20 de setembro de 2024

Jovens criam projeto que ajuda deficientes auditivos a terem informações sobre locais públicos por meio de QR Code

Medida foi adotada em Penápolis (SP) e partiu de jovens de um clube de serviço. Jovens de um clube de serviço de Penápolis criam sistema para ajudar pessoas surdas
Jovens de um clube de serviço criaram um sistema que ajuda pessoas com deficiência auditiva a terem acesso a informações de lugares públicos, por meio de um QR Code, em Penápolis (SP).
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Com a nova tecnologia, esse público consegue ter acesso a vídeos com áudio legendado em Libras. Por meio da Língua Brasileira de Sinais, os moradores podem conhecer mais sobre diversos lugares na cidade, como museus, prefeitura e escolas municipais.
QR Code criado em Penápolis (SP)
Reprodução / TV TEM
Leonardo Ferreira Mioti, presidente do Rotaract Club de Penápolis, foi quem teve a ideia e logo retransmitiu para os outros colegas do grupo. Em entrevista à TV TEM, ele conta que todos apostaram na iniciativa.
“A gente teve uma reunião e foi apresentado o projeto. A gente achou inovador porque a cidade nunca teve acessibilidade desta forma e ai o clube topou fazer”, conta.
Iniciativa partiu de jovens de um clube de serviço de Penápolis (SP)
Reprodução / TV TEM
Inicialmente, 70 plaquinhas com QR Code foram instaladas em diversos pontos da cidade. A meta é ampliar ainda mais o projeto.
Para tornar o trabalho real, os jovens tiveram apoio de duas professoras. Rosa Flor Moreli e Vivian Moreli, que são mãe e filha, ajudaram na interpretação das informações.
“Nós conseguimos fazer 70 plaquinhas. Fácil não é, porque lidar com a câmera não é fácil e temos que aprender também, mas o desafio é maravilhoso. A pessoa que é surda luta diariamente e quebra diversas barreiras. O que fazemos ajuda de alguma forma nessa luta”, explica Vivian.
Duas professoras, sendo mãe e filha, auxiliaram na gravação dos vídeos em Penápolis (SP)
Reprodução / TV TEM
Juntas elas dedicaram horas para as gravações e narrações dos vídeos. Rosa Flor lembra que ao ver o resultado final, a sensação é de muita gratidão. Além da vontade de tornar o projeto ainda maior.
“Achei maravilhoso essa experiência pelo pessoal do projeto ser jovem e partir deles a ideia. Está sendo colocada em cada estabelecimento da cidade para que eles, os deficientes auditivos, possam ter essa acessibilidade e também esse sentimento de pertencimento que é muito importante”, explica.
A Giselli é surda de nascença e se comunica por meio de Libras. Com a ajuda da mãe, a professora Giselli Selipirandy, a jovem expressou o sentimento de ver a iniciativa sendo colocada em prática.
“Fiquei muito feliz, fiquei admirada com os QR Codes de acessibilidade. Ela (Giselli) quer mais e mais plaquinhas, para que a gente mate a nossa curiosidade de entender os lugares, as histórias. Também é bom para os turistas que forem surdos e que chegarem aqui.. Se cada lugar tiver essas placas, é perfeito”, conta.
Ainda segundo Giselli, é necessário colocar as plaquinhas nos hospitais, nos bancos, nas lojas, nos mercados e ainda falta acessibilidade na comunicação.
“A gente fica perdido, é preciso de intérpretes nesses lugares”, finaliza.
Mel, moradora de Penápolis (SP), fez um implante coclear
Reprodução / TV TEM
Surda de nascença, até os sete anos a Mel não ouvia nada. Ela passou por cirurgia para a colocação de um implante coclear que permite que hoje, aos 13 anos, ela consiga ter percepção de parte dos sons. A adolescente está na fase inicial de aprendizado de Libras e teve contato com as plaquinhas do projeto pela primeira vez.
“Eu amei. É muito bom para ajudar também. Às vezes eu não consigo entender o que a pessoa está falando em Libras também, então me ajuda”, conta.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são quase 3.000 pessoas que têm algum tipo de dificuldade na audição, em Penápolis.
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