Nas redes sociais, imagens mostram rodovia da capital israelense fechada após ser atingida por míssil de longo alcance do grupo extremista libanês, que nega que as tropas de Israel tenham conseguido entrar no território do Líbano. Local onde míssil atingiu a estrada
Telegram/Reprodução
Após lançar uma operação terrestre “limitada” contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano, nesta terça-feira (1º), o governo de Israel decidiu aumentar as medidas de segurança em algumas regiões do país.
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O grupo extremista libanês reagiu à incursão terrestre israelense com disparo de mísseis direcionados, entre outras localidades, à Tel Aviv.
Uma estrada a leste da capital israelense foi fechada na manhã desta terça, após a queda de um foguete de longo alcance lançado pelo Hezbollah. Segundo a mídia israelense, há relatos de feridos.
Estrada em Tel Aviv fechada após queda de foguete do Hezbollah
Telegram/Reprodução
Em comunicado feito às 7h43 do horário de Brasília, as Forças de Defesa de Israel confirmaram que, na última hora, mísseis lançados pelo Hezbollah também haviam atingido áreas da Alta Galileia, no norte do país:
“Aproximadamente 15 projéteis foram identificados cruzando do Líbano. Os bombeiros estão trabalhando para apagar um incêndio que começou após uma série de quedas em áreas abertas”.
As regiões de Israel que agora vão enfrentar novas restrições são: Carmel, Wadi Ara, Menashe, Samaria, Sharon, Dan, Yarkon, Shefala, Jerusalém e Shfela. As principais são as seguintes:
Atividades educacionais só podem ser realizadas em um local onde você possa chegar a um espaço protegido em caso de alerta.
Reuniões e serviços só podem ser realizados com um limite de até 30 pessoas em uma área aberta e até 300 pessoas em espaços fechados.
Os locais de trabalho só podem operar em um edifício ou local onde você possa chegar a um espaço protegido em caso de alerta.
Apesar do reforço nas defesas, o Exército israelense afirmou que continua a atacar alvos do grupo extremista no Líbano: “Nas últimas horas, caças e helicópteros de combate da IAF, dirigidos pela inteligência da IDF, atingiram quartéis-generais, lançadores direcionados ao território israelense, estruturas nas quais armas eram armazenadas, estruturas nas quais terroristas estavam operando e locais adicionais de infraestrutura terrorista do Hezbollah”.
Comunicado enviado pelo governo de Israel aos cidadãos com novas medidas de segurança
Forças de Defesa de Israel / Divulgação
A escalada do conflito
A tensão na região escalou nos últimos dias, com bombardeios de Israel contra alvos do Hezbollah em vários pontos do Líbano, incluindo a capital Beirute. Um dos ataques provocou a morte do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27).
Israel faz bombardeio em área no sul do Líbano
AP Photo/Leo Correa
A operação terrestre de Israel no Líbano já era esperada. Nesta terça-feira, moradores libaneses na região de fronteira relataram intenso bombardeio, além da presença de helicópteros e drones na área.
Os militares israelenses justificaram a ação para garantir que moradores da região norte do país possam voltar para casa. Essas pessoas deixaram a área por causa de ataques constantes do Hezbollah.
Um tanque israelense avança no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano
Baz Ratner/AP
Os Estados Unidos disseram que concordaram sobre a necessidade de um ataque contra o Hezbollah ao longo da fronteira entre Israel e Líbano. O secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, conversou com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.
Austin defendeu uma resolução diplomatica para garantir o retorno de civis ao norte de Israel com segurança.
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Arte/g1
Histórico do conflito
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando “uma nova fase na guerra”.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute.
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel anunciaram que militares estavam se preparando para uma possível operação terrestre no Líbano. Bombardeios aéreos executados pelos israelenses seriam indícios de uma preparação de terreno.
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