25 de dezembro de 2024

Juíza fala em ‘crueldade’ e ‘extrema periculosidade’ ao manter prisão de homem por morte a facadas da ex em Belford Roxo

O crime aconteceu às 6h30, no bairro São Francisco de Assis, quando Luciene da Silva Queiroz havia acabado de chegar para trabalhar. Colegas da vítima afirmam que ela estava separada de Eduardo Lima Barreto e tinha medidas protetivas contra ele. Com o acusado a polícia encontrou duas facas. Gari foi morta em Belford Roxo por ex-marido que tinha histórico de agressões e ameaças
A Justiça do RJ converteu neste domingo (30) em preventiva a prisão em flagrante do serralheiro Eduardo Lima Barreto, de 46 anos, detido na última sexta-feira (28), após esfaquear e matar a ex-companheira, a gari Luciene da Silva Queiroz, de 39, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
De acordo com parentes da mulher, Barreto não aceitava o fim do relacionamento com Luciene – que estava em um novo relacionamento e havia pedido o divórcio. No dia do crime, a vítima estava trabalhando.
De acordo com a juíza Mariana Tavares Shu, da Central de Custódia, “a crueldade dos fatos, praticado com diversas facadas, demonstra a mais absoluta inadequação do custodiado ao convívio social e sua extrema periculosidade”.
A magistrada lembrou ainda que solto, Eduardo, que tem outras anotações criminais – como violência doméstica –, poderia atrapalhar as investigações.
“Convém destacar, ademais, que as testemunhas ainda não prestaram depoimento, de forma que a liberdade do custodiado poderá comprometer a instrução criminal por ameaça. Destaque-se que a liberdade do autor dos fatos poderá incutir o temor nas testemunhas em comparecer à audiência para prestar depoimento, sabendo que o autor dos fatos estará solto no mesmo ambiente. A primariedade, por si só, não confere o direito à liberdade, salientando-se que ele possui diversas anotações criminais em sua FAC (Folha de Antecedentes Criminais), inclusive por violência doméstica”.
Durante a audiência de custódia, a juíza lembrou que Luciene estava conversando com o colega de trabalho, Alguimar Silva dos Santos, com quem namorava há dois meses, quando o serralheiro se aproximou e disse que precisava falar com ela.
Segundo o depoimento do homem, sua namorada e o ex estavam separados há pelo menos 4 meses. Alguimar contou à polícia que Eduardo procurou Luciene em frente à Secretaria de Conservação Municipal de Belford Roxo, local onde a vítima e o namorado trabalhavam, logo pela manhã da sexta.
Ainda de acordo com Alguimar, Luciene e o ex-marido se afastaram para conversar, quando, de repente, Eduardo sacou uma faca e desferiu vários golpes contra ela. O namorado relatou que “foi para cima” de Eduardo, mas ele saiu correndo. Colegas da vítima o perseguiram, o alcançaram e o capturaram, entregando à polícia. Enquanto a gari era socorrida, mas ela não resistiu aos ferimentos.
Luciene da Silva Queiroz e Eduardo Lima Barreto
Reprodução
Luciene foi enterrada no último sábado (29), no Cemitério Municipal de Belford Roxo.
Em depoimento na na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Eduardo disse que ficará em paz após o crime. Ele contou que esfaqueou a vítima após achar que ela estava mentindo sobre o atual relacionamento dela.
Durante a audiência de custódia, Eduardo não quis falar em juízo. O serralheiro e a gari tiveram uma menina, que hoje tem 9 anos. A defesa de Eduardo informou à Justiça que ele tem ensino fundamental incompleto e usa remédios controlados.
Eduardo tem três anotações criminais, um deles de homicídio, mas ele foi impronunciado, ou seja, não foi levado a júri popular, porque o juiz entendeu que não havia provas suficientes contra ele.
Ele também responde por ameaça e tinha medida protetiva para não se aproximar de Luciene, em maio deste ano, tramitando no 1º Juizado Criminal de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, de Belford Roxo.

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