2 de novembro de 2024

Justiça suspende construção de novo centro administrativo em Ribeirão Preto, SP


Decisão teve como base ação popular impetrada por dois vereadores da cidade. Obra está orçada em mais de R$ 173 milhões e tinha previsão de entrega para 2027. Projeto do Centro Administrativo Municipal de Ribeirão Preto
Arte/Prefeitura de Ribeirão Preto
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo suspendeu a execução do contrato de obra do novo centro administrativo de Ribeirão Preto (SP). O projeto está avaliado em R$ 173.497.592,89 e tinha previsão de entrega em três anos.
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Na decisão, proferida na sexta-feira (1), a juíza Lucilene Aparecida Canella de Melo considerou:
desvio de finalidade
inexistência de recursos prévios para a consecução da obra no valor
irregularidade do estudo de impacto de vizinhança
inexistência de relatório de impacto ao meio ambiente
A sentença tem como base ação popular impetrada pelos vereadores Duda Hidalgo (PT) e Marcos Papa (Podemos) e pede que a administração municipal apresente documentos relacionados à despesa das obras em até 15 dias.
Procurada pelo g1 neste sábado (2), a Prefeitura de Ribeirão Preto disse, por meio de nota, que ainda não foi notificada.
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O projeto milionário tem como promessa melhorar o atendimento aos moradores, reduzir gastos públicos e se tornar um símbolo de desenvolvimento e é discutido há pelo menos sete anos. A previsão era de que a obra começasse ainda neste ano, após ordem de serviço emitida pela prefeitura.
Segundo o Executivo, há dotação no orçamento deste ano e há tanto recursos próprios, da ordem de R$ 113 milhões, quanto a disponibilidade de R$ 60 milhões em linhas de financiamento já aprovadas.
Alvo de críticas constantes
No dia 9 de outubro, a prefeitura assinou o contrato no valor de R$ 173,4 milhões com a H2OBras Construções autorizando a realização das obras.
Centro Administrativo de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Um dia antes, a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) repudiou o documento, defendendo a permanência do centro administrativo na região central da cidade, alegando que:
a medida foi tomada sem diálogo e planejamento;
desconsidera a infraestrutura existente na região central e ignora os investimentos realizados inclusive pela atual gestão para melhorar a mobilidade e a acessibilidade ao Centro;
a região central da cidade reúne todas as condições necessárias para abrigar a sede do Executivo Municipal, com facilidade tanto para servidores quanto para munícipes que necessitam de atendimento presencial.
a criação de uma estrutura administrativa em outra região, além de acarretar custos adicionais, configura um desperdício dos recursos públicos e o abandono de investimentos já realizados.
Na mesma data, uma nota conjunta emitida por entidades do comércio varejista (Sincovarp), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), de empregados do comércio (Sincomerciários) e do setor de hotelaria (Sinhores e Sindhoteleiros) também repudiou o projeto, o considerando “um duro golpe” contra o Quadrilátero Central, onde atualmente se encontra o centro administrativo, e argumentando que os R$ 173 milhões poderiam ser aplicados para revitalização dessa região da cidade.
Com a suspensão do projeto, a prefeitura agora precisa provar à Justiça a necessidade da obra.
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