Declarações fazem parte de inquérito que indiciou Luís Fernando Silveira por tentativa de feminicídio, estupro e violência psicológica em Franca. Ele está preso preventivamente. Depoimentos revelam que engenheiro que esfaqueou ex esperava ser solto rápido por dinheiro
Um investigador que acompanhou o engenheiro civil Luís Fernando Silveira logo depois que ele foi preso em flagrante por esfaquear a ex-mulher Amanda Ramazini, a filha de 1 ano e a sogra no apartamento que foi do casal em Franca (SP) no dia 21 de outubro refutou, em depoimento prestado à Polícia Civil, a alegação de que o investigado se arrependeu do que fez.
“Aliás, muito pelo contrário, pois por várias vezes repetiu a mim que queria que ela estivesse morta, inclusive me questionou se ela estava estável, e logo disse que infelizmente ela não havia morrido”, afirmou o agente público em um relatório sobre as investigações.
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Amanda Ramazini foi atacada com a filha pelo ex-marido, Luis Fernando Moreira, em Franca, SP
Arquivo Pessoal
O documento está no inquérito da delegada Juliana da Silva Paiva, que indiciou Silveira por tentativa de feminicídio – recentemente enquadrado como crime autônomo no Código Penal -, estupro e violência psicológica.
O engenheiro está preso preventivamente por decisão da Justiça, que considerou a liberdade do investigado um risco para as vítimas.
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Luis Fernando Silveira, de 32 anos, é suspeito de esfaquear a ex, a filha e a sogra em Franca (SP)
Reprodução/ Redes sociais
Advogado de defesa de Silveira, Wesley Felipe Martins disse que entraria com um pedido de habeas corpus, que o engenheiro estava arrependido do que fez e agiu em um momento de raiva por ter sido impedido de ver o filho.
A ex-mulher levou 20 facadas, teve placenta deslocada e pulmão perfurado, mas não perdeu o bebê, e recebeu alta na última quinta-feira (24). A mãe dela e a filha de 1 ano já tinham sido liberadas após atendimento médico.
Suspeito questionou paternidade, diz investigador
No relatório, o investigador afirma que, no dia da prisão em flagrante, Silveira citou posses da família e bom salário e perguntou se poderia pagar fiança para ser solto. Além disso, quanto à gravidez da ex-, o agente público afirma que o indiciado chegou a questionar a paternidade e se mostrou preocupado com os gastos com pensão que teria em função da separação.
“Para ele o valor que ela estava pleiteando não fazia sentido”, disse.
No documento, o investigador também relata que Silveira demonstrava afeto pelo filho e alegou ter esfaqueado a ex porque tinha sido impedido de ver a criança. “Porém, demonstrou frieza quanto à gravidez de sua esposa, e não questionou sobre o estado de saúde de sua filha de um ano, que estava no colo da vítima e também foi ferida.”
Por fim, ele volta a mencionar que o engenheiro não demonstrava estar arrependido.
“Já na Cadeia, ao desembarcar da viatura, o indiciado voltou a repetir que infelizmente sua esposa estava viva.”
Vídeo mostra engenheiro sendo contido após esfaquear ex, filha de 1 ano e sogra em Franca
Vítimas atacadas em condomínio
Amanda, a mãe Rosana Ramazini, de 57 anos, e a filha de 1 ano foram atacadas a facadas no dia 21, quando estiveram no apartamento onde a mulher vivia com o ex-marido e os filhos, no Jardim Noêmia, em Franca.
O casal estava separado havia um mês e Amanda tinha uma medida protetiva contra o engenheiro por conta das agressões anteriores.
Ela teve um dos pulmões perfurados, levou mais de 100 pontos, 60 pontos só na cabeça, e também foi ferida gravemente no pulso, quando a faca ultrapassou o local e, por pouco, não pegou uma artéria, segundo os médicos.
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