11 de outubro de 2024

Justiça manda prender empresário condenado por morte de bancário há 21 anos em Ribeirão Preto, SP

Pena de Alexandre Titoto é de 18 anos de prisão e ele é considerado foragido da Justiça. Carlos Alberto Araújo foi espancado e enterrado vivo em fevereiro de 2003 por causa de dívida de carro importado. Empresário de Ribeirão Preto condenado por matar analista é procurado pela polícia
O empresário Alexandre Titoto, condenado a 18 anos de prisão pela morte do bancário Carlos Alberto Araújo em fevereiro de 2003 em Ribeirão Preto (SP), é considerado foragido da Justiça.
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O mandado de prisão foi expedido após o Ministério Público entrar com recurso pedindo o cumprimento imediato da pena. A decisão, segundo o promotor Marcus Túlio Nicolino, reconheceu o entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata sobre condenações aplicadas pelo tribunal do júri.
“Eu fiz um requerimento à juíza da 1ª Vara com base na decisão recente do Supremo Tribunal Federal, que determinou que os condenados pelo júri tenham a pena cumprida imediatamente. A juíza deferiu e expediu o mandado de prisão. Tentou-se a localização dele [Titoto] na residência, não foi encontrado. A polícia até agora não o encontrou, ele também não se apresentou, então é considerado foragido”, afirma Nicolino.
De acordo com o promotor, a defesa de Titoto tentou revogar a ordem de prisão, mas o pedido foi negado na quarta-feira (9).
“O fato foi praticado em 2003, há 21 anos, então a prisão dele, neste momento, representa para a sociedade, para a Justiça, o impedimento da impunidade. As pessoas, principalmente aquelas que têm dinheiro, acham que podem cometer crimes e ficar à vontade, pelas ruas, ainda zombando da Justiça”, afirma Nicolino.
Alexandre Titoto foi condenado a 25 anos de prisão por morte de bancário em Ribeirão Preto
Reprodução / EPTV
A defesa de Titoto também havia entrado com recurso para pedir a anulação do julgamento, mas o pedido foi negado.
Os advogados de Titoto não foram localizados nesta quinta-feira (10) para comentar o assunto.
Condenação
Em 2017, Titoto foi levado ao tribunal do júri e condenado a 25 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado do analista financeiro Carlos Alberto Araújo.
A vítima foi encontrada morta na zona rural de Serrana (SP), em fevereiro de 2003. Segundo o Ministério Público, Araújo foi espancado e enterrado vivo por causa de uma dívida de R$ 400 mil referente à compra de um carro importado.
A condenação, no entanto, só ocorreu 14 anos depois, e, menos de um dia depois, Titoto obteve um habeas corpus do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para aguardar o trânsito em julgado em liberdade. Em 2019, a defesa ainda conseguiu reduzir a pena do júri para 18 anos e 8 meses.
Carlos Alberto de Souza Araújo era analista financeiro do Banco Nacional de Paris
Reprodução/EPTV
Outro acusado de participar do crime, Adelir da Silva Mota chegou a ser condenado a 18 anos de prisão, em novembro de 2014. Entretanto, o TJ anulou a sentença, alegando que o réu não poderia responder pelo crime de ocultação de cadáver, já que a vítima foi enterrada viva.
De acordo com o MP, Adelir prestava serviços a Titoto e disse em depoimento que agrediu o analista financeiro com socos e com pedaços de uma moldura de quadro.
A Promotoria sustentou a tese de que a vítima perdeu os sentidos após a agressão e os réus, acreditando que Araújo já estivesse morto, enterraram o corpo dele na fazenda do empresário em Serrana.
Quatro anos depois, porém, Adelir voltou a ser condenado, dessa vez a 17 anos de prisão. Ele segue na cadeia.
Adelir da Silva Mota chegou a ser preso no início do caso, mas obteve liberdade no STJ
Reprodução/EPTV
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