Rayner da Costa de Abreu, de 24 anos, afirma ter ‘nadado’ na rua após sentir vontade de ser criança de novo. Caso ocorreu em Santos (SP). Autônomo nada em enchente para testar se celular é à prova d’água em Santos, SP
Um homem, de 24 anos, nadou na enchente durante o último temporal que atingiu a Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Ao g1, Rayner da Costa de Abreu disse ter protagonizado a cena diante da vontade de ‘voltar a ser criança’ e também parar testar se o celular era à prova d’água (assista acima).
Segundo o médico infectologista Leandro Curi, ‘nadar’ durante enchentes pode trazer riscos à saúde. Ele citou doenças leptospirose, hepatite A e gastroenterites bacterianas. Além disso, o especialista disse que a situação pode provocar até tétano com acidentes ao pisar em objetos enferrujados.
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A situação ocorreu em frente a um shopping, no bairro Gonzaga, na última terça-feira (18). Morador de Cubatão (SP), Rayner disse que estava na cidade vizinha para vender balas.
“Deixei meus doces na frente da escada e pulei, mergulhei de boa. O que me motivou foi a vontade de criança, bateu um instinto de criança dentro de mim. Sempre gostei de nadar, brincar, foi vontade de voltar a ser criança mesmo”, afirmou.
Rayner disse não ter ficado com medo da enchente e ressaltou que conhece o próprio limite. “Quando vejo que a água está limpa, está tranquila e dá para brincar, eu vou lá e pulo normal. Não tenho medo não até porque meu corpo estava fechado, não estava com nenhum machucado, minha imunidade é muito alta, faço muito exercícios”.
Autônomo nadou em enchente para testar se celular é à prova d’água, em Santos, SP
Reprodução
O autônomo acrescentou ter gosto pela adrenalina e que, apesar de filmar a situação e divulgar na internet, nadou na via sem o objetivo de ganhar visualizações. Além disso, ele teve a certeza de que o celular é, de fato, à prova d’água. “Estou ótimo, em perfeito estado, graças a Deus”, finalizou.
Riscos de nadar em enchentes 🚨🌊
Ao g1, o infectologista Leandro Curi disse que ao nadar em áreas desconhecidas, quando não há controle sanitário de contaminação, a pessoa está sujeita a acidentes e infecções diretas, como a hepatite A.
Outra doença é a leptospirose. “Que é mais comum de penetrar no corpo pela pele, pelo machucado ou mesmo na pele íntegra, mas com exposição grande da água contaminada”, pontuou.
Autônomo nadou em enchente durante tempestade que atingiu a Baixada Santista, no litoral de SP
Reprodução
O médico explicou que a bactéria que causa leptospirose é eliminada na urina do rato, que fica seca no chão ou nas superfícies, mas que, com a enchente, lava o chão e leva a bactéria até algum organismo, neste caso, a pessoa que nadou na via.
Curi citou também as gastroenterites bacterianas, que causam diarreias, mal-estar e vômitos. O médico afirmou que, além disso, há o risco indireto da pessoa nadar na enchente e pisar em um objeto contaminado, o que pode causar tétano.
A orientação, de acordo com o infectologista, é observar os próximos dias após o contato com a água suja para verificar se apresentará algum sintoma, como diarreia, vômito, perda de apetite, febre, mal-estar, dor no corpo e mudança de coloração nas fezes ou urina. Em caso afirmativo, é preciso procurar um médico.
Autônomo nadou na enchente durante tempestade em Santos; especialista alertou sobre os riscos da atitude
Reprodução
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