28 de dezembro de 2024

Lagoa de Grussaí é monitorada de forma permanente por agentes da Prefeitura de São João da Barra

Ideia é apresentar dados ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para que seja encontrada a solução mais adequada para o problema do transbordamento da lagoa, que deixa moradores ilhados. Em época de chuva, a Lagoa de Grussaí, em São João da Barra, transborda e deixa moradores da área ilhados
Prefeitura de São João da Barra/Divulgação
Agentes de secretarias da Prefeitura de São João da Barra, no Norte Fluminense, estão fazendo o monitoramento permanente da Lagoa de Grussaí junto aos moradores da região, com o objetivo de levantar dados e buscar com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) uma solução mais adequada para o problema do transbordamento da lagoa.
Segundo a Prefeitura, a água chega às moradias, fica acumulada nos quintais, atrapalhando o acesso às casas. Outra situação que preocupa é a dengue, já que áreas alagadas podem se tornar criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Ação na área da Lagoa de Grussaí, em São João da Barra, contou com orientações aos moradores da região que são afetados pela cheia
Prefeitura de São João da Barra/Divulgação
Secretária municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Marcela Toledo, diz que é compreensível a apreensão dos moradores da região, mas destaca que medidas extremas, como a abertura da barra, são complexas podendo trazer riscos ao meio ambiente.
“É normal nessa época do ano a elevação do nível das lagoas que têm uma faixa marginal alagável de no mínimo 30 metros. Porém, o problema é que as pessoas têm os seus quintais dentro dessa margem que não é edificável e acabam sofrendo o impacto”.
A abertura da barra é desaconselhável pelo município por causa dos possíveis impactos ambientais, sobretudo neste período em que a piracema, período de reprodução dos peixes, terminou há poucos dias.
“Consequentemente, a atividade pesqueira seria prejudicada, assim como a agrícola, já que a ação diminuiria o nível do lençol freático. Outro ponto é que o período de chuva está chegando ao fim e a água da Lagoa é fundamental para o equilíbrio do sistema hídrico local, especialmente em períodos de estiagem, como o que se aproxima. E a cheia no fim do período de verão faz parte do processo natural da Lagoa”, explicou o município.
A abertura da barra também poderia piorar o trabalho preventivo contra dengue, já que geraria diversos pontos de acúmulo de água inacessíveis ao tratamento.
Na última quinta-feira (7), o Núcleo de Controle de Zoonoses atuou no entorno ada lagoa eliminando focos de mosquito em pontos onde a água ficou represada nos quintais.
O objetivo de enviar dados coletados no monitoramento ao Inea é contribuir para que o órgão, responsável pelas lagoas no estado do Rio de Janeiro, faça uma análise criteriosa da situação.
“Reconhecemos a necessidade de medidas para amenizar os impactos da elevação do nível da Lagoa. Nosso trabalho é o de buscar alternativas viáveis para solucionar o problema, em conjunto com o Inea e demais órgãos competentes”, pontua o coordenador da Defesa Civil no município, Marco Antônio Ribeiro da Silva.
A ação na última semana, que contou com a orientação de moradores, foi realizada por representantes da Defesa Civil, da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos, do Núcleo de Controle de Zoonoses, da Assistência Social e Direitos Humanos, Saúde e Segurança Pública.
A Prefeitura explica que não há famílias desabrigadas ou desalojadas, mas deixa os seguintes contatos do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) para casos de emergência, ou quando os moradores tiverem dificuldades de acessar as suas casas: (22) 2741-1190 ou (22) 99915-3153 (ligação e WhatsApp).

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