2 de outubro de 2024

Libanês que mora no Paraná relata angústia para trazer parentes ao Brasil; prédio onde família morava foi bombardeado

Governo brasileiro decidiu começar uma operação de resgate dos cidadãos que estão no Líbano. Mãe e irmãs de Mohammad Shala precisaram deixar a casa onde viviam. Libaneses tentam trazer família para o Brasil
O comerciante libanês Mohammad Shala, morador de Curitiba, relata momentos de angústia para trazer os familiares que ainda vivem no Oriente Médio ao Brasil em meio ao conflito.
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De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, mais de 1 mil pessoas foram mortas e 6 mil ficaram feridas ao longo das últimas duas semanas. O governo afirmou ainda que 1 milhão de pessoas – praticamente um quinto da população do país – deixaram as casas onde viviam.
Este foi o caso também da família de Mohammad.
No fim de semana, o prédio onde o empresário morava com a mãe e as três irmãs ficou em ruínas após ser bombardeado. Imagens enviadas por um parente mostram como a antiga casa da família ficou.
“Elas tiveram que sair da nossa casa onde elas moravam antes. A casa onde elas moravam foi quase totalmente destruída. Estou muito preocupado com elas”, lamenta o empresário.
Casa onde família de Mohammad Shala morava foi bombardeada
RPC
O empresário, que mora na capital paranaense há 12 anos, conta que já perdeu conhecidos nos bombardeios. Ele diz ainda que entrou com pedido de visto para a mãe e as irmãs.
“Está piorando mais e mais, infelizmente, cada dia está piorando mais e mais”, afirma Mohammad.
Nesta segunda-feira (30), o governo brasileiro decidiu começar uma operação de resgate dos cidadãos que estão no Líbano. Segundo o chanceler Mauro Vieira, o primeiro voo deve sair no fim de semana e a Força Aérea Brasileira será acionada para a ação.
Ainda não há detalhes sobre o trajeto nem sobre quem vai embarcar.
Mohammad Shala relata preocupação com família que ainda vive no Líbano
RPC
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História compartilhada
A história de Mohammad não é um exemplo isolado: o Paraná concentra uma das maiores colônias árabes do Brasil.
Segundo a Assembleia Legislativa do Paraná, Foz do Iguaçu, no oeste do estado, é considerada a segunda maior colônia libanesa do país.
Aqueles que chegaram ao Brasil em segurança dividem o sentimento de alívio, por estarem longe do conflito, com o sentimento de preocupação por quem ficou.
Mohamed Abdallah, de 16 anos, e a irmã Yara Abdallah, de 21 anos, chegaram ao Brasil na sexta-feira (27). Poucos dias antes, eles perderam o irmão de 15 anos e o pai em um bombardeio.
Os dois foram acolhidos pelos familiares que vivem em Foz do Iguaçu. Entre eles, a tia Marian, que vive a angústia da espera pela mãe e pelo marido que ainda estão no Líbano.
“Ela nem dorme, ela fica acordada pensando, preocupada se vai acontecer alguma coisa com o meu tio, se ele vai voltar com a mãe dela, se não vai”, explica a sobrinha Yara.
Em conversa por telefone com uma familiar que ainda está no país do Oriente Médio, ela questiona a jovem: “O que vai acontecer com a gente agora?”.
Yara Abdallah e Mohamed Abdallah foram acolhidos por familiares que moram em Foz do Iguaçu
RPC
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