Grupo está entre os quase 300 que foram detidos em 23 de outubro após briga generalizada na orla. Apesar de liberados, eles estão proibidos de deixar o país. Baderna de torcedores do Peñarol em praia no Rio em 23 de outubro
Reuters/Agência Estado/Reoprodução
A Justiça do Rio mandou soltar nesta terça-feira (5) 10 dos 21 torcedores uruguaios que ainda estão presos pelos confrontos no Recreio, na Zona Oeste do Rio, em 23 de outubro.
Na decisão, o juiz Marcello Rubioli, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, alega uma série de fatores, como a demora no oferecimento de denúncia pelo Ministério Público, o que teria configurado excesso de prazo na prisão preventiva dos acusados.
O juiz afirma que há indícios de envolvimento dos réus em tumultos e violência, mas que a prisão prolongada sem denúncia não era justificável. Em vez disso, foram impostas medidas cautelares alternativas:
comparecimento bimestral ao Juizado do Torcedor para justificar suas atividades;
proibição de frequentar eventos esportivos;
proibição de deixar o país até o julgamento.
Serão soltos:
Michael Nicolas
Federico Gonzales
Santiago Facundo Sacremento Rodriguez
José Telechea
Santiago Zapata
Carlos Ramiro Tamborindeguy Lara
Felipe Pedrini
Lautaro Machado Raimondi
Luis Antonio Cursio
Jorge Lúcio da Silva Lima
Frederico Gonzales
Os outros 11 torcedores que seguirão presos porque os procedimentos que eles respondem ainda serão analisados pela Justiça.
Relembre o caso
Dezenas de torcedores do Peñarol foram detidos após provocar baderna, no Rio
Dezenas de torcedores do Peñarol causaram um caos na orla do Recreio dos Bandeirantes, horas antes do confronto contra o Botafogo pela Copa Conmebol Libertadores.
Por cerca de uma hora e meia, foram vistas cenas de selvageria e vandalismo praticamente sem repressão até que chegassem reforços da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
Ao todo, 283 uruguaios foram detidos e ao menos 7 pessoas ficaram feridas. Uma arma foi apreendida.
80 minutos de horror
Entre 12h e 13h20, torcedores, muitos escondendo o rosto, usaram paus e pedras para atacar os poucos policiais militares no local e pessoas que estavam na praia, onde a confusão teria começado. PMs tentavam contê-los com bombas de efeito moral, em vão.
A confusão se agravou. Praticamente todo o mobiliário de um quiosque no calçadão foi furtado: mesas serviam de escudo, e armações de barracas, de porrete. O que estivesse ao alcance da turba, como garrafas de vidro e latas, era atirado contra quem tentasse detê-los.
No asfalto, uma moto acabou incendiada. O trânsito da Avenida Lúcio Costa foi interditado por segurança.
Na areia, mais vandalismo. Um carrinho usado para guardar barracas e cadeiras de praia foisaqueado, e os objetos, também usados como arma.
Em represália, moradores do entorno saquearam um dos ônibus de excursão dos torcedores e atearam fogo ao coletivo.
Quando as forças de segurança estavam em maior número, o grupo foi contido e obrigado a se sentar no chão. Todos seriam levados para a Cidade da Polícia: 283 pessoas foram detidas. Destas, só 21 permaneciam presas até esta terça-feira.