerais, que está a maior bacia leiteira do Brasil, com mais de 400 milhões de litros de leite produzidos por ano.
A cidade é inclusive considerada a Capital Nacional do Leite e recebe na semana que vem a 24ª edição da Agroleite, promovida pela cooperativa Castrolanda.
A feira vai de 6 a 9 de agosto, com previsão de receber mais de 120 mil pessoas, incluindo produtores locais, de outros estados e de fora do Brasil, principalmente da Argentina, Uruguai e Chile.
De acordo com o gerente do evento, Gustavo Viganó, a edição deste ano teve um aumento de mais de 20% no número de expositores, que deverá ultrapassar 300 empresas presentes.
O evento deste ano está focado em enfrentar os desafios atuais da cadeia leiteira, que vão desde a necessidade de aumentar a produtividade de forma sustentável até a adaptação às mudanças climáticas.
Produção de leite em Castro, nos Campos Gerais do Paraná
RPC Ponta Grossa
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