A historiadora e antropóloga ocupará a 9ª cadeira da instituição. Historiadora Lilia Schwarcz
Ares Soares/Unifor
A historiadora e antropóloga Lilia Katri Moritz Schwarcz foi eleita nesta quinta-feira (7) para a 9º cadeira da Academia Brasileira de Letras.
A historiadora foi eleita com 24 votos. Edgard Telles Ribeiro teve 12 e houve ainda 2 abstenções.
A vaga foi aberta com o falecimento do acadêmico Alberto da Costa e Silva, que também era historiador. Estavam inscritos para a eleição, além de Lilia e Edgard: Chirles Oliveira Santos, Ney Suassuna, Antônio Hélio da Silva, J. M. Monteirás e Martinho Ramalho de Melo.
Lilia Moritz Schwarcz é professora sênior do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e Global Scholar (de 2008 até 2018) e atualmente Visiting Professor em Princeton.
Recebeu, entre outras distinções, a Comenda do Mérito Científico em 2010; a medalha Júlio Ribeiro (por destaque cultural e etnográfico) da Academia Brasileira de Letras, em 2008; e a Comenda Rio Branco 2023.
Faz parte do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (Iphan) e do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da República.
Publicou mais de 30 livros, entre eles: Retrato em branco e negro (1987); Espetáculo das raças (1993. Prêmio APCA); As Barbas do Imperador (1998, Prêmio Jabuti livro do ano e Farrar Strauss & Girroux 2000); O sol do Brasil (2008, Prêmio Jabuti); Brasil uma biografia (com Heloisa Starling, 2015, finalista Prêmio Jabuti); Um enigma chamado Brasil (com André Botelho, 2010. Prêmio Jabuti); A batalha do Avaí (2013, prêmio Academia Brasileira de Letras), Dicionário da escravidão e da Liberdade (com Flavio Gomes, 2018, finalista Jabuti); Lima Barreto triste visionário (2018, prêmio Biblioteca Nacional, prêmio Anpocs, finalista Jabuti); Sobre o autoritarismo no Brasil (2019, finalista Jabuti), Bailarina da morte: a gripe espanhola de 1918 (com Heloisa Starling, 2020, finalista Jabuti), Enciclopédia Negra (com Flávio Gomes e Jaime Lauriano, 2021, Prêmio Jabuti); Óculos de cor: enxergar e não ver (2022, prêmio Jabuti).
“A Lilia é uma grande historiadora que já chega com uma tarefa que a gente vai dar a ela. A gente está fazendo uma iconografia de Machado de Assis e ela vai assumir este trabalho”, disse o presidente da ABL, Merval Pereira, após a eleição. “Queríamos mais mulheres, porque perdemos recentemente várias de nossas confreiras e tínhamos uma dívida com a representatividade da mulher”, acrescentou.
Arnaldo Niskier observou que “a ABL perdeu Alberto da Costa e Silva, que foi grande historiador e grande acadêmico e ganhou agora uma nova historiadora”.