Marcelly Peretto consta no boletim de ocorrência como investigada pela morte do irmão, em Praia Grande (SP). Advogado dela disse que ela foi coagida pelo marido, também investigado, a deixar o local com ele após crime. Marcelly Peretto (de jaqueta à direita) é irmã do comerciante morto e prestou depoimento na DIG de Praia Grande, SP.
Reprodução/Redes Sociais e Yasmin Braga/g1
Marcelly Peretto, irmã do comerciante Igor Peretto, encontrado morto com sinais de facadas no apartamento dela em Praia Grande (SP), prestou depoimento à Polícia Civil. O advogado que a representa apontou o marido da mulher, Mario Vitorino da Silva Neto, como o autor do crime.
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Igor, de 27 anos, foi morto no sábado (31), no imóvel no Canto do Forte. Durante o crime, a Polícia Militar foi acionada pela síndica do condomínio, que relatou ter ouvido barulhos e gritos no apartamento de Marcelly naquela madrugada. Os PMs encontraram no apartamento o corpo da vítima em um dos quartos e uma faca com marcas de sangue em um dos banheiros.
A vítima era irmã do vereador Tiago Peretto (União Brasil) de São Vicente. De acordo com o boletim de ocorrência (BO), Marcelly e o marido, Mario Vitorino, que era sócio de Igor, são investigados pelo homicídio.
Felipe Pires de Campos, advogado de defesa de Marcelly, afirmou que a cliente foi pressionada a descer com o marido após ele cometer o crime. De acordo com a defesa, Marcelly e Mario ainda são casados no papel, mas já não moravam juntos.
Segundo Campos, Marcelly relatou à polícia que Mario estava saindo com a esposa de Igor, Rafaela Costa da Silva, que foi vista entrando no imóvel em imagens de monitoramento. Não há imagens da saída dela.
O advogado contou que a cliente não sabia da traição até o momento da briga, e reforçou que a cliente foi pressionada por Mario a deixar o imóvel. Tanto o Mario quanto Rafaela não foram encontrados até o momento.
Depoimento
Irmã do comerciante assassinato a facadas presta depoimento nesta segunda-feira
Sem dar muitos detalhes sobre o depoimento dado por Marcelly à polícia na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o advogado Felipe Pires de Campos disse que ela prestou declarações sobre momentos antes e depois do ocorrido, e que não é considerada investigada.
“Apesar do boletim de ocorrência constar, no primeiro momento, ela como investigada. Ela [Marcelly] se apresentou para poder trazer os esclarecimentos do dia do ocorrido horas antes e depois. Alguns detalhes estão sob sigilo da investigação, não dá muito para divulgar até pela situação que a família está passando”, afirmou o advogado.
Campos informou que, apesar de estar no imóvel, Marcelly não presenciou o irmão sendo morto, pois estava em um quarto lateral, e que teria sido deixada pelo ex-marido em uma estrada após o crime. “Vamos deixar esses detalhes para a investigação prosseguir”.
Em nota atualizada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), disse que o caso mencionado é investigado através de inquérito policial na DIG da cidade. A autoridade policial aguarda a elaboração dos laudos periciais para realizar a análise e segue com diligências para esclarecer os fatos.
O caso
Igor Peretto, irmão do vereador de São Vicente (SP), Tiago Peretto (União Brasil), foi morto a facadas em Praia Grande
Reprodução/Redes Sociais e Thais Rozo/g1
A síndica contou aos policiais que tocou várias vezes a campainha e bateu na porta do apartamento, mas que não foi atendida. Ela resolveu olhar as câmeras de monitoramento do prédio e identificou que, por volta das 4h37, a investigada chegou ao imóvel acompanhada da esposa da vítima.
Por volta das 5h40, o homem investigado e a vítima chegaram ao local e solicitaram ao porteiro da noite autorização para entrada no condomínio, que teria sido negada. Os dois só acessaram o prédio após a liberação da investigada — irmã de Igor e dona do apartamento.
Os PMs informaram à Polícia Civil que, com base nas informações, acreditaram que a vítima estava com a esposa dentro do apartamento. Com a ajuda de um chaveiro, solicitado pela síndica, a porta foi aberta e notaram sinais de sangue no corredor.
Assim que a porta do apartamento foi aberta, os policiais encontraram o corpo de Igor caído em um quarto, próximo da janela. O imóvel estava revirado, indicando que houve luta corporal, além de marcas de sangue, conforme informaram os agentes.
Esposa desaparecida
De acordo com o BO, Os policiais revistaram o apartamento em busca da esposa de Igor, mas ela não foi encontrada.
Uma faca com sangue, encontrada no banheiro, foi apreendida para perícia. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte da vítima.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que foram solicitados exames aos Institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML). O caso foi registrado como homicídio na Central de Polícia Judiciária (CPJ).
Velório
O velório de Igor ocorreu no domingo (1º) no Salão Nobre do Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos (SP), e o sepultamento foi às 19h30 do mesmo dia.
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