Comerciários tiveram de ir até a sede do sindicato, na Lapa. Lojistas fazem fila contra contribuição sindical
Lojistas do Rio de Janeiro enfrentaram até 7 horas de fila nesta terça-feira (20) para se livrar da contribuição sindical — que pode chegar a R$ 600 no ano. A entidade alterou as regras para pedir o abono da taxa, o que lotou as calçadas da Lapa, na região central da cidade.
Quem não concordou em pagar ao sindicato precisou escrever uma carta de próprio punho e entregá-la na sede do órgão, na Rua André Cavalcanti. A contribuição é de 1% do salário por mês, com teto de R$ 50 mensais, o que em 12 meses soma os R$ 600.
“Chegamos às 5h. Isso é um absurdo!”, disse uma demonstradora de cosméticos por volta do meio-dia, ainda na fila por atendimento.
Fila na porta do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro
Reprodução/TV Globo
Alguns descobriram que o prazo para a renúncia já tinha se esgotado, por causa do escalonamento de categorias. Foi o caso da operadora de caixa Juliana da Silva.
“Eu tenho um filho autista em casa, que ficou com o meu pai, e cheguei aqui e descobri que vou ser descontada. Para muitas pessoas R$ 50 por mês pode não pode ser nada, mas para mim é muita coisa!”, lamentou.
O que diz o sindicato
Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio, disse que a mudança nas regras foi referendada pela classe.
“O critério é discutido, debatido e aprovado em assembleia. A assembleia é soberana. Se os trabalhadores que vieram à assembleia, que foi amplamente convocada pelo sindicato para discutir esse assunto, aprovaram que a entrega precisa ser obrigatoriamente presencial, o sindicato vai estar acatando justamente isso”, justificou.
Segundo Ayer, o método antigo, que previa o envio das cartas pelo correio, “tinha muitos erros”. “As empresas colocavam todos os documentos num só envelope”, respondeu.
O atendimento vai até esta quarta-feira (21).
A operadora de caixa Juliana da Silva
Reprodução/TV Globo