3 de janeiro de 2025

Lewandowski nega ‘perseguição’ da PF a Bolsonaro e golpistas do 8 de janeiro: ‘Nenhuma ingerência’


Ministro da Justiça classificou como ‘bastante graves’ suposições feitas por senadores que afirmaram que a PF tem investigado e indiciado aliados de Bolsonaro a fim de atingir o ex-presidente. Ricardo Lewandowski em entrevista sobre o Caso Marielle
Ueslei Marcelino/Reuters

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, rebateu nesta terça-feira (3) declarações de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a respeito de uma suposta “perseguição” e direcionamento de ações da Polícia Federal (PF) contra opositores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lewandowski classificou como “bastante graves” as suposições feitas pelos senadores Jorge Seif (PL-SC) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirmaram que a PF tem investigado e indiciado aliados de Bolsonaro a fim de atingir o ex-presidente.
Em uma das falas dos senadores, ocorridas durante audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado, houve menção a uma suposta interferência de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no funcionamento da Polícia Federal. Os parlamentares não mencionaram explicitamente quem seria o magistrado.
Ricardo Lewandowski rechaçou as declarações e afirmou que a PF é uma instituição “republicana” e de “excelência”. “É uma corporação independente, que não é de governo, é de Estado”, disse o ministro.
Segundo a PF, eventos em Brasília evidenciaram atuação coordenada para golpe de Estado.
Segundo ele, os inquéritos desenvolvidos pela Polícia Federal são baseados em critérios técnicos e sem qualquer “viés político”.
“Um ministro [do STF] não tem nenhuma ingerência. É uma instituição que trabalha de forma totalmente independente. Não tem nenhuma ingerência de ministro do Supremo. E eu, como ministro do Supremo, jamais admitiria qualquer ingerência”, afirmou.
No último dia 21, a Polícia Federal concluiu uma investigação que apurava uma suposta tentativa de golpe de Estado no final de 2022. A corporação indiciou Bolsonaro e outros 36 nomes — decisão questionada por aliados do ex-presidente.
O relatório foi encaminhado ao ministro do STF Alexandre de Moraes, que é relator na Corte de investigação. Moraes remeteu as conclusões à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem caberá denunciar — ou não — os investigados.
Bolsonaro também é alvo de outras investigações e de indiciamentos da PF, como o caso das joias sauditas e da fraude em cartões de vacinação.

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