A campanha de Fuad Noman disse que o trecho mencionado foi retirado de seu contexto “com potencial de prejudicar a imagem de Noman e influenciar indevidamente o eleitorado”. Para a Justiça, o vídeo foi “gravemente descontextualizado”. Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL), que disputam o segundo turno na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Divulgação/Campanha Fuad Noman + Lucas Mendes/Campanha Bruno Engler
A justiça eleitoral em Belo Horizonte determinou a retirada do ar de uma propaganda da campanha de Bruno Engler (PL) dizendo que um livro do adversário, o prefeito e candidato a reeleição Fuad Noman (PSD), descrevia cena de pedofilia.
A propaganda de Engler fazia referência ao livro “Cobiça”, escrito por Noman em 2020. “Na página 159, Fuad descreve o estupro coletivo de uma criança de 12 anos. Eu não vou nem ler o que está escrito pois é muito pesado e pode ter crianças ouvindo”, falou na propaganda a vice de Engler, Claudia Romualdo.
De acordo com a campanha do prefeito, o adversário alegou que a obra teria descrito um estupro coletivo de uma criança de 12 anos, “o que teria caráter ofensivo e induziria o eleitorado ao erro”.
A campanha disse ainda que “o trecho mencionado foi retirado de seu contexto e que o conteúdo da propaganda impugnada configura desinformação, com potencial de prejudicar a imagem de Fuad Noman e influenciar indevidamente o eleitorado”.
➡️ De acordo com pesquisa Quaest divulgada no último dia 17 de outubro, Fuad Noman lidera com 46% das intenções de voto e, Bruno Engler, soma 37%. O instituto divulga nova pesquisa nesta quarta (23).
➡️ Na pesquisa Datafolha de 10 de outubro, Noman aparece com 48% e, Engler, com 41%. A margem das duas pesquisas é de 3 pontos para mais ou para menos.
➡️ Segundo com levantamento feito pelo g1, apenas BH e Goiânia aparecem indicam possibilidade de virada neste 2º turno. No 1º turno, Bruno Engler ficou à frente com 34,38%, enquanto Noman atingiu 26,54% dos votos válidos.
Campanha mais agressiva
Conforme revelou o blog da Malu Gaspar, a campanha de Engler passa por um momento de escalada na agressividade e que é visto pela campanha de Fuad como uma estratégia de ampliar o apoio o apoio entre evangélicos, único segmento em que Engler aparece à frente de Fuad nos trackings internos do PSD.
Segundo o juiz da 331 vara eleitoral de BH, no entanto, o vídeo da campanha eleitora de Engler, “quando analisado em seu contexto literário, é parte de uma narrativa fictícia que relata a história de uma personagem de forma a evidenciar tragédias e abusos sofridos por ela, sem qualquer apologia ou incentivo a tais atos”.
“Ocorre que a propaganda dá a entender claramente que a descrição de uma cena em livro, a qual retrata fato sabidamente ilícito, criminoso e imoral, implicaria automaticamente em endosso à prática. Isso é descontextualização”, continua.
A Justiça Eleitoral disse ainda que “a veiculação de conteúdo gravemente descontextualizado infringe o princípio da lisura do pleito, sendo passível de imediata intervenção”.
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