O parecer foi feito pela Agetransp e indica que o tempo médio de viagens aumentou. Lama, lixo e vandalismo aumentam tempo de viagem nos trens da Supervia, aponta relatório
Um relatório da Agetransp indica que o tempo das viagens de trens da Supervia aumentou nos últimos cinco anos.
A crise que a concessionária vive o passageiro conhece muito bem, já que sofre as consequências no dia a dia.
Segundo a agência reguladora, quem usava o ramal Japeri em 2019 levava 1h35 de trajeto, e hoje leva 1h53 – quase 20 minutos a mais.
O relatório indica que um dos problemas na rede férrea é a grande quantidade de bolsões de lama, que causam a redução da velocidade dos trens. No ramal Santa Cruz, por exemplo, foi preciso desacelerar as composições em um total de 12,5 km ao longo do mês de abril – mais do que o dobro da extensão registrada no ano passado.
Um outro fator é o despejo irregular de lixo. Mensalmente, foram mais de 240 toneladas de lixo no último ano.
O relatório aponta ainda a redução no número de trens. Em tese, são 200 composições, mas nem todas entram em operação por causa de episódios de vandalismo somados à sobrecarga do sistema.
Em 2020, eram 174 disponíveis. Este ano, são 139 em condições de circulação.
As estações também sofrem com a falta de investimento. O relatório afirma que, em 2018 e 2019, 78% das escadas rolantes estavam funcionando. Este ano, apenas 40% do maquinário funciona.
Enquanto isso, Supervia e governo do RJ estão em uma briga judicial. De um lado, a Secretaria Estadual de Transportes diz que não vai mais liberar dinheiro para a concessionária e afirma que pretende reassumir a gestão dos trens.
Do outro, a Supervia alega só ter dinheiro para administrar o sistema até julho.
A pasta notificou a concessionária nesta quinta (13) para que a empresa apresente, em dez dias corridos, soluções para os trens. O ofício cita um relatório da Companhia Estadual de Engenharia e Logística, a Central RJ, de agosto do ano passado, que atesta ausência de manutenção no sistema ferroviário.
Procurada, a Supervia disse que passa por dificuldades por causa de problemas como a violência e o vandalismo, e que só tem dinheiro até julho. A concessionária diz ainda que tenta um acordo com o estado e aguarda a conclusão da perícia financeira, que foi exigida pela Justiça.