13 de janeiro de 2025

IPCA: preços sobem 0,46% em maio, com alta forte dos alimentos e já sentindo efeitos das chuvas no RS

A expectativa do mercado financeiro era de que a inflação registrasse alta de 0,42% em maio. Batata inglesa
Divulgação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,46% em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta nos preços foi puxada, sobretudo, por um avanço no grupo de Alimentação e Bebidas, que subiu 0,62% na comparação com abril. Dentro do grupo, destaque para os tubérculos, raízes e legumes, principalmente a batata, que disparou 20,61% em um mês.
Segundo o IBGE, as maiores cheias da história que foram registradas no Rio Grande do Sul no mês passado já começam a mostrar seus impactos na economia brasileira, contribuindo para o avanço da inflação. O peso do estado na inflação brasileira é de, em média, 8%, segundo André Almeida, gerente da pesquisa.
“Em maio, com a safra das águas na reta final e um início mais devagar da safra das secas, a oferta da batata ficou reduzida. Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras”, diz o pesquisador.
No mês anterior, em abril, os preços haviam subido 0,38%, o que mostra uma continuidade da aceleração da inflação brasileira. No ano, a inflação já acumula alta de 2,27%, enquanto em 12 meses, o indicador acumula avanço de 3,93%.
O resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,42% para a inflação em maio.

Veja a inflação de maio em cada grupo
Alimentação e bebidas: 0,62%
Habitação: 0,67%
Artigos de residência: -0,53%
Vestuário: 0,50%
Transportes: 0,44%
Saúde e cuidados pessoais: 0,69%
Despesas pessoais: 0,22%
Educação: 0,09%
Comunicação: 0,14%
Alimentos comuns no prato dos brasileiros ficaram mais caros
Além da batata, os preços de outros alimentos muito comuns no dia a dia das famílias brasileiras também ficaram mais caros em maio. Os destaques, segundo o IBGE, ficam com a cebola, que teve alta de 7,94%, o leite longa vida, com avanço de 5,36%, e o café moído, com 3,42%.
Almeida comenta que “o leite está em período de entressafra e houve queda nas importações. Essa combinação resultou em uma menor oferta. Em relação ao café, os preços das duas espécies têm subido no mercado internacional, o que explica o resultado de maio”.
Outro produto com forte alta nos preços em maio foi o azeite de oliva. No acumulado em 12 meses até o mês passado, o preço do produto disparou 49,05%, consequência da seca que atinge a Europa.
Apesar da inflação registrada por alimentos populares, o preço da alimentação no domicílio teve uma desaceleração em relação ao mês anterior: alta de 0,66% em maio contra 0,81% em abril. Essa desaceleração foi puxada pela queda de 2,73% no preço das frutas.
Já a alimentação fora do domicílio registrou uma alta de 0,50%, ante uma variação positiva de 0,39% em abril. Tantos os preços dos lanches quanto das refeições tiveram altas nesse subgrupo, de 0,78% e 0,36%, respectivamente.
Inflação sobe mais em Porto Alegre do que em outros locais
Segundo o IBGE, a área de abrangência investigada pelo IPCA que teve a maior variação nos preços foi Porto Alegre, em meio ao maior desastre ambiental da história do Rio Grande do Sul.
A inflação na capital gaúcha foi de 0,78% em maio, com altas registradas em diversos itens, principalmente produtos básicos, como alimentos e combustíveis.
“A situação de calamidade acabou afetando a alta dos preços de alguns produtos e serviços. Em maio, as principais altas foram da batata-inglesa (23,94%), do gás de botijão (7,39%) e da gasolina (1,80%)”, comenta Almeida, do IBGE.
Habitação, cuidados pessoais e transportes também impactam inflação
O grupo de Habitação teve uma alta de 0,67% nos preços em maio, sendo o segundo maior impacto para a inflação no mês, de acordo com o IBGE. Esse avanço foi puxado, principalmente, pelo aumento médio de 0,94% na energia elétrica residencial pelo país.
*A matéria está em atualização

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