Na delegacia, vítima disse que homem se esquivou de receber medida protetiva dizendo que estava na Bahia. No dia 28 de julho, ela denunciou que ele invadiu a casa dela com uma facada e chegou a ferir atual namorado. Polícia Civil investiga a morte de Vitória, que teria morrido após beber milkshake
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A jovem de 23 anos que morreu com suspeita de envenenamento através de um milkshake de morango já tinha medidas protetivas de proibição de contato contra o ex-companheiro, que é o principal suspeito do crime. Vitória da Conceição Pereira faleceu na madrugada desta segunda (5).
A moça procurou a polícia há pouco mais de uma semana dizendo que, no dia 28 de julho, Deivid Nascimento Santana invadiu a casa dela em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, armado com uma faca.
Em depoimento, ela contou que estava com o atual namorado dormindo na residência e que o homem acabou ferido no braço, mas que a faca quebrou. Nesse momento, Deivid teria ido em um vizinho e buscado uma foice, mas foi espantado pelo homem, que se meteu na briga.
O namorado da menina não endossou a versão dela para a polícia e disse que “estava muito bêbado” e que “se lembrava dela pulando pela janela e o braço ferido”. Inicialmente, a polícia acredita que ele teve medo que Deivid tentasse novamente algo contra ele.
Na ocasião, ela solicitou as medidas protetivas – que foram concedidas pela Justiça. Mas, ela acreditava que ele não tinha recebido o oficial de justiça para ciência das medidas cautelares e, por telefone, disse que estava na Bahia.
Três dias depois, no dia 31 de julho – cinco dias antes da sua morte – ela voltou à delegacia para denunciar perseguição. A jovem contou que estava recebendo mensagens de diversos números e que acreditava ser o ex, que não aceitava o fim do relacionamento.
Enquanto a vítima denunciava a perseguição, o homem chegou a enviar mensagens no momento que Vitória estava dentro da delegacia. Mas, não atendeu quando o policial ligou para informar a medida protetiva.
Para a polícia, a principal suspeita é que o homem tenha premeditado a morte de Vitória e a atraído para uma emboscada com uma suposta oportunidade de faxina. Deivid chegou a ser considerado foragido, mas foi preso nesta terça (6).
Um mandado de prisão preventiva foi emitido pela Justiça contra Deivid. De acordo com as investigações da 82ª DP (Maricá), o suspeito teria se passado por outra pessoa com o nome de “Leandro” para executar o plano contra a vítima.
De acordo com uma testemunha, a faxina foi agendada para sábado (3). Deivid teria dado o milkshake para o dono da casa que repassou a bebida para Vitória.
Segundo o delegado Bruno Gilabert, os restos dos alimentos supostamente envenenados foram levados para a perícia.
“Esse milkshake aparentemente estava envenenado. Nós efetivamente constatamos que no fundo do copo havia grânulos que parecem ser veneno de rato”, explica.
Até o momento, os investigadores entendem que Deivid ludibriou as outras pessoas envolvidas na faxina e na entrega da bebida para Vitória e elas não são suspeitas de crimes.
Homem disse que pediria Vitória em casamento
Para enganar as vítimas, segundo os depoimentos, Deivid disse que o lanche fazia parte de uma surpresa.
De acordo com as testemunhas, o homem disse que tinha um relacionamento com ela e pediu que marcassem uma faxina para levá-la ao local. No dia marcado, ele comprou milkshake e batata-frita e entregou ao dono da sala que seria faxinada.
Em depoimento, o empresário disse que Deivid justificou dizendo que “era o sabor preferido dela” e que, durante a faxina, a surpreenderia com um pedido de casamento, já que seria o sonho dela oficializar a união.
Para a empreitada, ele teria usado duas pessoas – que a polícia já colheu depoimentos. Os dois homens reconheceram Deivid como sendo a pessoa que se apresentou como “Leandro” e apresentou o suposto plano de pedido de casamento.
Enquanto executava o plano, Deivid teria ainda reforçado que as testemunhas não podiam dizer quem tinha mandado o lanche.
Partículas granuladas foram encontradas no fundo do copo do Milkshake
Divulgação/Polícia Civil