15 de novembro de 2024

Integrantes do STF conectam ação de Francisco Wanderley aos ataques de 8 de janeiro de 2023


Nesta quinta-feira (14), prédio do Supremo Tribunal Federal passou por uma vistoria, e a segurança reinstalou as grades de proteção, que haviam sido retiradas no começo de 2024. Ministro Alexandre de Moraes se manifestou sobre o ataque ao STF
Reprodução/TV Globo
O ministro Alexandre de Moraes se manifestou sobre o ataque ao STF na manhã desta quinta-feira (14).
Em um evento do Conselho Nacional do Ministério Público, Alexandre de Moraes fez uma relação entre o atentado de quarta-feira (13) e os atos golpistas de 8 de janeiro.
“Queira a Deus que seja um ato isolado esse ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o Gabinete do Ódio, famoso Gabinete do Ódio, começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente, contra a autonomia do Judiciário, contra o Supremo Tribunal Federal. Não só como instituição, mas contra as pessoas, os ministros do Supremo Tribunal Federal e os familiares de cada um dos ministros. Isso foi se agigantando e resultou na tentativa de descrédito das instituições, isso resultou no 8 de janeiro”, afirmou o ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
Logo cedo, o prédio do STF – Supremo Tribunal Federal passou por uma vistoria, e a segurança reinstalou as grades de proteção, que haviam sido retiradas no começo de 2024. Ao abrir a sessão do Tribunal, no início da tarde, o presidente Luís Roberto Barroso condenou a violência contra as instituições democráticas e defendeu punição rigorosa.
“No dia 8 de janeiro de 2023, milhares de pessoas, mancomunadas via redes sociais com a grave cumplicidade de autoridades, invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes da República. Relativamente a esse último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo, sem ver que dão incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar. A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil: a ideia de aplacar e de deslegitimar a democracia e suas instituições em uma perspectiva autoritária e não pluralista de exercício do poder, inspirada pela intolerância, pela violência e pela desinformação. O episódio de ontem será apenas mais uma cicatriz na história”, disse o ministro Luís Roberto Barroso.
INFOGRÁFICO: Quem é autor de atentado contra STF, como ele agiu e o que se sabe sobre explosões
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também defendeu rigor na punição a quem comete crimes contra a democracia:
“Fica claro que o desrespeito às instituições continua a ter sinistros desdobramentos, demonstrando a importância do esforço que vem sendo desenvolvido pela Procuradoria-Geral e pelo Supremo Tribunal na apuração de responsabilidades e punição por atos violentos de propósito antidemocrático”.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD, disse, em nota, que:
“O triste episódio que chocou a todos e, lamentavelmente, resultou na morte de uma pessoa, demonstra o quanto devemos repudiar e desestimular atos de violência e discursos de ódio em nosso país”.
Vídeo mostra momento em que homem detona explosivos em frente ao STF
Na quarta-feira (13), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, já havia se manifestado em nota. Ele reafirmou, veementemente, o total repúdio dele a qualquer ato de violência.
O presidente Lula chegou para trabalhar nesta quinta-feira (14), normalmente, às 9h e não se pronunciou sobre o ataque ao Supremo. Segundo assessores, ele está recebendo relatos periódicos sobre a investigação do atentado e vai aguardar o momento mais oportuno para se manifestar. No meio da tarde, Lula viajou para o Rio de Janeiro, onde vai participar do encontro do G20.
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