25 de fevereiro de 2025

Jornalista fugiu de cárcere privado para denunciar agressões horas antes de ser morta pelo ex-noivo em MS


Vanessa Ricarte, de 42 anos, assassinada pelo músico Caio Nascimento, tinha conseguido medida protetiva contra o autor, O crime aconteceu no fim da tarde dessa quarta-feira (12), na casa onde a jornalista morava. Vanessa Ricarte tinha 42 anos e era assessora de imprensa do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Reprodução/Redes Sociais
Para conseguir pedir ajuda e denunciar as agressões sofridas pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, precisou fugir do cárcere privado em que era mantida, afirmou as titulares da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Analu Ferraz, Elaine Benicasa.
“Ele não a deixava sair de casa e nesse momento que ela conseguiu sair, ela veio então para a delegacia”.
Conforme a Deam, Vanessa estava sendo perseguida e mantida em cárcere pelo autor. Além de ter sua imagem exposta uma site de conteúdo adulto.
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O crime
Vanessa chegou a registrar boletim de ocorrência contra Caio horas antes do crime.
Reprodução/Redes Sociais
O crime aconteceu no fim da tarde dessa quarta-feira (12), na casa onde Vanessa, morava. A vítima retornou a residência acompanhada de um amigo para pegar alguns pertences, quando foi surpreendida pelo ex-noivo.
Caio desferiu três facadas contra o tórax da jornalista. De acordo com o amigo de Vanessa que estava na residência, a ação foi rápida e logo que ele conseguiu pegar a amiga, se trancaram dentro de um quarto enquanto acionavam o socorro.
Gravemente ferida, Vanessa foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu e faleceu no inicio da madrugada.
O autor do crime foi preso em flagrante e vai responder pelo crime de feminicídio.
Autoridades, políticos e entidades lamentam morte de jornalista
Políticos, autoridades e entidades lamentam a morte da jornalista. O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), falou dos impactos da violência contra a mulher na sociedade.
Eduardo Riedel lamentou morte de Vanessa Ricarte
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS (Sindjor/MS), Comissão de Mulheres e Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) se manifestaram e disseram que a morte de Vanessa representa uma perda irreparável para o jornalismo e para a sociedade.
De texto impecável e ideias constantes, Vanessa sempre tinha um projeto novo na manga. Era de uma vitalidade admirável. Inventiva e acreditava no potencial do ser humano como agente de boas transformações. Ela mesmo era reflexo disso.
Sua morte representa uma perda irreparável para o jornalismo e para a sociedade.Seu caso indigna não só pela brutalidade, mas por expor falhas que não deveriam existir no sistema de combate à violência contra mulher.
Vanessa trabalhava como jornalista no Ministério Público do Trabalho (MPT), que também se pronunciou sobre o crime brutal. No comunicado, foi destacado que a profissional era dedicada e comprometida com a missão institucional do MPT, contribuindo de forma significativa para a divulgação e conscientização sobre os direitos trabalhistas e a Justiça social.
Sua perda é um golpe não apenas para a instituição, mas para toda a sociedade, que vê mais uma vida ceifada pela violência de gênero. Neste momento de dor, manifestamos nossa solidariedade à família, amigos e colegas de Vanessa Ricarte. Que sua memória inspire a luta por um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres, e que sua tragédia nos motive a fortalecer as políticas públicas de proteção e combate à violência doméstica.
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