24 de setembro de 2024

Irã envia dezenas de drones e mísseis para atacar Israel

Autoridades israelenses consideravam que ataque iraniano era iminente depois que o governo do Irã prometeu responder ao bombardeio israelense na embaixada do Irã na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária. Imagem da cidade de Tel Aviv na noite do dia 13 de abril de 2024, quando o Irã enviou drones para atacar Israel
Reprodução vídeo/Reuters
O Irã enviou drones e mísseis para atacar o território de Israel neste sábado (13), disseram militares israelenses. Os drones vão demorar horas para alcançar o território israelense, o que não havia acontecido até a última atualização desta reportagem.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Daniel Hagari, e a Guarda Revolucionária do Irã confirmaram a informação.
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Segundo o Canal 12, de Israel, o Irã lançou dezenas de drones e mísseis, num total de cerca de cem artefatos. Alguns teriam sido derrubados pelas Forças israelenses quando sobrevoavam a Síria e a Jordânia – antes, portanto, de chegarem ao espaço aéreo do país. A previsão é que os drones cheguem a Israel às 20h deste sábado (ou 2h da madrugada deste domingo no horário local).
As IDF afirmam que foram mais de cem drones, mas não falou sobre o número de mísseis.
As sirenes dos locais que vão ser atingidos vão soar, e o sistema de defesa israelense está de prontidão, de acordo com pessoas do exército –já há aeronaves israelenses posicionadas.
Três fontes da agência de notícias Reuters no Iraque afirmaram que viram mais de 20 drones voando na região de Sulaymaniya vindos da direção do Irã.
Trata-se de uma retaliação depois de um bombardeio no dia 1º de abril contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, em que um comandante sênior das Guardas Revolucionárias do Irã foi morto. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse que “os avisos necessários foram dados aos Estados Unidos” sobre o ataque de retaliação. Após o Irã colocar os drones no ar, a Casa Branca afirmou que o ataque vai se desenrolar durante horas.
O que se sabe sobre o ataque do Irã
O Irã enviou drones para atacar o território de Israel neste sábado.
Os drones podem demorar horas para chegar até o alvo.
Pessoas no Iraque, país vizinho do Irã que fica no caminho para Israel, afirmam que viram mais de 20 drones nos ares.
As forças de defesa israelenses afirmaram que estão preparadas para o ataque.
O ataque é uma retaliação do Irã contra Israel: em 1º de abril, a embaixada iraniana na cidade de Damasco, na Síria, foi atingida, e sete pessoas morreram —entre elas, um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã.
Antes mesmo do ataque, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel estava de prontidão para um ataque direto do Irã e que responderia da mesma forma.
“Nossos sistemas de defesa estão em prontidão e estamos preparados para qualquer cenário”, disse ele.
Segundo fontes da agência de notícias Reuters, autoridades de defesa da Jordânia decretaram estado de emergência e afirmaram que estão prontas para interceptar e derrubar drones que invadirem seu espaço aéreo (um drone que decola do Irã e tem Israel como alvo precisa passar pela Jordânia).
O ministro de Defesa do Irã, Mohammad Reza Ashtiani, afirmou que eles vão atacar qualquer país que abrir seu espaço aéreo para Israel poder retribuir contra o território iraniano.
Daniel Hagari, o porta–voz das Forças de Defesa de Israel, afirmou que o país está se defendendo com toda sua força e que essa é uma missão que eles estão determinados a cumprir.
Israel já vinha se preparando há dias
O país já estava se preparando e “monitorando de perto um ataque planejado” de Irã ou um de seus grupos aliados há dias, disse o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant.
Segundo autoridades israelenses, após o Irã prometer responder ao bombardeio israelense à embaixada iraniana na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária, um ataque era considerado iminente.
Gallant disse ainda que as tropas israelenses devem acatar quaisquer ordens que possam ser emitidas pelo Comando da Frente Interna militar, que mapeia mísseis recebidos e outras ameaças aéreas para que o público saiba se deve se abrigar.
O comando da Frente Interna das Forças de Defesa (IDF, em inglês) de Israel proibiu reuniões de mais de 1.000 pessoas em todo o país.
Irã dispara drones contra Israel
Arte/g1
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Apreensão de navio
A Guarda Revolucionária iraniana apreendeu um navio de carga português neste sábado (13) no Estreito de Ormuz, afirmou a agência de notícias estatal iraniana IRNA.
Um helicóptero das forças especiais da Marinha da Guarda abordou o navio de carga português, chamado MSC Aries, e o levou para águas territoriais do Irã. Segundo a Guarda Revolucionária, a embarcação está “ligada a Israel”.
A MSC, que opera o Aries, confirmou a apreensão e disse que trabalha com as autoridades competentes para o regresso seguro do navio e o bem-estar dos seus 25 tripulantes.
Em rede social, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Teerã pratica pirataria e que deveria ser sancionado por isso.
Irã diz ter apreendido ‘navio ligado a Israel’
“O regime do aiatolá de Khamenei é um regime criminoso que apoia os crimes do Hamas e que está conduzindo uma operação pirata que viola o direito internacional”, disse Katz no X.
“Apelo à União Europeia e ao mundo livre para que declarem imediatamente o corpo da Guarda Revolucionária Iraniana como uma organização terrorista e para que sancionem agora o Irão.”
Já o porta-voz militar de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, disse que “o Irã sofrerá as consequências por escolher agravar ainda mais esta situação”.
A MSC aluga o navio Aries da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, disse a Zodiac em comunicado. De acordo com a empresa, a MSC é responsável por todas as atividades do navio. A Zodiac é parcialmente propriedade do empresário israelense Eyal Ofer.
Helicóptero passa sobre o navio MSC Aries
AFP/Divulgação
Escalada de tensão
A crise começou depois que autoridades iranianas acusaram Israel de um bombardeio ao consulado do país na Síria, que matou um comandante e outros seis oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana. O governo israelense não assumiu a autoria.
Os EUA posicionaram navios de guerra para proteger Israel.
O presidente americano Joe Biden avisou que a retaliação ao bombardeio aconteceria e alertou ao Irã que não ataque. Biden ainda garantiu que Washington vai proteger Israel.
Por precaução, vários países como França, Reino Unido, Alemanha e Rússia pediram aos cidadãos que evitem viagens para a região.

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