Moradores da região relataram à Defesa Civil que a rede clandestina de água estava com vazamento há meses, segundo a prefeitura. Prefeito em exercício de Manaus visitou local de deslizamento que soterrou família
O prefeito em exercício de Manaus, Renato Junior, esteve no local onde uma família foi soterrada após um deslizamento de terra e atribuiu o desastre a uma ligação clandestina de água na rua Macapá, que comprometeu a encosta do barranco. Assista ao vídeo acima.
O incidente ocorreu na manhã deste domingo (19), na rua 9 do conjunto Hileia, no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste. Dois irmãos foram socorridos com vida, enquanto pai e filha continuam desaparecidos sob os escombros, segundo os bombeiros.
Renato Junior explicou que, conforme avaliação técnica, o perímetro afetado pelo deslizamento é considerado de risco para moradias e, devido à ligação clandestina de água, uma infiltração sobrecarregou a encosta. Moradores da região relataram à Defesa Civil que a rede clandestina estava com vazamento há meses.
“Hoje, o que ocorreu não foi causado apenas pela ocupação irregular da área. Houve também uma ligação clandestina de água na rua de cima, que provocou uma infiltração significativa e levou ao desmoronamento sobre as casas. Não foi apenas a erosão, mas sim essa ligação irregular que causou o desastre. Já temos as imagens da Defesa Civil e vamos aguardar o laudo oficial”.
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Equipes técnicas , de forma emergencial, atuam para conter os danos causados às famílias pelo deslizamento. Engenheiros da Secretaria de Infraestrutura (Seminf) alegam que as moradias foram construídas em área de risco e que na área não há rede de drenagem profunda instalada e que a rede de drenagem superficial está em pleno funcionamento.
Para o secretário-executivo da Defesa Civil de Manaus, Gladiston da Silva, esse foi o principal motivo para o deslizamento.
“Em contato com as famílias e com moradores da parte de cima desse barranco, eles informaram que uma conexão clandestina foi feita e estava vazando há meses. Esse foi o principal ponto de contribuição para que ocorresse o colapso desse barranco”.
O g1 procurou a empresa Águas de Manaus e questionou se havia algum monitoramento prévio na área que identificasse problemas, como possíveis ligações irregulares de água. No entanto, por meio de nota, a concessionária apenas lamentou o ocorrido e informou que está dando total apoio à Prefeitura nas ações no local.
Buscas continuam
A prefeitura pontuou que equipes da Seminf estão trabalhando na proteção do talude, que perdeu toda a vegetação. Uma lona foi implantada na área para evitar que, em caso de novas chuvas, o solo seja sobrecarregado e novos deslizamentos ocorram. Além disso, maquinário está sendo utilizado nas buscas pelos desaparecidos.
Outra equipe está atuando na limpeza e desobstrução da área para permitir o acesso de uma retroescavadeira e uma escavadeira hidráulica, que serão utilizadas nas buscas pelos desaparecidos, segundo a prefeitura.
A Seminf também está atuando na iluminação da área, por meio da Unidade Gestora de Projetos de Energia (UGPM-Energia), que acompanha a concessionária Manaus Luz na instalação de projetores de LED para auxiliar o Corpo de Bombeiros nas buscas.
O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) informou que 58 bombeiros, incluindo especialistas em resgate de estruturas colapsadas, salvamento e primeiros socorros, estão atuando no local do deslizamento. A operação também conta com equipes acompanhadas por cães de resgate.
Outros feridos
Além da família soterrada, o deslizamento de terra também deixou pelo menos mais dois feridos. Uma criança foi resgatada com vida e levada ao pronto-socorro da Criança, enquanto um jovem também foi resgatado e encaminhado ao pronto-socorro mais próximo.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) acompanha a operação e informou que, até as 14h deste domingo, quatro vítimas foram atendidas. Uma delas já recebeu alta, enquanto as outras três seguem internadas em estado estável.