Vice-presidente enviou carta aos opositores venezuelanos María Corina Machado e Edmundo González. Democrata disse que comunidade internacional monitora situação no país. Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, em discurso durante a conferência de segurança de Munique
Andreas Gebert/Reuters
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, cobrou transparência do governo Nicolás Maduro e pediu a publicação das atas eleitorais da Venezuela. Uma carta da democrata foi divulgada pela oposição venezuelana, nesta sexta-feira (23).
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A carta indica que Kamala estava respondendo a mensagens enviadas pelos opositores María Corina Machado e Edmundo González. O documento foi assinado no dia 16 de agosto.
Kamala afirmou que reconhece que existe um sistema de repressão e censura contra quem se recusa a aceitar o resultado das eleições de 28 de julho.
Maduro foi dado como vencedor do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O resultado foi respaldado pela Suprema Corte da Venezuela nesta semana. Por outro lado, a oposição garante que Edmundo González venceu as eleições com base nas atas impressas das urnas eletrônicas.
Até agora, as autoridades eleitorais da Venezuela não divulgaram as atas. A Justiça, controlada por chavistas, emitiu apenas uma declaração afirmando que os documentos foram periciados e confirmam a vitória de Maduro.
Na carta enviada à oposição da Venezuela, Kamala disse que os acontecimentos recentes envolvendo as eleições indicam que são necessárias mais transparência e responsabilidade no sistema eleitoral da Venezuela.
“Os Estados Unidos apoiam o desejo do povo venezuelano por paz e mudança democrática após anos de corrupção governamental, abuso de poder e má gestão econômica”, escreveu a vice-presidente.
Kamala também pediu para que as forças de segurança da Venezuela assegurem os direitos humanos e a liberdade de expressão. Ela afirmou que a comunidade internacional está monitorando a situação do país e condena atos de violência.
“Vamos continuar encorajando as partes na Venezuela para começar as discussões para uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral e o desejo do povo venezuelano”, afirmou.
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Estados Unidos, União Europeia e mais dez países da América Latina, além da Organização dos Estados Americanos, rejeitaram a decisão da Justiça da Venezuela que respaldou a vitória de Maduro.
Em um comunicado conjunto divulgado nesta sexta, EUA, Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai disseram que não reconhecem a decisão do Supremo venezuelano. Os signatários também pedem uma “auditoria imparcial” dos votos.
“Nossos países já haviam manifestado o desconhecimento da validez da declaração do CNE [de que Maduro venceu as eleições], logo depois de que o acesso dos representantes da oposição à contagem de votos foi impedida, da não publicação das atas e da recusa posterior em que se fizesse uma auditoria imparcial e independente”, disse o comunicado.
O Brasil ainda não se manifestou após a a sentença do TSJ, e deve fazer um comunicado conjunto com a Colômbia sobre a decisão.
O governo da Venezuela rechaçou o comunicado, afirmando que os países que assinaram a nota estão violando o direito internacional.
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