Nível do lago subiu 40 centímetros em cerca de 7 horas entre a madrugada e a manhã desta segunda-feira (3). Vento Sul é apontado como responsável por cientistas. Entenda. Bairros de Porto Alegre, bem como a Estação Rodoviária da Capital, voltaram a registrar alagamentos entre a madrugada e a manhã desta segunda-feira (3) com o aumento do nível do Guaíba, que transbordou.
O lago subiu mais de 40 centímetros em cerca de 7 horas, chegando a 3,86 metros e ultrapassando a cota de inundação, que é de 3,60 metros (entenda, abaixo, o motivo da alta).
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De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), entre os pontos alagados no bairro Praia de Belas, na Região Central da cidade, estão: Avenida Praia de Belas, Avenida Aureliano Figueiredo Pinto, Borges de Medeiros e Rótula das Cuias.
Ruas alagadas no bairro Praia de Belas, em Porto Alegre
Ronaldo Bernardi/GZH
A mesma região inundou na última quinta-feira (29). Na ocasião, a água subiu até quase deixar carros submersos. Agora, ela subiu até atingir acima da canela de uma pessoa.
A Estação Rodoviária, no Centro Histórico da Capital, também voltou a alagar: a água atingiu o pátio. O espaço está desativado desde o começo do mês, quando o local inundou. Desde então, as viagens para cidades mais distantes de Porto Alegre ocorrem no Terminal Antônio de Carvalho, na Zona Leste.
Estação Rodoviária de Porto Alegre voltou a alagar
Arquivo pessoal
Já no Sul da cidade, no bairro Ipanema, ondas se formam no lago Guaíba e a água invadiu o calçadão. Na Avenida Flamengo, o trânsito para carros foi bloqueado: a água acumulada atingia o meio das cordas de veículos.
Já no bairro Guarujá, a água começou a arrastar móveis e entulhos deixados em via pública por moradores começaram a limpar suas casas. Perto dali, a Avenida da Serraria foi totalmente bloqueada por conta da água.
Ruas alagadas na Região Sul de Porto Alegre
Lucas Abati/GZH
Motivo dos alagamentos
Pelo menos dois fenômenos podem ajudar a explicar a volta do aumento do nível do Guaíba: chuva, pois a Capital registrou precipitações ao longo da madrugada, bem como o vento, que soprou com velocidade de quase 50 km/h também de madrugada, no sentido da Lagoa dos Patos em direção ao Guaíba. As rajadas foram tão fortes que até ondas foram registradas no lago.
“O vento sopra no sentido inverso ao que registramos no final de semana, e que ajudava a desafogar o Guaíba. Com isso, a água fica represada no lago”, explica Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A expectativa do IPH é que, até quarta-feira (5), o Guaíba fique abaixo do nível de inundação, que é de 3,60 metros. No final de semana, abaixo do nível de alerta, de 3,15 metros.
“Esperamos que, até o final de semana, encerre esse período de cheia do Guaíba”, diz Fan.
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