4 de outubro de 2024

Justiça manda soltar delegado preso pela PF por forjar provas no caso Kléber Malaquias

Prisão preventiva foi substituída por medidas cautelares. Justiça determinou a soltura do delegado
Ana Clara Pontes/G1
A Justiça de Alagoas determinou nesta quarta-feira (2) a soltura do delegado preso pela Polícia Federal por fraude de provas do inquérito que investiga a morte do empresário Kleber Malaquias, assassinado em julho de 2020, em Rio Largo.
A decisão foi assinada pelo juiz Alberto Jorge Correia de Barros Lima. O magistrado justificou o por quê concedeu o pedido de habeas corpus para o delegado.
“O paciente é detentor de condições subjetivas favoráveis, porquanto primário, possuidor de bons antecedentes criminais, com endereço certo e ocupação pública definida”.
A soltura aconteceu com a imposição de algumas medidas cautelares:
Proibição absoluta de manter contato com pessoas relacionadas aos fatos investigados sobre o homicídio de Kleber Malaquias (acusados, testemunhas, e declarantes)
Obrigação de comparecer a todos os atos do processo em que figura como acusado
Retirada de qualquer função de direção até a conclusão do processo
O delegado, que é diretor de Polícia Judiciária da Região 1 (DPJ1), foi preso no dia 18 de setembro. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MP-AL) por fraude processual, revelação de sigilo funcional e abuso de autoridade.
Segundo a denúncia, o delegado manipulou provas para direcionar a autoria do homicídio de Kleber Malaquias ao PM Alessandro Fábio da Silva, que foi morto a tiros pela companheira, e inocentar os verdadeiros culpados, em trocas de favores.
Prints de conversas entre delegado e um dos suspeitos
Prints mostram conversas que incriminam delegado da PC-AL, segundo o Ministério Público
Um relatório da Polícia Federal revelou troca de mensagens entre o delegado e um agente da Polícia Civil, preso no dia 2 de setembro por suspeita de envolvimento na morte de Kleber Malaquias.
A TV Gazeta teve acesso aos prints das mensagens. As primeiras mostram a relação de proximidade entre os dois. O delegado chama ele de “meu amigo” e mostra um pernil já assado que teria ganho do policial.
Em outra mensagem, o policial civil convida o delegado para almoçar. Em outra sequência de mensagens o delegado envia fotos com um depoimento ligado ao caso para o policial que é investigado no mesmo inquérito.
Vítima foi assassinada há 4 anos no dia do seu aniversário
Kleber Malaquias, conhecido como Bode Rouco, foi assassinado dentro de um bar, em Rio Largo
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Kleber Malaquias foi assassinado dentro de um bar em Rio Largo, na tarde de 15 de julho. A execução foi arquitetada pelos envolvidos, que atraíram Kleber Malaquias até o Bar da Buchada para realizar o assassinato.
A polícia acredita que a morte tenha tido motivação política e se trata de um crime de mando. Ele chegou a testemunhar contra o desembargador Washington Luiz no processo da tentativa de homicídio contra o juiz Marcelo Tadeu.
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