16 de outubro de 2024

Justiça decide que empresário que matou avó e neta há 10 anos vai responder por homicídio culposo

Matheus José Andrade era acusado de crime intencional, mas TJ mudou caso para quando não há intenção de matar. Promotoria recorreu da decisão e processo vai para o STJ. Empresário que matou avó e neta vai responder por homicídio culposo
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) mudou a tipificação do crime que Matheus José Andrade responde e decidiu que o comerciante não teve a intenção de matar avó e neta no acidente que aconteceu em julho de 2014, em Ribeirão Preto (SP).
Até então, Andrade era acusado de homicídio doloso, que é quando existe a intenção de matar.
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Agora, com a nova determinação da Justiça, o réu passa a ser acusado de homicídio culposo, quando a pessoa não tem a intenção de tirar a vida de outra pessoa.
A pena também é diferente para cada um dos casos:
Homicídio doloso: de 12 a 30 anos de prisão
Homicídio culposo: de 6 a 20 anos de prisão
O Ministério Público recorreu da mudança da tipificação do crime e o Superior Tribunal Federal (STF) vai julgar o processo.
Veículo importado ficou completamente destruído após batida em Ribeirão Preto
Câmera de segurança
Andrade responde em liberdade desde agosto de 2014, quando a defesa dele conseguiu um habeas corpus na Justiça. Vilma Aparecida Silva Santos, de 49 anos, e a neta Duane Aparecida Alves, de 8 anos, morreram na hora.
O acidente aconteceu na Avenida Luzitana, no Parque Ribeirão. (veja mais abaixo). Um laudo toxicológico divulgado em novembro de 2014 apontou que a mulher estava embriagada no momento do acidente.
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À época, Andrade se recusou a passar pelo teste de bafômetro, mas confessou a um perito que estava no local que tinha consumido álcool e drogas antes da batida.
Procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa dele disse que ele nunca teve intenção de matar as vítimas e não há provas da embriaguez de Andrade no momento do acidente, que aconteceu há dez anos.
Vítimas morreram na hora
O acidente aconteceu na noite de 19 de julho, na Avenida Luzitana, no Parque Ribeirão, zona Oeste de Ribeirão Preto.
Vilma estava com a neta em um veículo Corsa, que foi atingido pela Touareg de Andrade. Segundo testemunhas, ele estava em alta velocidade quando atingiu o carro da mulher. Avó e neta morreram na hora.
Policiais que atenderam a ocorrência disseram que o comerciante estava bêbado e confessou ter usado cocaína. Câmeras de segurança flagraram o momento da batida e as imagens mostram a forma violenta com que o carro de Vilma foi atingido e bateu na parede de uma farmácia.
Com impacto da batida, frente da Touareg ficou completamente destruída
Maurício Glauco/ EPTV
Andrade foi preso em flagrante, mas liberado menos de um mês depois. Ele respondia pelos crimes de embriaguez ao volante e homicídio doloso, quando há intenção de matar.
O inquérito policial apontou à época que, além das evidências coletadas na data do acidente –relatos de policiais de que Andrade tinha voz pastosa, odor etílico e confusão mental, bem como a própria versão do motorista, que admitiu ter feito uso de álcool e cocaína – foram incluídas no processo três versões de testemunhas do ocorrido, alegando que o comerciante estava em alta velocidade quando atingiu o carro das vítimas.
O passageiro que estava com Andrade chegou a ser socorrido em estado grave, mas teve alta dias após o acidente.
Veículo importado ficou completamente destruído após batida em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Ainda de acordo com testemunhas, Andrade subiu a avenida correndo com o veículo, quando, ao passar por uma lombada, perdeu o controle da direção e bateu contra o carro ocupado por Vilma e Duane.
Um laudo da Polícia Científica emitido quatro meses depois do acidente também apontou presença de álcool etílico no corpo de Vilma. O exame confirmou concentração de 1,2 grama de álcool por litro de sangue, o dobro do permitido por lei à época do acidente.
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