11 de outubro de 2024

Jovens desaparecem em Cabedelo, PB, e polícia cita ações de facções: ‘solte ele’, apela tia

Diego dos Santos de 18 anos é estudante e desapareceu na segunda-feira (7) depois de sacar o benefício Pé de Meia na Caixa Econômica. Riquelme seria amigo de Diego, segundo a polícia. Diego dos Santos de 18 anos desapareceu nesta segunda-feira (7) depois de sacar o Pé de Meia na Caixa Econômica, em Cabedelo, PB
Reprodução/Redes sociais
Moradores de Lucena, no Litoral Norte da Paraíba, realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (10), com objetivo cobrar respostas sobre o desaparecimento de dois jovens da região, identificados como Diego e Riquelme, que sumiram há cerca de três dias. Segundo a Polícia Militar, um menor já foi apreendido suspeito de envolvimento no caso. Confira abaixo mais detalhes.
Como os jovens desapareceram?
O protesto foi organizado pela família e amigos de Diego Eleoterio dos Santos, um estudante de 18 anos. Ele foi visto pela última vez na segunda-feira (7). Segundo relatos de familiares, ele teria usado a balsa para ir até Cabedelo, mas desapareceu logo depois.
Francisco José, tio de Diego, contou à TV Cabo Branco que o jovem saiu de casa por volta das 9h manhã para buscar o benefício Pé de Meia em uma agência da Caixa Econômica. Por volta das 12h ele foi visto na região de acesso à balsa que liga o Lucena a Cabedelo, mas não voltou para casa.
Vizinhos relataram aos familiares que ele foi abordado por um homem, seguido por outros dois ou três indivíduos, e levado em seguida. O rapaz que teria abordado Diego na balsa seria Riquelme. “Ele estava esperando a balsa de meio-dia para atravessar quando isso aconteceu”, explicou José Arlindo, também tio de Diego.
A reportagem não conseguiu mais detalhes sobre o segundo jovem desaparecido, Riquelme.
O que diz a polícia?
Até o momento, as autoridades não deram uma resposta concreta sobre o paradeiro dos jovens. Familiares e os familiares temem que eles tenham sido vítimas de violência.
Em solicitação do g1, a Polícia Militar de Cabedelo informou que está em diligências e nesta terça-feira (11) um menor foi apreendido suspeito de envolvimento no desaparecimento dos rapazes.
“Ele teria visualizado os dois e chamado outros comparsas. Acompanhado os garotos e depois disso os meninos desapareceram”, informou a major Viviane Vieira.
Ainda segundo a polícia, Riquelme e Diego eram amigos e teriam sido abordados por homens membros de uma facção criminosa que acreditam que os dois jovens fazem parte de um grupo rival.
Apesar disso, o envolvimento de Riquelme e Diego com facções não foi confirmado pela polícia e ainda está sendo averiguado.
Como foi o protesto?
Durante o protesto desta quinta-feira, pneus e galhos foram queimados na entrada do trapiche, local onde a balsa atraca para o embarque de passageiros e veículos. Assim, nas primeiras horas da manhã, os serviços do transporte foram suspensos.
Moradores fecham balsa entre Lucena e Cabedelo em protesto contra desaparecimento de Diego dos Santos
Reprodução/TV Cabo Branco
Rosa Maria, tia de Diego, apelou emocionada: “Solte ele, bote em algum lugar, pelo amor de Deus, só quero isso. Na segunda-feira ele veio buscar o dinheirinho dele e levaram ele e até agora a gente não sabe. (…) Só comentários e só sofrimento da família”.
A mobilização foi encerrada e o Corpo de Bombeiros foi enviado até o local para iniciar o rescaldo da área. Ainda não há previsão para o retorno das viagens entre Cabedelo e Lucena.
Guerra entre facções na Grande João Pessoa
Uma guerra entre facções criminosas tem sido apontada como uma das principais causas para o aumento do número de assassinatos na Grande João Pessoa, de acordo com a Polícia Civil, que investiga ações criminosas nas cidades de Bayeux, Cabedelo e também na capital.
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Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública apontam crescimento das mortes em Bayeux, Cabedelo e e João Pessoa. A cidade de Cabedelo se destaca no comparativo entre 2022 e 2023, com um crescimento de 377% de um ano para o outro, com 52 assassinatos.
Bayeux teve aumento de 19,4%, com 79 mortes entre os dois anos; João Pessoa apontou crescimento de 14,29%, com 375 assassinatos.
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