18 de janeiro de 2025

Justiça manda prender casal de empresários suspeito de sumir com café e causar prejuízo de pelo menos R$ 25 milhões


Guilherme Osório de Oliveira e Marina Célia Lopes da Cruz Oliveira, no entanto, são considerados foragidos. Cerca de 30 pessoas da região de Ribeirão Preto (SP) prestaram queixa contra responsáveis por armazenar e negociar os grãos. A Justiça decretou a prisão do casal de empresários, dono de armazéns de café, suspeito de ter sumido com sacas e de ter causado um prejuízo milionário a produtores rurais de Altinópolis (SP), na Alta Mogiana. A informação foi confirmada pela Polícia Civil à EPTV, afiliada da TV Globo, na tarde desta sexta-feira (17).
No entanto, até a última atualização desta reportagem, Guilherme Osório de Oliveira e Marina Célia Lopes da Cruz Oliveira eram considerados foragidos.
Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
Ainda de acordo com a polícia, até esta sexta, ao menos 30 pessoas prestaram queixa às autoridades, alegando que os suspeitos, que ficavam responsáveis por armazenar e negociar os grãos, não foram mais encontrados depois de receberem o café.
Com isso, o cálculo inicial é de que o rombo causado aos produtores, com os grãos que sumiram, é de R$ 25 milhões. O prejuízo, porém, pode chegar a R$ 70 milhões.
Sacas de café
Reprodução/EPTV
Inicialmente, a Polícia Civil investiga o crime de apropriação indébita qualificada, mas também apura a prática de lavagem de dinheiro e, por isso, solicitou o bloqueio de bens dos investigados à Justiça.
Os empresários ou a defesa deles não foram localizados pela reportaagem.
Sumiço de café
Os investigados, segundo o delegado seccional de Ribeirão Preto (SP), Sebastião Vicente Picinato, são donos de uma empresa que detém armazéns e entrepostos, que ficam responsáveis por guardar e negociar o café de produtores rurais e que tinham credibilidade por atuarem há anos na região.
“O produtor colheu o seu café, fez o beneficiamento, ele quer depositar esse café em algum local seguro. Essas corretoras de café ou armazéns recebem essa carga e deixam o café à disposição do corretor. Em momento oportuno, ele vai querer vender ou não, a empresa que faz a corretagem do café tem o lucro dela com relação ao armazenamento e depois até uma comissão de venda”, explica Picinato.
Esta semana, no entanto, produtores relataram à Polícia Civil que os sócios não foram mais encontrados nem atenderam telefonemas depois de serem procurados para negociar o café.
“Nós fomos procurados por uma vítima que alegava que possuía depositado nesse armazém aproximadamente sete mil sacas de café e em tratativas com o corretor, pediu que fosse vendido, aproveitando a alta do preço, inclusive para custear despesas do manejo do café. E para surpresa dela, o investigado começou a dar evasivas”, diz.
Diante das suspeitas, a Polícia Civil cumpriu na quinta-feira cinco mandados de busca e apreensão nos endereços dos sócios e apurou que quase não havia sacas de café nos armazéns, o que, para o delegado, dá indícios de que eles se apropriaram ou extraviaram a mercadoria.
“Os armazéns e entrepostos mantidos pela cafeeira estavam praticamente vazios, apenas um deles tinha três packs de café e mais umas sacas, o que deve ser em torno de 50 sacas de café de 60 quilos, alguns implementos agrícolas, maquinarias que não foram objeto de apreensão naquele momento.”
Produção de café na Alta Mogiana, no interior de São Paulo.
Reprodução/EPTV
‘Vamos seguir o caminho do dinheiro’
Além de localizar os suspeitos, as autoridades querem saber qual foi o destino do café. O produto que sumiu dos armazéns, segundo o delegado, pela elevada qualidade, geralmente é destinado ao mercado internacional.
Por isso, Picinato solicitou o bloqueio de contas bancárias, veículos, imóveis e outros ativos financeiros do casal.
“Vamos seguir o caminho do dinheiro para saber quem se beneficiou com isso, com a maneira que lá na frente, através de uma competente ação cível, as vítimas possam se ver ressarcidas, total ou parcialmente.”
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

Mais Notícias