23 de setembro de 2024

Labimol: equipamento para detecção da doença de chagas, dengue, zika, chikungunya e febre amarela ampliará testagem

Máquina leitora de placas de Elisa é a primeira disponível em laboratórios conveniados ao Sistema Único de Saúde na região oeste do Pará. Máquina leitora de placas de Elisa doada pelo PSA ao Labimol da Ufopa, poderá realizar mais testes em moradores de 20 municípios do Oeste do Pará
PSA / Divulgação
O Laboratório de Biologia Molecular (Labimol) da Ufopa, em Santarém, oeste do Pará, já conta com uma máquina leitora de placas de Elisa, que possibilita realizar testes sorológicos imunoenzimáticos baseados em reações antígeno-anticorpo detectáveis através de reações enzimáticas de doenças infecciosas como: Doença de Chagas, Toxoplasmose, Histoplasmose, Leishmaniose, Dengue, Zika e Chikungunya; Hepatites virais, Sífilis, HIV e infecções respiratórias.
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O equipamento foi doado ao laboratório pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA). A iniciativa permite a ampliação da capacidade de testagem do laboratório para os mais de um milhão de moradores de 20 municípios atendidos pelo 9° Centro Regional de Saúde (9° CRS), por meio de cooperação técnica entre a Universidade e a Sespa.
Este é o primeiro exemplar disponível em laboratórios conveniados ao Sistema Único de Saúde na região oeste do Estado do Pará e contribuindo com pesquisas científicas promovidas pela universidade federal. “O equipamento possibilitará um diagnóstico rápido e preciso de diversos agravos que hoje só estão disponíveis no Lacen/PA, localizado na capital do Estado do Pará e será possível um salto de qualidade no diagnóstico de diversas comorbidades no âmbito do SUS”, destacou a médica do PSA, Ana Carolina Pôrto.
Equipamento aumenta a possibilidade de identificar amostras de pacientes de municípios distantes
PSA / Divulgação
O equipamento doado contribuirá com as testagens, aumentando a possibilidade de identificar amostras de municípios distantes e que possuem dificuldades em enviar amostras à capital do estado. “Por conta das grandes distâncias que nós temos na região, nem sempre as amostras chegam em tempo hábil ao laboratório, principalmente as que vêm de Faro, Prainha, Terra Santa, Novo Progresso, pois é complexo chegar aqui”, explicou o coordenador do laboratório, Marcos Prado.
Segundo ele, quando as amostras forem coletadas em tempo hábil, os pesquisadores conseguirão processar as análises em tempo real. “Caso o resultado seja negativo, a gente pode fazer a análise utilizando o método de Elisa para verificar as imunoglobulinas e ter um diagnóstico se o paciente está com alguma dessas doenças que a gente já testa aqui”, completou.
Uma das grandes vantagens do equipamento – o primeiro a disposição pelo Sistema Único na região – é a possibilidade da identificação da doença de chagas, com transmissão por via oral, pela ingestão de alimentos contaminados pelo inseto barbeiro ou suas fezes. “É muito importante pra região, considerando o hábito da população de consumir açaí, bacaba. Nós teremos condições de fazer essa análise da doença de Chagas na Universidade Federal do Oeste do Pará”, comentou Marcos Prado.
Equipamento doado ao Labimol permite a leitura de placas através de reações enzimáticas
PSA / Divulgação
Detecção precoce e tratamento
De acordo com o médico infectologista João Assy, no Hospital Municipal de Santarém, a testagem de pacientes com arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos) é fundamental para identificar, tratar e planejar ações de prevenção.
“O município tem a capacidade de realizar alguns exames laboratoriais no núcleo de vigilância epidemiológica do município. É possível fazer testes para dengue, leishmaniose, pesquisa para malária. Entretanto para outras doenças como a doença de Chagas e outras arboviroses, esses exames precisam ser enviados para Belém para confirmação de diagnóstico. Através do uso dessa tecnologia, desse novo equipamento, a gente vai poder num tempo muito mais rápido, ter acesso aos resultados desses exames”, observou.
Análise de resultados de amostras no Laboratório de Pesquisa Molecular da Ufopa
PSA / Divulgação
Ainda de acordo com Assy, o diagnóstico precoce é importante não só do ponto de vista individual por paciente que vai receber o resultado, mas para a saúde pública, saúde coletiva, na medida que boa parte dessas doenças infecciosas exigem medidas de controle de saúde pública para evitar a disseminação e aparecimento de outros casos.
Outros apoios ao Labimol
Fundado em 2020, o Laboratório de Biologia Molecular da Ufopa tem fortalecido as ações de testagem, exercendo um importante papel para a saúde nos vinte municípios da região Oeste do Pará. Com uma média de 500 testes realizados por mês, a perspectiva é que a unidade aumente o quantitativo de amostras processadas, ampliando os tipos de exames. “Nós também temos potencial de avançar para leishmaniose, HIV e para outros agravos que são diagnosticados por meio do método da Elisa”, disse Marcos Prado.
Em 2020, auge da pandemia da Covid-19 no Baixo Amazonas, o PSA doou insumos como luvas, EPIS, ponteiras, equipamentos e acessórios no valor de R$ 100 mil. Na sequência, possibilitou a testagem em massa com a doação de equipamento, investindo mais de R$ 232 mil no equipamento de PCR em tempo real que está sendo utilizado nas análises de rotina no Labimol.
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