20 de janeiro de 2025

Irmão de comerciante morto chama irmã presa de ‘crápula’ após pedido de exumação; VÍDEO


Igor Peretto foi assassinado a facadas no apartamento da irmã, Marcelly Peretto, em Praia Grande (SP). Após advogado dela manifestar o desejo pela exumação do corpo, Tiago Peretto criticou a atitude. Tiago Peretto chama irmã de ‘crápula’ após pedido de exumação do corpo de Igor Peretto
O advogado de Marcelly Peretto, irmã do comerciante morto a facadas no apartamento dela em Praia Grande, no litoral de São Paulo, pediu a exumação do corpo de Igor. O vereador Tiago Peretto (União), irmão de Marcelly e de Igor por parte de pai, classificou o pedido como uma “manobra jurídica” e chamou a jovem de “crápula” e “menina dissimulada”.
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Três pessoas próximas a Igor foram presas: Marcelly Peretto (irmã), Rafaela Costa (viúva) e Mário Vitorino (cunhado). As mulheres se entregaram à polícia, enquanto o homem foi detido após ser encontrado escondido na casa de um tio de Rafaela.
Ao apresentar a defesa de Marcelly à Justiça, o advogado Leandro Weissmann negou o envolvimento da mulher no crime e afirmou que o laudo cadavérico de Igor Peretto apresentava imagens editadas. Por isso, manifestou o desejo de fazer a exumação para a elaboração de um laudo “mais sério”.
Em um vídeo publicado no Instagram, Tiago Peretto disse que o pedido pela exumação não tem fundamento (assista acima). Para ele, o objetivo é atrasar o processo judiciário e “trazer mais dor para a família” de Igor.
“Passando aqui para mostrar para vocês a minha tristeza, a minha insatisfação com esse pedido de exumação do corpo do meu irmão feito pela defesa daquela crápula daquela Marcelly sem o mínimo sentido”, disparou.
Tiago Peretto (centro) criticou atitude da defesa de Marcelly (à dir.) sobre a morte do irmão (à esq.)
Reprodução/Redes sociais
‘Uma menina dissimulada’
Ao g1, Peretto destacou que a família “do lado do Igor” não concorda com a solicitação que pretende obter a exumação do corpo. Questionado sobre o termo “crápula”, que usou para se referir à irmã, ele afirmou que essa é uma palavra singela para defini-la.
“Uma menina dissimulada, que fugiu com o autor e participou [do crime]. No nosso entendimento e no entendimento do Ministério Público, ela participa diretamente do homicídio. As provas são contundentes quando ela sobe [no apartamento] com as unhas compridas, desce sem, a forma que ela foge abraçada com o criminoso. Então, é uma palavra singela ainda”, afirmou.
Advogado de Marcelly Peretto pediu pela exumação do corpo de Igor (à esq.) para realização de novo laudo cadavérico
Reprodução/Redes Sociais
Tiago destacou que o irmão foi assassinado há praticamente cinco meses. Então, para o parlamentar, nada se provaria pelo fato de o corpo estar em estado avançado de decomposição.
“O objetivo desse pedido de exumação é uma manobra jurídica apenas para atrasar mais o processo. Eles ficam vendo o que dá para fazer para atrasar o processo penal. […] porque não tem argumento nenhum para uma exumação”, afirmou.
‘Não têm um pingo de humanidade’
Rosemary Ronconi publicou comentário sobre pedido de exumação do corpo do filho
Reprodução/Instagram
Segundo o vereador, a defesa não pensa na dor da família de Igor, incluindo o filho pequeno da vítima, que está sofrendo muito com a falta do pai.
“Eles não pensam em mim, não pensam na mãe deles. Eles, numa manobra jurídica, não pensam em ninguém, infelizmente. Eles não têm um pingo de humanidade”, lamentou Peretto.
A mãe de Igor Peretto, Rosemary Ronconi, também aproveitou o espaço para se mostrar insatisfeita com a solicitação do advogado de Marcelly.
“Sem palavras pra tamanha falta de compaixão! Isso prova ainda mais a frieza dessa moça [Marcelly], como se não bastasse o que fez pelo próprio irmão ainda aceitar um absurdo desses!”, escreveu a mulher (veja acima).
Defesa de Marcelly
O advogado citou que, após a exumação, deseja um prazo para a apresentação de quesitos úteis, considerados por ele como necessários e obrigatórios “para a busca da tão almejada verdade real”. Ao g1, o profissional explicou que, depois do procedimento, a defesa tem um tempo para questionamentos sobre os ferimentos e dinâmicas dos fatos.
“Cadê a realidade do ocorrido? Há que se fazer a exumação de Igor, visando a elaboração de um laudo mais sério e o mais próximo possível à realidade e sem máculas, que nulificam sua elaboração, restando, portanto, impugnado o trabalho apresentado em sua integralidade”, declarou.
No documento, Weissmann negou que Marcelly tenha envolvimento com a morte do irmão. “A acusada não cometeu os delitos que lhe são imputados nem tampouco concorreu com o resultado, pela morte de seu irmão Igor. A Denúncia é inepta e totalmente fadada ao insucesso”, pontuou.
Para ele, a denúncia feita pela promotoria do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) foi equivocada ao afirmar que Marcelly e Rafaela tinham relacionamento amoroso. “De onde tira-se tal narrativa se desconhece, já que inexiste prova nesse sentido nos autos”, alegou.
“No dia dos fatos [morte de Igor], ambas tiveram uma relação íntima. Daí a afirmar, sem qualquer lastro, que ambas tinham um relacionamento, é amadorismo ou leviandade do órgão acusador”, complementou o advogado.
