Os irmãos respondem por homicídio qualificado, além de porte e posse ilegal de arma de arma de fogo. Os irmãos Andrio Cardoso Figueira e Arlison Cardoso Figueira acusados de homicídio
Amarildo Gonsalves/TV Tapajós
Nesta terça-feira (29), no Fórum da Comarca de Santarém, no oeste do Pará, começou o julgamento dos irmãos Andrio Cardoso Figueira e Arlison Cardoso Figueira, acusados de terem assassinado Adriel Rodrigues Correa, conhecido como “Rex”, em dezembro do ano passado.
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O juiz Gabriel Veloso, que preside o julgamento, destacou que o homicídio de “Rex”, pode estar ligado a outras mortes violentas entre membros de facções registradas na cidade.
“É importante ressaltar que este caso tem relação com o conflito que envolveu a família Viana, a morte do motorista de aplicativo Francisco Neto e a do ‘Pânico’. São fatos que se interligam, ajudando a fechar o ciclo de brigas entre facções que marcaram Santarém em 2023”, afirmou o magistrado.
Segundo as investigações, Arlison e Andrio teriam executado Rex com disparos de arma de fogo. A justificativa apresentada pela defesa é de que a vítima havia cometido assaltos e furtos no bairro Elcione Barbalho, inclusive contra a namorada de um dos acusados, o que teria motivado o crime.
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Em depoimento, Andrio confessou ser o autor dos disparos e alegou que agiu sozinho para proteger seu irmão, Arlison, que segundo ele, não teria participação direta no homicídio. No entanto, a Polícia Civil e o Ministério Público afirmam possuir uma gravação que contradiz essa versão, mostrando os dois envolvidos no ato.
Gabriel Veloso explicou ainda que o caso inclui três acusações principais, homicídio qualificado, posse de arma de fogo e porte ilegal de arma. “Se condenados, os réus podem enfrentar uma pena de até 30 anos”, afirmou o magistrado.
Ainda de acordo com Gabriel Veloso, o julgamento é complexo, 12 testemunhas devem ser ouvidas, devendo se estender por dois dias, com previsão para terminar amanhã, quarta-feira (30).
Acusações e defesa
A defesa busca a tese de homicídio privilegiado, alegando que Andrio agiu com violenta emoção ao se deparar com a situação de roubo. Essa estratégia, segundo o advogado de defesa Rogério William, busca diminuir a pena, classificando o ato como uma resposta pela conduta da vítima, que teria sido um assaltante reincidente na área.
Já para Arlison, a defesa pede absolvição, argumentando que ele não teve envolvimento direto e, caso a tese não seja aceita, vai pedir a desclassificação do crime para lesão corporal leve.
Relembre o caso
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Cissa Loyola/TV Tapajós
Adrio Rodrigues Correa, o “Rex”, era conhecido por passagens policiais e havia acumulado várias denúncias por pequenos furtos no bairro. Ele foi encontrado morto no final de 2023, alvejado por tiros enquanto, segundo testemunhas, se encontrava próximo à residência de um dos acusados. Após o crime, os irmãos fugiram e permaneceram escondidos até que suas prisões preventivas fossem decretadas.
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Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito, identificado como Andrio, saindo de um veículo branco, que após investigação, as autoridades confirmaram que o carro é do próprio suspeito, Andrio. Durante buscas na residência dos acusados, a polícia encontrou armas de fogo e materiais utilizados para fabricação de munições.
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