22 de setembro de 2024

‘Lista suja’ identifica 2 empregadores do Acre que submeteram pessoas ao trabalho escravo

Entre os listados estão o dono de uma fazenda que fica em Manoel Urbano, interior do estado. Governo federal atualizou a lista de empregadores que submeteram pessoas ao trabalho escravo e número bateu recorde. Dois empregadores do Acre aparecem na ‘lista suja’ do governo federal com empregadores que submeteram pessoas ao trabalho escravo
Cid Vaz/TV Bahia
Dois empregadores do Acre aparecem na“lista suja” do governo federal com empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. O ranking foi atualizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na última sexta-feira (5).
Com a inclusão de 248 pessoas físicas (patrões) e jurídicas (empresas), a relação agora tem 654 nomes no país e bateu recorde este ano. O recorde de inclusões já havia sido batido na última atualização, em outubro do ano passado, quando 204 empregadores foram adicionados à lista nacional.
Os empregadores do Acre que aparecem na lista são:
Sandro Ferreira da Silva – Fazenda Retiro, na Rodovia 364 (Km 24), no município de Manoel Urbano, interior do Acre. Os fiscais estiveram na propriedade em 2021 e encontraram 13 trababalhdores em situação analoga à escravidão.
Adalcimar de Oliveira Lima – propriedade rural fica às margens da Floresta Nacional do Iquiri, em Lábrea, no Amazonas. Em 2019, 11 trabalhadores foram encontrados em situação analoga à escravidão quando os fiscais do MTE estiveram na região.
Em agosto do ano passado, 15 pessoas foram resgatadas durante operações da Polícia Federal do Acre (PF-AC), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Superintendência Regional do Trabalho no Acre.
A primeira ação partiu de denúncias recebidas pelos três órgãos sobre a situação de trabalhadores em diversas propriedades cercadas de mata fechada, em fazendas que estão localizadas nos municípios de Sena Madureira e Manoel Urbano, no interior do Acre, no mês de agosto.
Os trabalhadores foram encontrados sem equipamentos de primeiros socorros e sem água potável. A comida e a moradia, segundo o relato policial, eram precárias, com jornadas exaustivas e sem formalização de documentos trabalhistas.
Já em setembro, a Superintendência Regional do Trabalho no Acre divulgou que outros sete trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados. Destes, três eram menores de 18 anos. Todos foram encontrados sem equipamentos de proteção individual (EPIs), primeiros socorros e sem água potável.
A alimentação e a moradia eram precárias, com jornadas exaustivas e sem formalização dos vínculos trabalhistas.
‘Lista suja’ no Brasil
No Brasil, as atividades econômicas com o maior número de empregadores entre os 248 inclusos na lista foram:
trabalho doméstico (43);
cultivo de café (27);
criação bovinos (22);
produção de carvão (16);
construção civil (12).
A atualização é realizada semestralmente e tem como objetivo dar transparência aos atos administrativos que decorrem das ações fiscais de combate ao trabalho análogo à escravidão, de acordo com o ministério.

Os nomes dos empregadores só são adicionados ao cadastro após a conclusão do processo administrativo que julgou o caso, com uma decisão sem possibilidade de recurso.
Além disso, cada nome permanece publicado por um período de dois anos. Por isso, nesta atualização de abril, foram excluídos 50 nomes que já completaram esse tempo de publicação.
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