Rafaela Costa e Marcelly Peretto eram melhores amigas antes da morte de Igor Peretto
Reprodução/Redes Sociais
Ao g1, o advogado respondeu à fala de Tiago Peretto sobre o desejo de atrasar o processo. Segundo ele, não há qualquer base técnica na alegação do familiar, ressaltando que “há edição nas imagens constantes do processo e, se o familiar pugna tanto por justiça e apenas justiça, deveria ser o primeiro a fugir de holofote midiático e querer saber a verdade”.
Weissmann disse que a defesa vem sendo atacada, inclusive pessoalmente, pessoas estranhas ao caso, mas por eles incitados, fato ao qual se dará a resposta no momento oportuno.
“Esclarecendo a defesa, por fim, que jamais se acovardará e fará o possível para trazer à tona a verdade e qualquer outra circunstância relacionada com a Denúncia, doa a quem doer”, concluiu.
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Últimas palavras
Cronologia da morte do comerciante Igor Peretto: tudo que se sabe da descoberta da traição à morte
Reprodução
De acordo com as testemunhas, Igor declarou amor pela esposa, Rafaela Costa, minutos antes de ser morto a facadas no apartamento da irmã em Praia Grande. As últimas palavras constam em um inquérito da corporação e em uma denúncia do MP-SP.
“Vocês sabem o quanto eu amo aquela mulher, [o] quanto sou louco por ela”, disse Igor, de acordo com uma testemunha. “Vocês tudo contra mim, tudo armando contra mim. Eu era o único que não sabia de nada”.
Segundo a denúncia do MP-SP, Igor também demonstrou estar decepcionado com a irmã e o cunhado. “Do que adiantou eu fazer tudo? Eu me esforço tanto, eu fiz isso sempre por todos, seus traíras, p***”, teria dito a vítima antes de ser morta a facadas.
Triângulo amoroso
Casais (Mário e Marcelly, à esq. e Igor e Rafaela, à dir.) moravam próximos em Praia Grande (SP)
Redes Sociais
O MP-SP concluiu que o trio premeditou o crime porque Igor era um “empecilho no triângulo amoroso” entre Rafaela, Marcelly e Mario Vitorino. Ao g1, a promotora Roberta afirmou ter considerado o caso como “chocante e violento”.
A promotora disse que em nenhum momento os envolvidos tentaram salvar Igor ou minimizar o sofrimento dele. “Fizeram buscas de rota de fuga ou de quanto tempo demoraria para [o corpo] cheirar e chamar a atenção de alguém e eles terem tempo de fugir”, complementou.
Vantagem financeira
Igor Peretto, irmão do vereador de São Vicente (SP), Tiago Peretto (União Brasil), foi morto a facadas em Praia Grande
Reprodução/Redes Sociais e Thais Rozo/g1
De acordo com a denúncia recebida pela Justiça, a morte de Igor traria “vantagem financeira” aos acusados. Os advogados dos presos negaram a versão apresentada pelo MP-SP, que afirmou que Rafaela mantinha relacionamentos extraconjugais com Mário e Marcelly, estabelecendo uma relação íntima entre o trio sem o conhecimento do comerciante.
O Ministério Público citou quais seriam as vantagens financeiras aos denunciados. Segundo o órgão, Mário poderia assumir a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com o cunhado, enquanto a viúva receberia herança. “Marcelly, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente teria os benefícios financeiros”.
O MP considerou a ação do trio contra Igor um “plano mortal”. O documento diz que eles planejaram o crime, sendo que Mário desferiu as facadas, a viúva atraiu o comerciante e, junto com Marcelly, incentivou Mário a matá-lo.
O órgão levou em conta essas informações para elaborar a denúncia por homicídio qualificado. “O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mário, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e sexuais que os três denunciados mantinham entre eles.
Ainda segundo a denúncia, o assassinato também foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois Igor estava desarmado e foi atacado por uma pessoa com quem tinha relacionamento próximo e de quem não esperava mal.
Sobre o crime
Casais estavam dentro do apartamento onde Igor Peretto foi encontrado morto em Praia Grande (SP)
Yasmin Braga/g1 e Reprodução/Redes Sociais
O crime aconteceu em 31 de agosto no apartamento da irmã de Igor, em Praia Grande. Dentro do imóvel estavam a vítima, Marcelly e Mário Vitorino. Rafaela chegou com Marcelly ao apartamento, mas o deixou 13 segundos antes do marido chegar com o suspeito pelo assassinato.
De acordo com os depoimentos do trio e dos advogados, a viúva Rafaela tinha um caso com Mário. Além disso, o advogado de Marcelly chegou a dizer que a cliente e Rafaela tiveram um envolvimento amoroso no local antes da chegada de Igor e Mario no apartamento.
Igor Peretto foi morto a facadas e teria ficado tetraplégico [sem movimento do pescoço para baixo] se tivesse sobrevivido. A informação consta em laudo necroscópico obtido pelo g1. Três pessoas próximas à vítima foram presas: Viúva, irmã e cunhado.
Prisões
Mario, Marcelly e Rafaela, investigados pelo homicídio contra o comerciante Igor Peretto
Reprodução e Redes sociais
As mulheres se entregaram e foram presas em 6 de setembro, enquanto Mário foi detido após ser encontrado escondido na casa de um tio de Rafaela, em Torrinha (SP), no dia 15 do mesmo mês.
O trio havia sido preso temporariamente em setembro e, no início de outubro, a prisão temporária foi prorrogada. Na ocasião, a defesa de Rafaela chegou a entrar com pedido de habeas corpus, que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Justiça de Praia Grande (SP) converteu as prisões do trio, de temporárias para preventivas, após a denúncia feita pelas promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez, do MP-SP.
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