26 de janeiro de 2025

Justiça da Coreia do Sul nega pedido para estender prisão do presidente afastado


Yoon Suk Yeol impôs uma lei marcial, que restringia direitos civis no país, no mês passado. Investigadores também apontam abuso de poder e obstrução do parlamento. O presidente sul-coreano destituído, Yoon Suk Yeol, chega ao prédio que abriga o Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO), em Gwacheon, no dia 15 de janeiro de 2025.
Pool da Coreia do Sul/via AFP
Um tribunal da Coreia do Sul rejeitou o pedido do Ministério Público para estender a prisão do presidente afastado Yoon Suk Yeol, nesta sexta-feira (24), segundo a agência de notícias Yonhap.
Os promotores que cuidam do caso haviam solicitado, a pedido Escritório de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários (CIO), que comanda a investigação, para que a prisão de Yoon, que deve ser libertado até terça-feira (28), fosse prorrogada por mais 10 dias, tempo que permitiria que ele fosse acusado formalmente antes de deixar a prisão.
Um dia antes da decisão, nesta quinta (23), os investigadores pediram aos promotores que acusassem Yoon, que está detido desde semana passada, de insurreição, abuso de poder e obstrução do Parlamento pela imposição da lei marcial no mês passado.
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O Escritório de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários afirmou que Yoon organizou um “motim” e tentou minar a Constituição. Lee Jae-seung, vice-procurador-chefe do CIO, disse em uma entrevista coletiva televisionada que Yoon também abusou de seu poder ao mobilizar tropas para um propósito ilegítimo e tentou obstruir o direito do parlamento de votar sobre o fim da lei marcial.
3 de dezembro – O então presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial no país. A oposição conseguiu derrubar o decreto. Onze dias depois, a Assembleia Nacional aprovou o impeachment de Suk Yeol.
Kim Soo-Hyeon/Reuters
Yoon tem afirmado que suas ações tinham como objetivo emitir um alerta ao parlamento controlado pela oposição sobre a obstrução da sua agenda, em vez de interromper o trabalho do parlamento.
Yoon rejeitou os esforços para interrogá-lo durante semanas e usou o serviço de segurança presidencial para repelir a primeira tentativa de detenção. Ele alega que a investigação e sua detenção são ilegais.
A equipe de defesa de Yoon emitiu uma declaração acusando o CIO de “humilhar” Yoon ao tentar pressioná-lo a falar com os investigadores e abusar de seus direitos humanos ao impedi-lo de contatar seus familiares. Yoon se recusou a participar do interrogatório desde que foi detido, citando seu direito de permanecer em silêncio.
Aparecendo pela primeira vez em uma audiência do Tribunal Constitucional na terça-feira (21), Yoon negou ter ordenado que os militares arrastassem os legisladores da Assembleia Nacional para impedir que votassem. Comandantes das unidades militares enviadas à assembleia testemunharam que Yoon os ordenou a retirar os legisladores.
O decreto de lei marcial de Yoon abalou a política e os mercados financeiros da Coreia do Sul e prejudicou sua imagem internacional.

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