26 de dezembro de 2024

Israel admite que soldado libanês ficou ferido em ataque de suas tropas em cidade no Líbano


Em comunicado, as Forças de Defesa israelenses, no entanto, tentaram justificar as operações em meio à trégua, afirmando que veículos militares transportavam armas para o Hezbollah. Tropas de Israel em Beit Lahia
Forças de Defesa de Israel / Divulgação
O Exército de Israel admitiu que realizou dois ataques no sul do Líbano, desrespeitando o acordo de cessar-fogo anunciado semana passada, e que um soldado libanês ficou ferido em um deles, nesta segunda-feira (2).
Em comunicado enviado pelas redes sociais, as Forças de Defesa israelenses disseram que suas tropas fizeram operações neste domingo (1º) e na manhã desta segunda, mas se defenderam afirmando que elas foram uma “resposta a vários atos do Hezbollah no Líbano que representavam uma ameaça a civis israelenses”.
Segundo a mensagem, veículos militares estavam transportando armas e os relatos sobre o soldado ferido estão sob investigação:
“A IDF atingiu vários veículos militares que estavam operando na área de um local de fabricação de mísseis do Hezbollah em Beqaa. Além disso, a IDF atingiu locais de infraestrutura terrorista usados ​​para contrabandear armas adjacentes à fronteira Síria-Líbano na área de Hermel. Isso representava uma ameaça ao Estado de Israel e era uma violação dos entendimentos de cessar-fogo”.
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Após os ataques, o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, aliado do Hezbollah, acusou Israel de “violação flagrante” do cessar-fogo. Em um comunicado, ele fez um apelo ao comitê encarregado de supervisionar a trégua, integrado por Estados Unidos e França, para que “comece urgentemente sua ação e obrigue Israel a pôr fim às suas violações e a se retirar” do território libanês.
Troca de acusações
Pouco mais de 24 horas após o cessar-fogo, na quinta-feira (28), ambas as partes se acusaram de violação do acordo de trégua.
O Exército do Líbano, que ficou responsável por monitorar o sul do Líbano, de onde Israel e Hezbollah devem sair, disse que as forças israelenses violaram o cessar-fogo “diversas vezes” entre quarta-feira, quando a trégua começou a valer, e esta quinta-feira.
Israel impõe toque de recolher no sul do Líbano e pede calma no retorno para casa
O próprio governo israelense admitiu ter realizado ataques aéreos no sul do Líbano, mas disse que alvejou um suposto depósito de foguetes do Hezbollah na região.
Fontes da agência de notícias Reuters no Líbano afirmaram que tanques israelenses fizeram nesta manhã duas rodadas de disparos na cidade libanesa de Markaba, no sul — pelo acordo de cessar-fogo, os dois lados se comprometaram a interromper conflitos por 60 dias e se retirar do sul do Líbano, onde os confrontos vinham acontecendo.
O Exército de Israel alegou que reagiu ao descobrir que veículos com suspeitos estavam em “diversas áreas” do sul do Líbano, o que “constitui uma violação” do acordo de cessar-fogo por parte do Hezbollah.
No fim da noite de quarta-feira (27), Israel impôs um toque de recolher a moradores do sul do Líbano para poder controlar a possível movimentação de tropas do Hezbollah.
A alegação de Israel de que o Hezbollah rompeu o acordo se baseia em um dos pontos mais questionados do acordo, o de que as forças israelenses poderiam reagir caso julgassem que o grupo extremista segue com operações no sul do Líbano.
Pelo acordo, as tropas dos dois lados se retirarão gradualmente do sul do Líbano, a região que faz fronteira com Israel e que é reduto do Hezbollah. Agora, tropas do próprio Exército libanês e da ONU serão responsáveis pela segurança da região, com supervisão dos Estados Unidos e da França, que mediaram o acordo.
A guerra no Líbano, que acontece desde setembro deste ano, estourou após as tensões aumentarem entre Israel e o Hezbollah, grupo extremista financiado pelo Irã que surgiu no sul do Líbano com o objetivo de lutar contra tropas israelenses.
A ideia do cessar-fogo é dar um fim gradual ao atual conflito, que, segundo o Ministério da Saúde do Líbano, já deixou mais de 3.500 civis mortos, a maioria durante bombardeios de Israel no sul e na capital Beirute.
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