Yoon Suk Yeol impôs uma lei marcial, que restringia direitos civis no país, no mês passado. Investigadores também apontam abuso de poder e obstrução do parlamento. O presidente sul-coreano destituído, Yoon Suk Yeol, chega ao prédio que abriga o Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO), em Gwacheon, no dia 15 de janeiro de 2025.
Pool da Coreia do Sul/via AFP
Um tribunal da Coreia do Sul rejeitou o pedido do Ministério Público para estender a prisão do presidente afastado Yoon Suk Yeol, nesta sexta-feira (24), segundo a agência de notícias Yonhap.
Os promotores que cuidam do caso haviam solicitado, a pedido Escritório de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários (CIO), que comanda a investigação, para que a prisão de Yoon, que deve ser libertado até terça-feira (28), fosse prorrogada por mais 10 dias, tempo que permitiria que ele fosse acusado formalmente antes de deixar a prisão.
Um dia antes da decisão, nesta quinta (23), os investigadores pediram aos promotores que acusassem Yoon, que está detido desde semana passada, de insurreição, abuso de poder e obstrução do Parlamento pela imposição da lei marcial no mês passado.
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O Escritório de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários afirmou que Yoon organizou um “motim” e tentou minar a Constituição. Lee Jae-seung, vice-procurador-chefe do CIO, disse em uma entrevista coletiva televisionada que Yoon também abusou de seu poder ao mobilizar tropas para um propósito ilegítimo e tentou obstruir o direito do parlamento de votar sobre o fim da lei marcial.
3 de dezembro – O então presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial no país. A oposição conseguiu derrubar o decreto. Onze dias depois, a Assembleia Nacional aprovou o impeachment de Suk Yeol.
Kim Soo-Hyeon/Reuters
Yoon tem afirmado que suas ações tinham como objetivo emitir um alerta ao parlamento controlado pela oposição sobre a obstrução da sua agenda, em vez de interromper o trabalho do parlamento.
Yoon rejeitou os esforços para interrogá-lo durante semanas e usou o serviço de segurança presidencial para repelir a primeira tentativa de detenção. Ele alega que a investigação e sua detenção são ilegais.
A equipe de defesa de Yoon emitiu uma declaração acusando o CIO de “humilhar” Yoon ao tentar pressioná-lo a falar com os investigadores e abusar de seus direitos humanos ao impedi-lo de contatar seus familiares. Yoon se recusou a participar do interrogatório desde que foi detido, citando seu direito de permanecer em silêncio.
Aparecendo pela primeira vez em uma audiência do Tribunal Constitucional na terça-feira (21), Yoon negou ter ordenado que os militares arrastassem os legisladores da Assembleia Nacional para impedir que votassem. Comandantes das unidades militares enviadas à assembleia testemunharam que Yoon os ordenou a retirar os legisladores.
O decreto de lei marcial de Yoon abalou a política e os mercados financeiros da Coreia do Sul e prejudicou sua imagem internacional.