26 de outubro de 2024

Irã diz que ataques de Israel mataram dois soldados

Israelenses afirmaram que fizeram três ondas de bombardeios ‘precisos e direcionados’. Explosão é vista em Teerã após ataque de Israel no Irã
O ataque de Israel ao Irã, na noite desta sexta-feira (25), deixou ao menos dois soldados mortos, informou informou a agência de notícias oficial iraniana IRNA neste sábado (26).
“O Exército da República Islâmica do Irã, ao defender a segurança do país e proteger o povo , sacrificou dois dos seus combatentes durante ataque do regime criminoso”, afirma um comunicado.
O governo iraniano não informou quais tipos de danos sofreu.
Israel afirmou na madrugada deste sábado que concluiu os ataques aéreos contra o Irã. Várias explosões foram ouvidas em Teerã, capital do país.
A imprensa local informou que o governo iraniano irá responder de forma “proporcional” (leia mais abaixo).
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que os bombardeios foram “precisos e direcionados” contra alvos militares em diversas áreas do Irã. Segundo comunicado, foram realizadas três ondas de ataques ao território iraniano.
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Na madrugada deste sábado, pelo horário local, explosões também foram ouvidas em Damasco, na Síria. A mídia local disse que Israel atacou alvos militares no país.
“Nossos aviões retornaram com segurança para casa. O ataque foi realizado em resposta aos ataques do regime iraniano contra o Estado de Israel e seus cidadãos nos últimos meses. A missão de retaliação foi concluída com sucesso”, afirmou o comunicado de Israel.
Segundos os israelenses, aeronaves da força aérea atingiram instalações de fábricas de mísseis utilizados pelo Irã contra o Estado de Israel ao longo do último ano.
“As IDF (forças israelenses) atacaram sistemas de mísseis e outras capacidades aéreas iranianas que tinham o objetivo de restringir a liberdade de operação aérea de Israel no Irã.”
No comunicado, Israel afirmou que está sendo atacado pelo Irã desde 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense. Naquele dia, centenas de pessoas foram mortas e mais de 200 foram sequestradas. O Hamas e o Irã são aliados.
Além disso, no dia 1º de outubro deste ano, o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel. O ataque foi uma retaliação a mortes de aliados do governo iraniano, como Hassan Nasrallah, que era chefe do grupo extremista Hezbollah. Relembre a ação mais abaixo.
Ao anunciar que estava atacando o Irã na sexta-feira, Israel disse que estava exercendo o direito de se defender. “Como qualquer outro país soberano no mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas”, afirmaram.
“Faremos o que for necessário para defender o Estado de Israel e o povo de Israel.”
‘Danos limitados’
Os militares do Irã disseram neste sábado que os ataques de Israel contra eles visaram bases militares nas províncias de Ilam, Khuzestan e Teerã, causando “danos limitados”.
A declaração dos militares iranianos foi lida na televisão estatal, que não mostrou imagens dos danos descritos. Os militares iranianos alegaram que a defesa aérea limitou os estragos causados pelos ataques, sem apresentar evidências.
De acordo com a imprensa norte-americana, Israel evitou atacar estruturas nucleares e petrolíferas do Irã. Oficiais dos EUA e de Israel afirmaram que a segunda e a terceira ondas se concentraram em bases de mísseis e locais de produção de drones.
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Sistema de defesa aérea do Irã em funcionamento durante ataques de Israel
Espaço aéreo fechado
Pilotos que voavam nas proximidades do Irã receberam avisos de que o espaço aéreo do país estava sendo fechado. Pouco depois, mais quatro explosões foram registradas em Teerã.
Por conta dos ataques, o Irã e o Iraque fecharam o espaço aéreo de ambos os países na madrugada deste sábado. As autoridades locais não forneceram mais detalhes sobre a medida. Mais tarde, já na manhã de sábado, pelo horário local, o Irã informou que retomaria os voos a partir das 9h — 2h30 de Brasília.
Imagem do site Flightradar mostra que aviões estavam evitando o espaço aéreo do Irã na noite de sexta (25), pelo horário de Brasília, após ataques de Israel
Reuters/Reprodução
Irã promete resposta
Explosões no Irã
Reuters
A agência semi-estatal iraniana Tasnim afirmou que o Irã está preparado para responder a “agressão israelense”, segundo fontes do governo.
“Não há dúvida de que Israel enfrentará uma reação proporcional a qualquer ação que tomar”, informaram as fontes.
A mídia estatal iraniana afirmou que as autoridades de inteligência do país estão investigando o ataque. Segundo a imprensa local, as explosões ouvidas podem ser resultado da atuação do sistema de defesa.
Vingança de Israel
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aparece reunido com militares enquanto Israel ataca o Irã, em 26 de outubro de 2024
Governo de Israel
Desde o início de outubro, Israel vinha prometendo um contra-ataque contra o Irã. Os Estados Unidos disseram que estavam trabalhando junto com o governo israelense para uma resposta ao ataque iraniano.
O presidente Joe Biden recomendou que Israel evitasse instalações petroleiras. Além disso, as autoridades norte-americanas desaconselharam bombardeios em ativos nucleares do Irã.
A imprensa dos Estados Unidos informou que uma resposta de Israel contra Irã aconteceria antes das eleições norte-americanas, que estão marcadas para 5 de novembro.
A Casa Branca disse que foi avisada sobre a ação israelense pouco antes de ela ser lançada. Segundo a agência de notícias Reuters, ocorreu uma conversa entre os secretários de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o de Israel, Yoav Gallant, após os ataques. A fonte da agência não informou detalhes da conversa nem quanto tempo durou a ligação.
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O ataque do Irã
No dia 1º de outubro, mísseis lançados pelo Irã cruzaram os céus de cidades israelenses importantes, como Tel Aviv e Jerusalém. Boa parte do ataque foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel.
Uma operação do tipo contra o território israelense era aguardada desde o fim de julho, quando Ismail Haniyeh, então chefe do Hamas, foi assassinado em Teerã.
O Irã responsabilizou Israel pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país.
No fim de setembro, o Irã voltou a prometer uma resposta a Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, e Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano.
Após o ataque iraniano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a ação iraniana como um “grande erro” e afirmou que o Irã irá “pagar” pelo ataque.
O governo de Israel informou que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade durante o ataque iraniano e que não houve registro de prédios ou residências atingidos.
O governo do Irã garantiu que qualquer contra-ataque de Israel resultaria em uma resposta “subsequente e esmagadora”, além de uma “grande destruição” para infraestruturas israelenses. Além disso, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido.
Irã voltou a atacar Israel pela segunda vez este ano. Foto mostra mísseis sendo interceptados no céu da cidade de Ashkelon, em Israel.
Reuters via BBC
Histórico em abril
Irã atacou diretamente Israel pela primeira vez em abril deste ano. À época, o país lançou mísseis e drones contra o território israelense em resposta a um bombardeio que atingiu a embaixada do Irã em Damasco, na Síria.
Dias depois, como resposta, bombardeios atingiram uma região do Irã com instalações nucleares. Embora Israel não tenha assumido a autoria, autoridades americanas confirmaram que a ação era uma resposta israelense.
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