23 de setembro de 2024

Justiça argentina bloqueia bens e quebra sigilo bancário do ex-presidente Alberto Fernández

O Ministério Público acusa o ex-presidente de se beneficiar ilicitamente de um suposto esquema de desvio de dinheiro público para a contratação de seguros. Justiça da Argentina determina bloqueio de bens do ex-presidente Alberto Fernández
A Justiça federal da Argentina bloqueou os bens e quebrou o sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Alberto Fernández. Ele é suspeito de corrupção.
Em dezembro de 2021, faltando dois anos para o fim do mandato, o então presidente Alberto Fernández assinou um decreto que obrigava o setor público a fazer seguros de bens e prédios do patrimônio nacional. Determinou também que todas as apólices fossem feitas pela Nación Seguros S.A, uma subsidiária do banco de La Nación, que é estatal.
A Nación Seguros contratava corretores e assessorias de seguros, que serviam como intermediários dos contratos e recebiam comissões. É uma prática comum, mas o Ministério Publico afirma que um desses intermediários era Héctor Martínez Sosa, marido da secretária particular de Alberto Fernández. O ex-presidente admite dever US$ 20 mil a Sosa desde 2008.
Ministério Publico afirma que um dos intermediários era marido da secretária particular de Alberto Fernández.
Jornal Nacional/Reprodução
Segundo o Ministério Público, os intermediários recebiam comissões acima do valor de mercado. E que o governo pagou aos cinco principais intermediários o equivalente a R$ 16 milhões em comissões.
A Justiça determinou o bloqueio de bens e a quebra do sigilo fiscal e bancário de Alberto Fernández. O Ministério Público acusa o ex-presidente de se beneficiar ilicitamente do suposto esquema, de violar os deveres de um funcionário público, de abuso de autoridade e de mau uso de recursos públicos.
Em fevereiro, quando o caso veio à tona, Fernández se defendeu afirmando não ter roubado e nem participado de nenhuma irregularidade.
A Argentina também lida com os efeitos da crise econômica. Nesta quarta-feira (10), em Buenos Aires, houve protestos e confronto. Manifestantes fecharam a principal avenida da capital para exigir que o governo volte a mandar alimentos aos refeitórios comunitários.
A polícia acionou o chamado o protocolo “Anti-piquete”, implantado no início do governo de Javier Milei. Policias vão as ruas e atuam para liberar a via. A polícia disparou balas de borrachas e usou gás lacrimogêneo. Um homem foi arrastado e imobilizado por uns policiais à paisana, de colete azul. Ao menos 10 pessoas foram detidas.
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